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quinta-feira, 3 de março de 2022

ASTRONOMIA AMAZÔNICA*bis


ANO 16***25/02/2022***EDIÇÃO 2034bis

Mais uma vez este blogue se tinta de luto: faleceu ontem minha prima-irmã Enilda Junges Lopes. Muitas evocações se tecem desde ontem, especialmente dos meus dois primeiros anos de Porto Alegre (1958 e 1959), quando morei na casa dos queridos tia Rosinha e Tio Arnaldo, pais da Enilda. Choro saudades.

Um dos mais usuais fazeres de docentes envolvidos na pós-graduação é a participação em bancas. Estas são presente tanto na formação de mestres quanto de doutores, em dois momentos muito díspares: uma é a banca de qualificação (que sempre destaco como a atividade que tem o nome mais bem posto:  pois é o momento que mestrando/ doutorando traz a banca uma proposta, que os membros da banca buscam qualificar). 

Há ainda neste fazer acadêmico duas outras situações: a defesa é de uma tese ou dissertação de é de orientando de quem somos orientador. Levarmos um orientando à defesa não é tão fácil, pois o orientador convalida a produção de seu orientando. Há ainda uma outra que somos convidados para um dos avaliadores. Temos que avaliar uma dissertação ou tese de mestrando ou doutorando, que estudou dois ou quatro  anos um tema específico e temos duas ou três semanas para avaliarmos. 

Esta manhã participei de uma avaliação da Dissertação de Mestrado de Gleyson Miranda de Souza apresentada ao Programa de Pós-Graduação em ensino de Física, no Curso de Mestrado Nacional Profissional de Ensino de Física (MNPEF), como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ensino de Física. Em se tratando de um mestrado profissional o mestrando deve apresentar um produto. Na dissertação em tela narra-se a produção e aplicação de livro paradidático para o ensino de Astronomia Cultural: “Uma aventura pelos céus da Amazônia” A dissertação e o produto foram orientados pela Profa. Dra. Camila Maria Sitko Meira dos Santos. Estiveram comigo na banca os professores doutores da Unifesspa Cláudio Emídio e Maria Liduina. O trabalho apresenta reflexões que envolvem o ensino de Astronomia na Educação Básica, mais especificamente, a Astronomia Cultural. Há proposta de uma sequência didática e de um livro paradidático no contexto da Amazônia, que se refere às constelações indígenas. A temática do multiculturalismo faz parte dos Temas Contemporâneos Transversais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), assim como contempla a habilidade EF09CI15: “relacionar diferentes leituras do céu e explicações sobre a origem da Terra, do Sol ou do Sistema Solar às necessidades de distintas culturas (agricultura, caça, mito, orientação espacial e temporal etc.)”. Este trabalho apresenta atividades práticas de Astronomia, as quais consideram as diferentes formas de se interpretar o céu.


O produto educacional foi aplicado a partir de uma sequência didática e o público-alvo foram 20 alunos do 9º ano do ensino fundamental da escola Tia Erica Strasser, localizada no município de Moju-PA. A sequência didática contou com a elaboração de 4 atividades práticas, incluindo a leitura do livro paradidático
“Uma Aventura pelos Céus da Amazônia”, aulas expositivas, uso do software Stellarium e atividades observacionais do céu a olho nu. Verificou-se que atividades como esta despertam a curiosidade dos alunos e contribuem para o processo de alfabetização científica, no entanto, ainda existem muitas barreiras a serem superadas, tais como a falta de recursos didáticos/paradidáticos apropriados, salas adequadas, ausência de computadores nas escolas, falta de formação adequada para os professores, entre outros fatores. Espera-se que o material aqui construído possa ser utilizado em outros contextos, por outros docentes, a fim de se explorar a área da Astronomia cultural na Educação Básica.




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