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sexta-feira, 22 de setembro de 2017

22.— Mais uma vez falando de livros.


ANO
 12
LIVRARIA VIRTUAL em
Www.professorchassot.pro.br 
EDIÇÃO
3317
Esta é a quarta blogada setembrina e ocorre sob a nova concepção de uma edição por fim de semana. Hoje, como nas anteriores o mote é falar de um livro. Para inaugurar a primavera, ofereço a fruição um livro que, após longa gestação, recém é dado a lume: “Histórias da Química”. O singular artífice da concepção, gestação e parição desta coletânea é José Euzébio Simões Neto, um pernambucano, professor doutor vinculado ao Departamento de Química da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Euzebio concebeu este livro durante os quatro anos que se envolveu com formação de professores em Serra Talhada.
O livro, em quase trezentas páginas, amealha dez artigos, em sua quase totalidade, escritos por homens do estado de Lampião. Flavia Cristiane Vieira da Silva, professora da Unidade Acadêmica de Serra Talhada da UFRPE faz uma apresentação de cada uma das dez muito variadas histórias.
Há histórias de três titãs da Química moderna (Maria Curie, Pauling e Butlerov); há histórias de tópicos da Química (alquimia, núcleo, substância, transformação da matéria e teoria dos radicais); e, ainda, há histórias acerca de perspectivas epistemológica e do ensino de Química, nível superior.
Ainda não li todasas dez histórias, mas qual coruja elogiando os seus filhotes dou destaque a Marie Curie: três dolorosas estações de um calvário glorioso, onde em três dezenas de páginas, trago três momentos da mulher genial que durante mais de 60 anos foi a única cientista que teve duas láureas de prêmios Nobel de Ciências: de Física (1903, com seu marido Pierre e Henry Becquerel) e de Química (1911, sozinha). Assim, ela foi a primeira mulher que ganhou um Nobel (1903) e também primeira mulher que ganhou o prêmio sozinha (1911).
A proposta do texto que escrevi para o livro é apresentar três recortes da vida de Marie Curie. Assim, não há a pretensão de fazer uma biografia, como fez com muita competência Paulo Marcelo Pontes — o significativo catalisador do Euzebio na produção deste livro — com sua muito bem urdida tessitura: Um cientista de olhos azuis brilhantes: Linus Pauling.
Vou trazer três dolorosas estações de jornada cruenta desta excepcional polonesa que é considerada como a mulher mais importante do século 20. Usualmente, temos das pessoas públicas, narrados só de momentos gloriosos. Mas também para eles a vida não é monótona.
Assim, o capítulo, que destaco nesta blogada, se tece em cinco segmentos: 0.- O prelúdio se apresenta um histórico da Ciência da década que marca a virada do Século 19 para o 20 (1895/1905). 1.-A morte trágica de Pierre Curie em 1907, quando Marie tinha 40 anos, aos 12 anos de seu amoroso casamento com Pierre. 2.- A perda do acesso à Academia de Ciências da França, por um voto em 1911, na maior evidência de um machismo, pois a emancipação das mulheres era vista, na França do início do século 20, como indicação de decadência nacional e até como sintoma de emasculação ou desvirilização dos homens; há também a não aceitação de uma estrangeira (talvez, de ascendência judaica) na Academia. 3.- A exploração, em 1911, pela imprensa francesa do romance de Mme. Curie, com 44 anos, com Paul Langevin (1872-1946), um muito renomado físico francês.  4.- Um posfácio, sobre o que narra algo de Marie Curie, após a sucessão dos três calvários que sabem a fel.
Está aí uma amostra de um dos dez capítulos que estão no livro aqui destacado.

SIMÕES NETO, José Euzebio. Histórias da Química. Curitiba: Appris, 2017, 291p. ISBN 978-85-473-0531-4 em www.appris.com.br edição suporte papel R$ 51,00 (3 x 17,00); e-book 23,00. Disponível, em parte, no Google Books.


Uma colorida primavera a cada uma e cada um (ou dourado outono a possível leitor do Hemisfério Norte) onde este “Histórias da Química”.  pode ser uma sugestão de leitura. Vale saboreá-lo, pois sabe a histórias significativas.

5 comentários:

  1. Saudações sorocabanas, mui caro amigo Chassot! Cá estou pensando no que move aquele que escreve tão bem apresentar o escrito de outro, uma produção de outra autoria. Diferentemente dos sentimentos daqueles que negaram às mulheres, pela História da humanidade, o que sempre lhes foi devido, tua blogada, desprovida de sentimentos mesquinhos e alimentada por admiração e valorização à Química e às mulheres, faz-se verdadeira, carregada de emoções e com o desejo maior de espalhar boas sementes por todos os cantos que tua escrita alcança. Então, compartilhando de teus objetivos, aqui me faço um apoiador e admirador de tão nobre iniciativa. Já, nesta última semana setembrina, um mês que me é caro e valoroso, meu abraço de ótimo final de semana!

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  2. Meu querido amigo Élcio,
    sinto o quanto a relação escrita<>leitura envolve o nosso ser intelectuais.
    Tu pensavas naquilo que poderia eu ter publicado na minha blogada de fim de semana e eu imaginava o meu leitor sorocabano trazendo o sempre sábio comentário.
    Muito obrigado, parceiro.
    Na coletânea dos dez textos do livro “Histórias da Química” eu elegi no meu capítulo fazer uma homenagem àquela que é, talvez, a mulher mais importante da história da humanidade. Por tal, trouxe os três dolorosos calvários de Marie Curie — um dos quais uma linda, mas triste história de amor.
    Que bom que dos 153 leitores que acessaram o blogue até as 19h aquele da intrépida Sorocaba deu mais qualidade ao meu escrito com um douto comentário, com cada vez mais espraiada admiração nesses tempos temerossos, como bem denominas nossa realidade

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  3. Querido Attico,

    Sinto-me honrado e orgulhoso de poder compartilhar contigo e com os demais esses recortes da história da Química.
    Que possam ajudar àqueles e àquelas que se aventuram a desvendar a perspectiva humana dentro das ciências exatas.
    Grande abraço!

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  4. Prezado Chassot,

    Excelente texto, como sempre.
    Obrigado pela atenção.

    Só te informo, para correções, que o nome da nossa colega da UAST/UFRPE é Flávia Cristiane Vieira da Silva, e não Flávia Cristiana Moreira da Silva.

    Obrigado novamente!
    Abraços!

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  5. Realmente uma obra que não pode faltar na estante dos que apreciam uma boa história (ou boas histórias), mestre! Foi um prazer ler a poesia que é o seu capítulo. Grata pela menção a minha humilde apresentação!
    abraços da terra de lampião (Serra Talhada).

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