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sexta-feira, 4 de maio de 2018

04.- Vende-se tabaco, perfume importado, educação e camiseta de marcas



ANO
 12
Livraria virtual
Www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
3351


Nesta blogada inauguro maio. Lamento não continuarmos vivendo o encantamento no falar em histórias de amor. A propósito, a apreciada edição anterior Era uma vez dois amorosos amantes... fez que dois leitores acolhessem desafios e se propusessem a partilhar mais acerca dos amores de Abelardo e Heloisa. Por ora, nós outros leitores somos encantados expectantes.
Hoje o assunto é Educação. Lamentavelmente há que denunciar a Educação feita mercadoria, já lembrada em Vende-se tabaco, perfume importado, educação e camiseta de marcas.
A Kroton Educacional, maior empresa de educação do mundo, vai se tornar ainda maior. Na terça-feira, 24 de abril, saiu o anúncio de que para muitos a quase ignota companhia (desconhecida até por professores) assumiu o controle da Somos Educação -– dona do sistema de ensino Anglo e de editoras como a Ática e Scipione, grandes produtoras de material didático. A compra, no valor de R$ 4,6 bilhões, ainda está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que regula a concorrência. É a segunda aquisição da Kroton – que controla grande parte do mercado privado de educação superior no país, com 877 mil matrículas em um universo de 6 milhões de vagas – na educação básica em menos de um mês.
A Kroton já havia anunciado em abril a compra do colégio Leonardo da Vinci, no Espírito Santo. Segundo a empresa, com a aquisição da Somos, a fatia de sua receita que vem do ensino básico deve aumentar de 3% para 28%, consolidando uma guinada em direção à educação básica.
Allan Kenji, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que estuda a atuação dos grupos empresariais na educação e sua vinculação com o capital financeiro, explica os fatores que determinaram essa mudança de prioridade da Kroton e fala sobre como esse movimento está relacionado às alterações na educação básica no Brasil, com a reforma do ensino médio e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e também com o processo de financeirização do capital na educação.
A entrevista que Allan Kenji concedeu ao portal EPSJV/Fiocruz está no IHU do Instituto Humanitas/Unisinos
 http://www.ihu.unisinos.br/578444-kroton-educacional-em-termos-de-educacao-publica-nunca-experimentamos-um-inimigo-com-uma-forca-social-tao-concentrada-como-esse


6 comentários:

  1. Lembro de uma resposta sua a uma de minhas perguntas que balbuciei presencialmente lá no início das nossas conversas ainda "desconhecidos". Falaste com certa "tristeza" no semblante: "Olha o que fizeram com a educação, coloram-na na preteleira do mercado". O conceito sobre "mercadoria" nos remete a Karl Marx, um dos primeiros a refletir criticamente sobre o sentido das coisas, pessoas e demais que se transformam em objeto de troca no sistema capitalista. Compartilho aqui os 200 anos de seu nascimento nesta semana: Karl Marx, um homem que buscou saber muito porque sua vontade de compreender o funcionamento do mundo era de uma imensidão de causar inveja a qualquer intelectual. Tinha sede por entender os motivos pelos quais havia/há/haverá neste sistema, muitíssima Desigualdade Social, causas da maioria das misérias, violências, em comunhão com outras causas. Marx vive. Vale refletir seu pensamento. O que Marx diria sobre a mercantilização da educação? Certamente pediria para apenas ler seus escritos e compreende-los. Já estava/está escrito há quase 200 anos... Grande abraço, meu caro Mestre.

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  2. Muito querido colega Vanderlei,
    obrigado por no teu comentário a esta blogada teres evocado, com muita pertinência, que neste sábado dia 5 de maio, Marx completaria 200 anos. Há tempos que o desejo de seus inimigos era que seu projeto fosse rapidamente enterrado e esquecido. Não conseguiram. Não conseguirão.
    Mas tu fazes um alerta com muita propriedade: “Marx vive. Vale refletir seu pensamento. O que Marx diria sobre a mercantilização da educação? Certamente pediria para apenas ler seus escritos e compreende-los.” É isso aí, Vanderlei.
    Agradeço também trazeres cenas de nossas aulas que o tempo não apagou de tua memória mesmo que já distem cerca de uma década de nós.
    Teu comentário qualifica meu blogar

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  3. Chassot, amigo mui caro! Ainda não consegui resolver o problema da postagem pelo e-mail de Adriana, minha esposa. Mas sei que aceitas e ela me apoia. Então, vamos lá! Uno-me aos teus sentimentos e à tua indignação quando fico sabendo de "presentinhos" oferecidos aos agentes e gestores públicos. Estamos, sempre, retornando aos espelhinhos "presenteados" aos nativos do Brasil e das Américas do Centro e do Sul, pela exploração. Gostei muito da escrita "Vende-se tabaco, perfume importado, educação e camiseta de marcas." pela clareza e pela verdade que descortinas. Meu abraço solidário de inconformidade! Élcio.

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    1. Meu querido colega Élcio,

      realmente o temoroso nos leva a o tempo que se presenteava apitos, facas e espelhinhos.

      Frase de uma escola que visitei ontem

      AMAR SEM TEMER

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  4. Educação agente dá para alguém,não como uma mercadoria material mas como um presente afetivo.
    Abraços Luvander

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    1. Meu caro Luvander,
      plenamente de acordo contigo.
      Obrigado pelo retorno

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