O monumento aos livros está em Morro Reuter, próximo a Porto Alegre. 72 livros
Estamos já vivendo a última semana de fevereiro. Estou com livros a mancheia. Três verbos determinam meu viver como homo librorum nesses meus novos tempos de neo-aposentado: ler, escrever e publicar. Os dois primeiros preenchem quase exclusivamente o meu/nosso quotidiano. O que estamos fazendo agora? Lendo e/ou escrevendo!
O terceiro: quantos de nós já não sonhou ser um editor? Muito provavelmente ser editor de um blogue é uma maneira ‘pequena’ de realizar este sonho reprimido. Ler também os nossos escritos nos faz editores! Ler os comentários laudatórios de nossos colegas nos faz quase detentores do Nobel de Literatura.
Faço uma experiência: edições menores; edições trazidas de excertos de edições grandes. Agora os dois momentos já anunciados. Um dos momentos preencheu meu fim de semana e ainda se espraia pelos dias que fluem. O terceiro (publicar) ainda me interroga. É irrespondível. Eis um teste:
No sábado, um passarinho, ainda implume, caiu no foyer pela chaminé da lareira, de provável ninho no piso superior. Não voa ainda, mas se adonou e marcou sua presença em peças da casa. No domingo, com orientações de distantes pontos do país recebi recomendações para hidratá-lo e alimentá-lo. Não tive muito sucesso. Acolchoei-lhe uma caminha. Na manhã de segunda-feira, anunciei aos meus parceiros salvacionistas que o frágil passarinho fora a óbito. Engano meu. Ao ascender para dar-lhe sepultura no jardim, manifestou-se piando a doer. Então, de vez em vez, ofertei-lhe uma solução hidratante, leite morno, pirão... Não fui hábil. Penso que a oferta não foi aceita. À tarde, na expectativa que seu piar chamasse sua mãe (depois me disseram que as mães não reconhecem filhotes que foram tocados por humanos e os deserdam), levei-o a um tomar um sol, entre nuvens, nada intenso. Foi fatal. Ele morreu. Dei-lhe sepultura sob uma lápide, onde penso que vejo escrito este memorial. Sofri. Sofro. Eu não mato uma das milhares de drosophilas que se apossaram de minha cozinha, ajudei a matar um passarinho ainda implume (levando-o ao sol).
Agora um interrogante fulcral: como o episódio do frágil filhote e os cruéis crimes contra a humanidade em centros de extermínios se entretecem. Parece que não preciso responder. Até a vindoura sexta-feira.
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