ANO
13 |
Livraria virtual
Www.professorchassot.pro.br
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EDIÇÃO
3380
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A redação desta
blogada, em feriado nacional, ocorre desde Inhumas, durante uma jornada goiana.
Cheguei em Goiânia na segunda-feira à tarde, sendo acolhido pela professora
Danila Mendonça. Viemos direto em Inhumas onde já na noite de segunda tive uma
atividade no curso de licenciatura em química do Instituto Federal Goiano. Na
terça-feira as atividades foram bastante díspares. Pela manhã dei aulas para
uma turma do primeiro ano do ensino médio técnico em Química. À noite proferi
palestra que teve como subtítulo REFLEXÕES APÓS UM DOMINGO AZÍAGO e propus uma
reflexão decorrente dos resultados das eleições onde o continuado fora Temer parecia que quase exigia a
transformar-se em fica Temer ante as
ameaças decorrentes dos resultados das eleições.
Na quarta-feira
fomos à Goiânia para proferir mais uma palestra Universidade Federal de Goiás para
professores, doutorandos e mestrandos do Programa de pós-graduação em ensino de
Ciências e Matemática e para alunos das licenciaturas. Nesta atividade o mote foi
o mesmo da palestra de terça-feira refletindo acerca dos novos tempos que
ameaçam a Democracia. Há que falar agora, pois não sabemos o cerceamento a que
estaremos submetidos a partir de 01 de janeiro de 2019.
Atividades na UFG se
encerrou com concorrida sessão de autógrafos e muitas fotografias. Neste fim de
semana estendido aproveitarei para fazer um turismo na histórica cidade Goiás
Velho. Na semana que vem estarei envolvido aqui em palestra e minicurso na Semana
Nacional da Ciência e da Tecnologia voltando a Porto Alegre para nos dias 18 e
19 participar na Ulbra em Canoas de mais uma edição do Encontro de Debates
acerca do Ensino de Química. 38EDEQ
Na última blogada
fiz uma ligeira referência aos anúncios dos Prêmios Nobel. Referi, então: “esta
manhã foi anunciado o Nobel da Paz para um homem e uma mulher”. Ouvira a
notícia ao desembarcar de Uber chegando à rodoviária. À noite, ouvindo a
notícia de que o Nobel da Paz 2018 era para ativistas que lutam contra
violência sexual como arma de guerra: Médico Denis Mukwege tratou com sua
equipe de cerca de 30 mil vítimas de violência sexual na República Democrática
do Congo. Já a ativista Nadia Murad é sobrevivente da escravidão sexual imposta
pelo Estado Islâmico no Iraque Ao ouvir o nome de Denis Mukwege, tive uma
surpresa que vale trazer história relatada por este blogue em 28 de junho de
2010.
Denis Mukwege: um
herói ou um santo. Denis Mukwege é médico, formado no Burundi. Este é um
pequeno país de África, que foi colônia belga, encravado entre o Ruanda a
norte, a Tanzânia a leste e a sul e a República Democrática do Congo a oeste.
Neste país se encontra a nascente do Rio Nilo. É o país mais pobre do
continente africano mesmo tendo um solo muito rico em riquezas minerais, como
coltan [Coltan é um mistura de dois minerais: Columbita e Tantalita. Em
português essa mistura recebe o nome columbita-tantalita. Da columbita se
extrai o nióbio e da tantalita, o tântalo], ouro e outros minerais.
Nascido em 1955, Denis Mukwege é um dos nove
filhos de um pastor pentecostal que visitava hospitais para rezar com os
pacientes. Quando pequeno, acompanhava o pai nestas jornadas e, desde então,
descobriu que gostaria de ajudar estas pessoas, não apenas espiritualmente, mas
também na prática. Estudou medicina no Burundi e lá permaneceu no auxílio a
mulheres grávidas. Muitas morriam porque demoravam a receber atendimento
adequado ou eram transportadas em jumentos durante o trabalho de parto. Ele já
tratou mais de 21 mil mulheres vítimas de violência sexual durante os anos de
guerra na República Democrática do Congo.
Posteriormente Dr.
Denis Mukwege se especializou em ginecologia no Centro Hospitalar Universitário
de Angers, na França. Fundou o Hospital de Panzi, onde ainda é diretor e se
dedica ao tratamento de mulheres grávidas e vítimas de exploração sexual. É a
maior autoridade do mundo em reparação de genitais femininos, devido a MGF
(assunto de ontem aqui) e coordena programas de HIV/AIDS.
Foi condecorado com
prêmios como o Olaf Palme, concedido pela Suécia a pessoas que se destacam na
realização proeminente da paz, e o Prêmio Direitos Humanos das Nações Unidas.
Em 2008, recebeu do jornal nigeriano Daily Trust o título de Africano do Ano e,
em 2009, foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz, mas foi preterido – pasmem! –
pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Ele não apenas
ajudar as mulheres, mas ele começou a defender o direito das mulheres e das
famílias nas aldeias de Kivu do Sul, cuja vida está em risco por causa de
forças externas que exploram Burundi para extrair as riquezas minerais. São
essas que fazem a infelicidade da região, devido às guerras mobilizadas pela
ganância de mineradoras. Dr. Mukwege diz: "Nós não queremos dinheiro,
precisamos de paz no nosso país".
Dr. Denis Mukwege
foi apelidado o Anjo da Bukavu pelo trabalho que como ginecologista, realiza em
Bukavu, no sul de Kivu, leste do Congo, em uma área rural do sul do Kivu. 10
anos atrás, ele teve que fugir da região e seu hospital foi incendiado durante
a guerra. Dr. Mukwege deu início a um novo hospital de Bukavu. Ele abriu uma
maternidade, mas sua primeira operação não foi uma cesariana, mas em uma mulher
que vítima de guerra – estuprada por soldados e com grandes lesões de seus
órgãos genitais. Dr. Mukwege salvou sua vida e sua dignidade foi restaurada.
Desde então ele não parou de lutar pela sobrevivência das mulheres na
comunidade. Ele desenvolveu um excelente centro destinado a ajuda de mulheres
estupradas; Cerca de 3.600 mulheres são tratadas neste centro por ano. Ele
treinou jovens médicos nesse tipo de cirurgia e desenvolveu uma rede social de
apoio psicológico para s mulheres que muitas vezes não podiam voltar para casa
em suas aldeias por causa da guerra. o Século 21".
É significativa a futurição
feita por este blogue há oito anos. Era tempo de Copa do mundo na África do Sul.
Após a publicação do
blogue antes transcrito este recebe este comentário: “Caro professor Chassot, é com muita alegria que leio seu comentário
sobre o Dr. Mukwege e de minha matéria no Caderno Cultura de ZH. Lá no meio da
África conheci esse homem que praticamente restaurou minha fé na humanidade,
quando quase a perdi. No momento que presenciava, no Congo, a mais brutal
dessacralização do ser humano, Dr. Mukwege no seu exemplo simples e amável
mostrou-me a sua corajosa incondicionalidade na busca da dignidade humana. No
Brasil era absolutamente desconhecido. Iniciei minha luta para se fazer ouvido
no Brasil, criei um blog para divulgá-lo em instituições culturais que pudessem
viabilizar meu sonho. amanipucrs.blogspot.com/ - Amigos, grandes amigos me
ajudaram neste intuito e a partir de pessoas sensíveis aos problemas do Congo,
do Dr. Mukwege e aos nossos próprios problemas como ser humano o indicaram para
conferencista no Ciclo de Palestras Fronteiras do Pensamento. Nos dias que o
acompanhei no Brasil, ele depositou muita esperança que sua visita reverta em
ações concretas dos brasileiros em relação ao Congo. O nome de meu Blog: Task
Force. Agora a Força Tarefa continua com mais vigor e o convido para fazer
parte deste esforço. Antecipadamente, agradeço sua atenção, um abraço, Milton
Paulo de Oliveira
Permito-me uma
ilustração a meus leitores. O dr. Milton Paulo de Oliveira é cirurgião plástico
gaúcho, que em 2008 foi à República Democrática do Congo, região central da
África, como integrantes de uma missão humanitária organizada pelo grupo Smile
Train (Trem do Sorriso), que se dedica a atender portadores de fissura
labiopalatina (popularmente conhecida como lábio leporino) e operou junto com o
Dr. Denis Mukwege. No caderno Cultura de Zero Hora de 26 de junho ele publicou
‘Um Quixote no coração da África’, emocionante relato de sua experiência na
África. Esse texto está na integra em docmilton.blogspot.com
A partir
http://amanipucrs.blogspot.com/ visitei diferentes blogues mantidos para dar
visibilidade ao trabalho realizado na África e para continuar desde Porto
Alegre apoiando ações em território africano. Também pude ver esforços
realizados para trazer o Dr. Mukwege a Porto Alegre. Depois de minhas leituras,
em resposta, postei no blogue, em 03 de julho de 2010, em resposta ao comentário no blogue: “Muito estimado doutor Milton Paulo de
Oliveira, nesses quase quatro anos de blogueiro diário, muito provavelmente
nenhum dos comentários postados no meu blogue tenha me emocionado tanto quanto
o recebido neste sábado. Tão logo li, reparti com a Gelsa as emoções, pois fora
com ela que, há uma semana, secamos lágrimas ao ler seu texto ‘Um Quixote no
coração da África’ no caderno Cultura de Zero Hora. Se o Dr.Mukwege restaurou
sua fé na humanidade, seu texto de sábado mostrou a muitos algumas tentativas
de reparar parte desse doloroso quadro africano que nós brancos submetemos há
séculos à África. Visitei seus três blogues. Há relatos comoventes. Aquele que
conta sua visita ao Dr.Mukwege e esposa tem muita ternura. Mostra o quanto ao
lado do médico há no senhor também um educador freiriano. Agendei para próxima
semana fazer uma blogada acerca de alguns aprendizados que colhi com as
visitações que fiz essa manhã. Obrigado, Professor, ofereço minha admiração
emocionada, attico chassot
Meu comentário não
ficou sem resposta e trago aos meus leitores excertos de mensagens que trocamos
também para que conheçam mais o trabalho do médico gaúcho e sua equipe no
Hospital São Lucas da PUC: “Professor
Chassot, muito obrigado pelo seu retorno! Ao lê-lo ontem, à noite, percebo que
existe uma linguagem universal regida pelo nosso coração! [...] Ernesto Sábato,
grande e maravilhoso argentino, escreveu que devemos escrever o que dentro de
nós torna-se insuportável e como um grito colocássemos para fora. Talvez, as
palavras de Sábato tenham-me orientado, sem contudo não percebê-las. Essas
palavras, por dois anos, mantiveram-se comigo. Construí um pequeno blog para
ajudar-me em meu sonho de trazer Mukwege ao Brasil, mas ao aproximar-se o dia
de sua chegada, meu sentimento em relação à África, a viagem, a Mukewege, a
guerra e suas atrocidades estavam muito grandes para suportá-las sozinho. É com
muita alegria, que percebo a emoção causada pelo meu texto. Nem no meu maior
sonho, poderia imaginar a solidariedade e o amor recebido por pessoas como o
senhor e sua esposa. O título do blog usado para Mukwege - Task Force - tornou-se
a síntese desta história, pois como toda Força Tarefa há um objetivo e um
grupo. Perseguir utopias, talvez seja meu maior objetivo e não há sentido
fazê-lo. Então, também o convido em fazer parte de nosso grupo Task Force para
ajudar Mukwege e sua luta pela dignidade humana. Um grande abraço do seu já
amigo Milton Paulo”.
Eu não poderia ficar
indiferente a tão distinguida oferta de amizade. Não é apenas o trabalho do Dr.
Mikwege que precisa de nossa adesão irrestrita. O que é feito aqui próximo de
nós e precisa ser conhecido. O Dr. Milton Paulo não foi apenas à África ajudar
a restaurar a dignidade a seres humanos. Empenhou-se, com muito sucesso, para
trazer Anjo de Bukavu à Porto Alegre e mais continua com ações solidárias aqui.
Assim, escrevi: “Meu caro Milton Paulo—
teres me colocado como amigo autoriza tutear-nos — primeiro obrigado por teu
retorno e o fazes evocando Ernesto Sabato, que ouvi já nonagenário, em uma
memorável noite chuvosa de 2002 em El Ateneo, em Madrid. Não conhecia esse dito
que trazes dele com apropriação. Permito-me imaginar a alegria que se apossou
de ti vendo recompensada teu maravilhoso envolvimento de trazer à Porto Alegre
o Dr. Mukwege, um desses novos ‘santos’ que ressuscitam a dignidade humana. Teu
texto, eu sei de depoimentos, emocionou a muitos.
Vou envidar esforços para ajudar
divulgar o grupo Task Force, ao qual adiro ante teu honroso convite. Este
blogue, que recebe um pouco mais de meia centena de visitas diárias, nesta
semana fará uma edição especial para divulgar o grupo e se põem dentro dos seus
propósitos de fazer alfabetização científica, numa concepção muito ampla do
termo.Com amizade e renovada admiração, attico chassot”
Assim essa blogada,
tecida por estas mensagens quer catalisar meus leitores para que conheçam os
esforços do grupo Task Force, cujo blogue é acessível em
amanipucrs.blogspot.com Alí, se pode conhecer algo do esforços de
porto-alegrenses, irmanados na ajuda ao trabalho do Dr. Mukwege, Um Quixote no
coração da África. No endereço do grupo Task Force há possibilidade de
preciosos (e, às vezes dolorosos) aprendizados sobre África, como por exemplo:
A alta tecnologia está ligada à guerra e à barbárie não apenas por meio da
indústria de armas. Computadores, celulares e outros equipamentos eletrônicos
podem ser parte de uma trágica conexão entre tecnologias avançadas e o
sofrimento humano, o trabalho escravo e guerras intermináveis. Parece
exagerado? Consulte o blogue indicado.
Bom dia, meu amigo Áttico! Que bela troca de e-mails! Que valiosas palavras confirmando trabalhos em defesa da humanidade! Que expressões tão verdadeiras de sentimentos que valorizam e defendem a pessoa, onde ela estiver, especialmente, aquela que sofre os abusos da bestialidade alimentada pela violência. Ações pela vida acontecem no mundo todo, inclusive, onde os autoritários e violentos estão. Mas como nem sempre são divulgadas, menos ainda se sabe delas. Todos os cumprimentos por esta compartilhamento! Teu blog, meu amigo, espraia-se em defender a humanização - ação pela humanidade - na profunda crença de que nossa espécie é viável e merece continuar. Com abraços domingueiros de chuva em Sorocaba-SP.
ResponderExcluir"fé na humanidade". Mestre, hoje fico apenas com tal fragmento para refletir as verdadeiras DEMANDAS, principalmente em tempos de estímulo à desumanização pela apologia à tortura, ódio, inclusive com armas. Grande abraço!!!
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