ANO 15 |
Agenda de Lives em página |
EDIÇÃO 3706 |
Esta
já é a sexta edição deste blogue depois do recesso das festas
(19/12/2010<>14/01/2021. Para produzi-la tenho um muito gérmen de
cristalização. Revisito um pequeno texto que teve circulação reservada. Este poderia
pertencer a série Memórias de tempos
pandêmicos. Como prelúdio há dois episódios. Um natalino e outro de ano
novo. De vez em vez, refiro o quanto a pandemia é bipolar. Ora temos a pandemia
do mal, cruenta e dolorosa. Vez ou outra, a pandemia do bem, sumarenta e
saborosa.
No narrar trago, por primeiro um episódio quase
macabro, gestado pela pandemia do mal. Mas, há outro, prenhe de benesses,
gestado na pandemia do bem. Mesmo um e outro, abissalmente díspares, fi-los
concorrentes enquanto indicadores de minha sanidade cardíaca. Esta,
afortunadamente, excelente, como prognosticada e ratificada pelo meu
cardiologista, quando este conheceu o narrar dos dois episódios, tal como faço
agora.
Primeiro episódio:
Passava um pouco das 12 horas. Curtia o sábado do feriadão natalino. O assalto
que sofri então é um golpe muito conhecido e várias pessoas, à oitiva de meu
relato, dizem que já foram (ou conhecem) vítimas. Para mim também não foi a
primeira vez... mas sofri como se fosse a primeira. Há momentos patéticos e
cruéis. Estes se iniciaram quando atendi, no smartphone, uma chamada originada
de um telefone privado. Logo ouço uma voz feminina chorando e bradando: Pai, atende o que eles pedem!... Eles vão me
matar!... Tem um revolver engatilhado nas minhas costas. Paizinho, me salva! Então,
o bandido fala suave, qual diplomata negociador: O senhor tem duas escolhas: pagar um
resgate ou receber sua filha morta para passar com senhor as festas de fim de
ano. Quanto é o resgate? Quanto o senhor oferece? Tudo que tenho em casa: 150 reais. Riso
debochado. Isso
não paga o caixão para enviarmos o corpo! Quanto o senhor pode retirar agora do
banco? Eu tenho 150 mil. O senhor pode sair agora para sacar este dinheiro?
Eu há 10 meses não saio de casa! A sua filha disse que o senhor é doente. Então
fiz a pergunta salvadora. Qual delas disse isso? Não houve resposta.
Saquei o golpe. Desliguei o telefone. Liguei para Clarissa, que me atendeu de
primeira. Ana Lucia. Há não muito tinha falado na família dos sogros.
Segundo episódio:
uma das últimas mensagens que recebi no bissexto 2020, trazia este preâmbulo: Querido
Professor, no decorrer de 2020, os nossos grupos de pesquisa se dedicaram a
elaborar uma homenagem aos seus 60 anos de dedicação à educação. O resultado se
encontra anexado a este email. Trata-se da nossa primeira versão completa que
ainda será melhorada. Quem assina
a mensagem é o Prof. Dr. Vanderlei Folmer, pesquisador líder de grupos de
pesquisa da Unipampa, câmpus de Uruguaiana.
A
produção anexada é algo incrível: um livro de 305 páginas, com 19
capítulos, escritos por cerca de três dezenas de autores (há nomes dentre estes
que estão em mais de capitulo). Cada um destes capítulos detalha
dimensões teóricas e/ou empíricas de minhas diferentes ações no ser Professor
há sessenta anos. Trata-se de um Festschrift (um livro que se fez como um tributo
ao meu ser/fazer Educação).
No
entardecer do dia 30/12/2020 escrevi: Meu querido amigo e colega Folmer, no
sábado natalino vivi uma ameaça de sequestro à filha minha que serviu para
ratificar minha sanidade cardíaca, atestada pelo meu cardiologista. Esta manhã
o teste a coronárias se repetiu. Fui/Estou nocauteado. Recebi um livro de 305
páginas onde há a impressão que tu e dezenas de colegas parecem estar
equivocados. Não tenho feito o que vocês consagram. Há, numa leitura do sumário
e de alguns capítulos, superestimações. Vocês não estarão se expondo na
comunidade acadêmica querendo dar uma visibilidade equivocada? Não há um forçar
a barra na construção de herói balofo? Não sei o que fazer; me faço expectante.
Levei um janeiro para maturar a proposta. Primeiro pensei no exaustivo trabalho ao qual se dedicaram tanto pesquisadores, em tempos pandêmicos, durante quase um ano. Li, mais vagarosamente os diferentes capítulos. Surpreendi-me como mestres, doutores, mestrandos e doutorandos de um amplo espectro de várias áreas das Ciências, se fizeram arqueólogos e souberam encontrar e lapidar textos, que eu nem lembrava mais.
Conversei
com alguns dos autores. Abracei a proposta. Dia 13 de março, quando completo 60
anos de professor, o livro será lançado, ainda em suporte eletrônico, desde o
câmpus de Uruguaiana da Unipampa. O evento será de celebração da data marcada
pela apresentação do Festschrift que a Wikipédia diz ser “O termo em língua alemã Festschrift (ou
''Festschriften), na Academia, se refere a um livro que homenageia uma pessoa
influente ou reconhecida, especialmente um pesquisador. Geralmente é lançado
enquanto o homenageado é vivo. O termo pode ser traduzido como "livro de
homenagem" ou "livro de celebração". Um Festschrift contém
contribuições inéditas de colegas do homenageado, podendo incluir seus
ex-alunos. Geralmente é publicado na ocasião da aposentadoria do homenageado,
ou quando ele completa certo tempo de carreira (trinta anos ou mais)”.
Aqui
e agora, um convite — de um ainda avacinado
— para estarmos juntos dia 13 de março de 2021. Será uma festa com os
protocolos de tempos em que comemoraremos, então, a Vida, há um ano em
isolamento social.
Caro amigo Chassot, como se diz popularmente... nada como um dia depois do outro... Depois de alguns episódios desagradáveis, chega a bonança e a boa notícia que me deu muita satisfação... UM livro inteiro de homenagens ao meu amigo Chassot!!! Até nesse momento Chassot mostra algumas de suas qualidades intrínsecas: modéstia e humildade. Ambas tentando justificar o seu não-merecido "prêmio"! Mas... pergunto eu ao amigo Chassot, quantas pessoas você conhece, Chassot, que têm ou tiveram 60 anos de intensa atividade profissional? Conte nos dedos de uma única mão quantos desses poucos puderam ser chamados de... Professor! Então meu dileto amigo, conforme-se e aceite de bom grado essa manifestação tão séria e, ao mesmo tempo, tão carinhosa! Parabéns, amigo Chassot.
ResponderExcluirNelson, meu querido amigo. Minha gratidão. Tenho orgulho de nossas parcerias intelectuais.
ExcluirCaríssimo amigo! Homenagem mais que merecida! Ainda bem que há pessoas que reconhecem valores! E tu és, sempre foi e serás, um valor legítimo na ciência e na divulgação dela. Meus mais sinceros parabéns!!!
ResponderExcluirMuito querido amigo Feliciano Flores! Muito obrigado pela tua carinhosa manifestação! Com muita gratidão
ResponderExcluirQuerido amigo. Es um querido nosso! Que alegria! Compartilho da reverência que teus colegas fazem a ti!
ResponderExcluirQuerida Dinorá!
ExcluirMuito obrigado por tua reverência. É muito bom ter esse pertencimento a este grupo!!!
Hoje, cada vez mais, precisamos disto!
Caro professor, espero que tenhas um bom dia! Li o teu blog sobre o Festschrift, e alegro-me muito pelo e com o senhor -- queria poder estar com vocês na ocasião do lançamento do livro.
ResponderExcluirNuito querido colega Daniel, por vivermos em um país de avacinados, estaremos todos mais juntos a 13 de março. Expectante
ExcluirCaro prof. Dr. Daniel Soares!
ExcluirComo vivemos uma vida virtual, poderás acompanhar o pré-lançamento através do YouTube no canal https://www.youtube.com/c/GrupoColaborativoFlexilhas/featured
Serás muito bem vindo!
Abraço
Desde a pandêmica Amazônia, meu reconhecimento e minha gratidão a jovem e briosa Unipampa por catalisar este original e merecido Festschrift ao nosso sempre querido Mestre Chassot
ResponderExcluirMeu Caro Mestre! Merecida certamente esta homenagem que te fazem os pupilos e colegas de Educação Científica. Desconhecia esta Expressão Germânica cujo conteúdo traz a palavra adequada pelo idioma alemão. Estou curioso e muito atento às novidades que vem por aí. Um grande final de semana e aguardemos o Festschrift. Abraço do JB
ResponderExcluirQuerido Attico,
ResponderExcluirparabéns pelo Festschrift! Brilhante ideia do grupo. Fico anelante pela leitura desses relatos e narrativas sobre teus gloriosos 60 anos no magistério.
Abraços, com reiterada admiração.
GB
Queridísimo Attico:
ResponderExcluirVaya sorpresa para mí, leer este blogue, imaginándome esos instantes que han puesto su instinto de supervivencia a prueba.
Simultáneamente, saber que han escrito algo tan emocionante como su "huella" como profesor, es dignificante para quienes tanto aprecio tenemos por sus aportes.
Sus gritos de libertad, son contundentes y nos "contagian" para resistir!
Fuera fascistas de Latinoamérica.
La ciencia, que usted enseña y muchos de nosotros aprendemos, deberá poner fin a tanta barbarie y mediocridad de animales en el poder.
Su amigo eterno,
Enzo Fagúndez,
desde Salto, Uruguay
Chassot: Este mineiro está feliz, e muito, com o seu Festschrift. Homenagem mais que merecida, não só pela importância, qualidade e relevância de seis décadas de trabalho, mas também pelo ser humano que você é. Uma pessoa que, a despeito da distância e da enorme eventualidade dos contatos pessoais nessas 6 décadas, lhe tem grande afeto e admiração, bem como sente-se honrado em poder dizer: Chassot é meu amigo. Quando o livro estiver disponível, qualquer que seja o meio, avise. Essa mensagem é compartilhada com Inez.
ResponderExcluirCuriosa fiquei sim, acerca da palavra Festschrift, até então desconhecida por mim.
ResponderExcluirEntre curiosidade e orgulho, fico com o segundo. O novo termo já foi descoberto ao longo da leitura, o orgulho pelo homenageado, permanecerá para sempre.
Atrevo-me a dizer, que represento um grupo distinto de seus admiradores, ou melhor, dos tantos que reconhecem indelevelmente, sua pessoa, seu trabalho, sua prestimosa colaboração à Ciência e consequentemente à Humanidade, nestes 60 anos de docência, pesquisas, estudos, abarcando uma experiência, senão invejável, digna de ser "copiada", de tê-la como "iluminismo".
Mas voltando à minha representatividade pelo grupo citado, sendo este um Grupo Singular, deixo aqui registrado que o Mestre em destaque, Áttico Chassot, ministrou aulas na UAM, Universidade Aluno Maior/IPA a alunos, que competiam com a sua idade, seus saberes e com também, interessantes caminhadas das mais variadas, sendo eles; professores, médicos, advogados, dentistas, donas de casa, músicos, entre tantos outros. No entanto, a entrada em sala, do senhorzinhos de olhos azuis, quais belas bolinhas de gude, suspensórios alinhados em seu dorso, "óculos ocultos", que convidavam a turma a refletir sobre Os privilégios de assestar os óculos da maturidade para ler o mundo", a turma silenciava, para ouvir o gigante professor que ora instigava seus alunos com a indagação; "A Ciência é masculina", ora relatava suas peripécias carregadas de ensinamentos por este Brasil afora, dando-nos a certeza, de que mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende".
Modéstia, humildade, simplicidade, generosidade, são tributos ao seu ser/ fazer educação.
Diante do exposto, agradecida a brilhante iniciativa do Prof. Dr. Vanderlei Folmer, faz-se mister, que agregue-se aos demais pesquisadores, mestres, doutores, mestrandos, doutorandos e demais alunos, a conivência nesta homenagem, legítimo tributo a quem ficará na história para sempre.
Carinhosamente Violetta
Fiquei intrigada com a palavra Festschrift, o que seria? Vejo que é uma homenagem mais que merecida. Não o conheço pessoalmente, conheço-o pelos livros e, no decorrer do ano pandêmico, pelas lives! Parabéns! Homenagem mais que justa!
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