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sexta-feira, 21 de setembro de 2018

21.—Alfabetização científica ou Letramento Científico?


ANO
 13
Livraria virtual
Www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
33670

 

Um pedido de desculpas: Fiz muitas tentativas. Não sei explicar o porquê sempre o texto se converte todo em letras maiúsculas. Peço que relevem. Se alguém puder explicar, agradeço, ac

PS.: Nos dispositivos móveis parece não ocorrer esta maisuculização do texto; apenas em notebooks. 

Ao encerrar a apresentação da 8ª edição* do Alfabetização científica: questões e desafios para educação, em circulação desde julho — distinguida das edições anteriores pela presença do poético e instigante texto do Prof. Licurgo Peixoto de Brito, da UFPA — pareceu oportuno tentar ensaiar uma resposta a uma continuada pergunta: alfabetização científica ou letramento científico?

Concluo assim a referida apresentação: há um artigo: O que significa alfabetização ou letramento para os pesquisadores da educação científica e qual o impacto desses conceitos no ensino de ciências a ser publicado ainda em 2018 na revista Ciência & Educação (Bauru) — por ser ainda inédito é identificado aqui como Anonimus 2018 — que é significativo na distinção entre alfabetização e letramento.

Para a primeira acepção recorro ao artigo: Alfabetização científica: uma possibilidade de inclusão social (Chassot, 2003). A alfabetização científica pode ser considerada como uma das dimensões para potencializar alternativas que privilegiam uma educação mais comprometida. É recomendável enfatizar que essa deve ser uma preocupação muito significativa no ensino fundamental, mesmo que se advogue a necessidade de atenções quase idênticas também para o ensino médio. Sonhadoramente, ampliaria a proposta para incluir também, mesmo que isso possa causar arrepio em alguns, o ensino superior. Assim, considerar a ciência como “uma linguagem para facilitar nossa leitura do mundo natural” (Chassot, 1993, p. 37). E sabê-la assim nos ajuda a entendermos a nós mesmos e o ambiente que nos cerca.

Acerca do letramento científico, Anonimus (2018) oferece contribuições significativas mostrando que pesquisadores (particularmente os estudos da linguagem) optam pelo uso de “letramento científico” indicando uma tendência significativa de maior inserção em bibliografia dos estudos da linguagem entre os pesquisadores do ensino de ciências que tratam da noção de letramento, além de também ser maior a inserção em bibliografia em língua inglesa que trata de scientific literacy ou de temas correlatos.

É ainda Anonimus que afirma: “No Brasil, o termo “letramento” surgiu na segunda metade da década de 1980, para distinguir o mero aprendizado da codificação da escrita, a alfabetização, do impacto de seu efetivo uso em práticas sociais. No campo de pesquisas em ensino de ciências, no entanto, o termo ‘letramento’ ainda não está muito difundido e predominam, em números absolutos, os trabalhos que tratam de alfabetização científica, embora tenha sido crescente e relevante a contribuição dos pesquisadores que tratam de letramento científico”.

Anonimus também informa: “Attico Chassot (2003) é o autor com maior número de citações entre os trabalhos sobre alfabetização científica. Ele critica o ensino voltado para a memorização de teorias, conceitos e processos científicos como a taxonomia, na biologia, as configurações eletrônicas, na química, ou as fórmulas, na física – tipo de conhecimento, segundo ele, fadado ao esquecimento após as provas de avaliação. Chassot (2003, p. 99) defende um ensino que mostre não apenas os benefícios da ciência, mas também sua face controversa. No entanto, a sua definição do termo que pressupõe a falta de conhecimento científico reflete a visão de que, para esse autor, esse tipo de conhecimento seria o único válido: “ser alfabetizado cientificamente é saber ler a linguagem em que está escrita a natureza. É um analfabeto científico aquele incapaz de uma leitura do universo” (CHASSOT, 2003, p. 91).

Como encerramento, na tentativa de fazer aflorar semelhanças e dissemelhanças entre alfabetização científica ou letramento científico se pode afirmar: “trabalhos que tratam de alfabetização científica e de letramento científico mostram um consenso sobre a importância da abordagem das relações entre ciência e sociedade na educação científica.

 Chassot, 2018 p. 21 a 23.

* CHASSOT, Attico. Alfabetização científica: Questões e desafios para a Educação. Ijuí: Ed UNIJUÍ. (1ed 2000, 438p.) 8ed. 2018, 360p ISBN 978-85-419-0253-3



Um comentário:

  1. Chassot e pessoal do Blog! Às vezes, fico a pensar se no intuito de esclarecer, objetivar e apontar com maior acerto, não acabamos por definir o que, por si, já se apresentava no que havia a seu respeito. É assim que estou refletindo sobre alfabetização e letramento, a partir da Educação, que é minha área de atuação, estudo e escrita. Então, para não incorrer no que indico, creio que considerar tais palavras como sinônimas na ação de ler e entender, possa-se responder à pergunta, salvo se há outras definições para outras áreas como Química e Física, por exemplo. Como nessas não transito com a mesma liberdade, prefiro ouvir e pontuar a partir da Pedagogia. Creio ainda que alfabetização e letramento, já na criança, em sua ânsia por conhecer o mundo e a Natureza, acontecem muito antes da escola e que nela, descortina-se a possibilidade de interpretar e recriar, pelo pensar e pelo agir, com as letras que, maravilhosamente, dançam para quem as lê. Nisto, pode-se, também acredito, envolver todas as demais áreas do Saber. Abração de sexta-feira a todos!

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