TRADUÇAO / TRANSLATE / TRADUCCIÓN

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

ACERCA DE UM (MUITO QUERIDO) RETORNO

ANO 17*** 23/09/2022***EDIÇÃO 2052 O blogar desta sexta-feira é muito especial. Termina o inverno. Começa a primavera. Não me relaciono bem com o dito inferno astral. Quando da última edição deste blogue, em 17 de junho, parece que prognosticava um inverno astral. Escrevia então: esta é a penúltima edição deste lento primeiro semestre 2022. Mesmo que a primavera começasse ontem às 20h04min, a despedida do inverno foi/é com aquele frio gélido dito como os ventos de finados. Houve uma penúltima edição… mas, não houve (e não haverá!) uma última edição no já passado primeiro semestre de 2022. Durante os 16 anos deste blogue nunca deixei de postar pelo menos uma edição semanal. Houve períodos em que as edições eram {!pasmem!} diárias. Mesmo em férias, não esquecia meus leitores. Houve quem dissesse viajar comigo. Neste inverno não apenas deixei de publicar qualquer edição, como não signifiquei explicações para o meu silêncio. Retorno a 21 de junho, terça-feira -- primeiro dia do inverno no Hemisfério Sul -- este parecia não oferecer mais do que um dia chuviscoso e muito frio. Na minha agenda dois compromissos: pela manhã uma fala acerca de uma alfabetização digital como uma necessidade moral na UFMT no campus de Sinop MT. Era, então, acolhido pela Patrícia Rosinke que fora minha orientanda no doutorado na Reamec. Estudamos as miscibilidades entre o sagrado e o profano nos Quatro Elementos Alquímicos. Isso gerou um livro. Atribuí nota 5 (de 10) à minha fala matinal. Fiquei devendo algo melhor. Na parte da tarde a situação foi diferente. Tinha, compartilhado com minha colega Alessandra Rezende, dois de três tópicos da penúltima de 15 aulas de História e Filosofia da Ciência na graduação da Unifesspa. Ocorreu um imprevisto, talvez catalisado pela atividade da manhã:adormeci no breve intervalo que fora proposto. No segundo tempo, a Alessandra acolheu minhas explicações e disse que já reorganizara a aula. Eu fiquei muito atrapalhado. Em 62 anos como professor não tivera antes esse impasse. Lembro (aceito que muitos de meus relatos sejam ‘viajadas’!) que procurava acessar uma tomada para carregar a bateria do celular. Adormeci. Acordei. Três episódios eram visíveis: 4 ou 5 gotas de sangue no chão onde estava deitado; um dedo quebrado (para recordar a infância: Minguinho, Seu Vizinho, Pai de Todos, Furabolo, Mata Piolho). Depois soube de fraturas de duas costelas e mais 3 ou 4 fraturas nasais. Ainda uma dolorosa consequência: não podia levantar para caminhar. Isso impedia de chegar ao telefone para pedir ajuda. Um trecho que fazia em 10 segundos, levei mais de um hora, me arrastando no chão. Não podia abrir a porta. A tarde se fez noite gelada. Depois de cerca de seis horas chegaram Rute e Moisés, que tinham a chave de entrada de minha morada. Estavam preocupados com minhas não respostas na minha longa ausência. Não tive forças para cantar o Aleluia de Handel. Só queria um banho quente e ir para minha cama. Saboreava aquele que passaria ser o melhor iogurte do mundo. Chegam 2 paramédicos: devo ser levado ao Hospital Moinhos de Vento! Não previra isso. Na ambulância, sou informado que o HMV não tinha plantão de traumatologia naquela hora. Levam-me para o Hospital Pronto Socorro. Fico em uma movimentada Emergência. Durante a noite e pela manhã, sou entrevistado por especialistas de diferentes áreas médicas. Primeira pergunta que não sabia responder: como o senhor se machucou? Inventei. Fantasiei. Pelas 10h da manhã, depois de prometidas e esperadas altas, fui informado que familiares estavam na recepção aguardando minha alta. Vibrei por voltar para casa, sem nada grave a curar. Ledo engano. Meu destino era o HMV. Fico na Emergência lotada. Fantasiava. À noite, no segundo dia, sou transferido para UTI. Novas fantasias, como estar numa unidade do HMV em Capão da Canoa. Muitos exames sofisticados em diferentes áreas. Na sexta-feira -- quarto dia de investigações, sem respostas à pergunta: por que na tarde de terça-feira o senhor caiu? -- fui transferido para um quarto privativo. Fiz exames sofisticados: tomografia do crânio e tomografia do coração e muitos outros. Quando do meio-dia do 8⁰ dia de hospitalização aguardo a realização de um estudo eletro fisiológico. No dia 14 de julho (24⁰ dia de internação) tenho alta do segundo hospital. Parto com um anunciado ‘impulsos para uma vida longa’ ou um CDI = Cardioversor Desfibrilador Implantável. ♤♡◇♡ NOTA IMPORTANTE: As informações médicas deste texto não estão avalizadas por médicos.♤♤♤♤ Alerto ao meu leitor que não vou trazer mais narrativas destes dois primeiros hospitais; nem dos 12 dias no Hospital Mãe de Deus, um mês depois do HMV. Mesmo que de maneira continuada recebesse recomendações do tipo ‘aproveite para descansar’ as rotinas (= os protocolos) são tão intensas que eu não amealhei substantivas narrativas. Tentei entender algo da imigração alemã católica e alemã luterana no Rio Grande do Sul e as relações hospitalares (como as escolares). Tenho alguns relatos que podem se converter em blogares. As próximas edições não serão hospitalares. Já prometo sumarentas resenhas. Encerro partilhando a cereja do bolo: dentre várias palestras e bancas já agendadas para este último trimestre tão sonhado deste 2022 não raro tétrico, ontem recebi uma notícia completamente imprevisível, mas muito querida: o Professor Janio Alves, diretor do Colégio Israelita Brasileiro, me convidou para receber homenagem, ex-diretoras e ex-diretores, no próximo 20 de outubro, por ter sido diretor do Israelita há 30 anos (há 60 anos fora professor do Israelita). Vivo emocionado este convite inenarrável.

20 comentários:

  1. Feliz com seu retorno, Mestre!

    ResponderExcluir
  2. Que maravilha 😍 Parabéns 👏👏👏 E que Deus abençoe sempre sua vida 😀😊❣️

    ResponderExcluir
  3. Que maravilha te ler por aqui novamente. 🤩

    ResponderExcluir
  4. Mui querido amigo Chassot, nossas energias carregadas de positividade e esperanças pela sua saúde, que do mesmo modo, compartilha-se com tantos, agora, retomando vínculos virtuais, ultrapassando distâncias e alimentando convivências. Parabéns pela homenagem! Seja, muitíssimo, bem-vindo ao blog, que agora, já não é só teu, é de todos nós! Vivas!

    ResponderExcluir
  5. Parabéns paizinho por retomar o blog, att Clarissa

    ResponderExcluir
  6. Folgo em lê-lo por aqui. Folgo em vê-lo recuperado e recebendo homenagens. Grande abraço, amigo e mestre.

    ResponderExcluir
  7. Grande abraço, Emely Kazan

    ResponderExcluir
  8. Feliz em ler novamente seu famoso blog! Emely Kazan .

    ResponderExcluir
  9. Felicidade lê-lo novamente! Viva o retorno ao Blog e às justas futuras homenagens! Att Daniel Cardoso

    ResponderExcluir
  10. Mestre, ler o senhor novamente é como sentir o perfume das flores do seu jardim! Feliz retorno primaveril 🤩!

    ResponderExcluir
  11. Que leitura perfumada! Feliz demais com seu retorno!🥰

    ResponderExcluir
  12. Estamos muito felizes com o seu retorno, seja bem vindo de volta !! Um grande abraço da tua sobrinha guga

    ResponderExcluir
  13. Professor, será um prazer recebê-lo no Israelita novamente!

    ResponderExcluir
  14. É um prazer visitar seu blog.
    Obrigado pelo relato.
    O inverno passou, chegou a primavera.
    Aguardo para ver os botões das flores acabarem de se abrir
    no próximo domingo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. o autor do comentário assinado como meu é do Professor Donizetti (IFES)

      Excluir
  15. Prof Chassot aqui é a prof Vilani do Piauí. Fiquei pensando no Sr esses dias. Fui procurar notícias suas na internet. No início da sua narrativa fui sabendo do acontecido. Feliz pela sua recuperação. O Sr. merece toda homenagem. Sempre generoso em partilhar. Saudades. Profa Marlucia manda forte abraço.

    ResponderExcluir