ANO
10 |
EDIÇÃO
3150
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Escrevi no grupo de WhatsApp
no qual participam minhas irmãs e meus irmãos e também cunhados e cunhadas:
Minhas queridas e meus
queridos,
que a celebração de mais
uma Páscoa, entre outras emoções , possa nos remeter também, a evocações de
nossa infância marcadas pelo amealhar de cascas de ovos das quais o conteúdo
era retirada cuidadosamente por um furos para depois serem reenchidas com
amendoins açucarados, após tintadas de maneira muito artesanal, com papéis
crepons multicoloridos e ainda ovos duros sempre acompanhados da advertência
que deviam ser consumido logo; encontrar num ninho, numa situação muito
excepcional um ovo de açúcar, com uma ocular para espiar uma cena pascoal no
seu interior era algo muito festejado. Não há como não rememorar as quase
mágicas celebrações do aleluia na igreja, onde a ritualização maior para nós
crianças era o desvelar das imagem cobertas por panos roxos há duas semanas.
Quando pensava nessas
recordações dava-me conta que fomos a última geração que as fruiu. Nossos
filhos e muito menos nossos netos, não viveram essas experiências de
religiosidade.
Tudo isso era para dizer
Feliz Páscoa para cada uma e para cada um, que hoje se tece também com a marca
da saudade dos que já foram.
Meu cunhado Otelo
acrescentou: ... lembro das matracas na procissão dos ramos e de levar para
guardar em casa as palmas (cicas do Paulo) bentas. Estas eram usadas quando as
tempestades eram muito violentas nos ventos, chuvas, relâmpagos e trovões. Um
pedaço da palma era queimada na fornalha do fogão a lenha como pedido de
passagem rápida da tormenta. Coisas do antigamente.
E minha irmã Tile
completou: ... E tinha também os coelhos de pão de mel que a mãe fazia e
enfeitava! (receita da d. Helga Shardong) ... E os ninhos com ovos cozidos
tingidos de papel crepon (a tinta soltava com vinagre) técnicas antigas... Bem
desejo a todos uma Feliz Páscoa!
Querido Mestre Chassot,
ResponderExcluirbonita a trazida de uma confraternização familiar. Mesmo nascida na década de 50, lembro de muitos relatos que o senhor traz. Já meus filhos não conheceram nada disso.
O mais singular que nossos (seus + meus) pais viveram o que senhor relata, mas também — e não sem muita diferenças — nossos avós, bisavós e outros ancestrais. Pertencemos a geração que viveu a virada.
Obrigado por evocar saudades.
Michaela Michalski