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quinta-feira, 24 de julho de 2014

24.- BRASIL E A PERDA DE ALIMENTOS


ANO
 8
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EDIÇÃO
 2844


Nesta quinta-feira tenho uma viagem que quase poderia me levar a Europa. Viajo Porto Alegre/Rio de Janeiro / Salvador / Aracaju gastando mais de 10 horas. Hoje, à noite falo em Itabaiana. Amanhã pela manhã tenho uma fala na UFSE, em São Cristóvão e a tarde participo de evento de Química em Itabaiana e à noite tenho uma banca de qualificação.
Ainda baseado na matéria assinada por Tatiana Freitas publicada na Folha de S. Paulo desta segunda-feira, 21JUL2014, trazemos a situação do Brasil quanto ao desperdício de alimentos.
O problema do desperdício no Brasil não se concentra no consumo, responsável por 10% das perdas. O maior índice está no manuseio e no transporte (50%), segundo estudo da Embrapa. Antonio Gomes, pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos, afirma que o transporte, o manuseio, as embalagens e a forma de comercialização de alimentos "in natura" no Brasil, a granel, são inadequados.
O Brasil está muito atrasado em práticas para reduzir as perdas", afirma Walter Belik, professor titular de economia agrícola da Unicamp e um dos autores do estudo mais recente da ONU.
Entre as mudanças sugeridas pelos especialistas para reduzir o desperdício nesse estágio da cadeia estão cargas refrigeradas para o transporte de frutas e verduras (ou pelo menos o transporte à noite, quando há menos luz e calor) e o fim das caixas de madeira para os perecíveis.
"Não é possível higienizá-las de forma adequada. Um fruto com fungo transportado ali pode contaminar muitos outros que serão levados no mesmo local posteriormente", diz Belik. No caso de cereais e grãos, são necessários investimentos maiores e mudanças estruturais. A principal causa das perdas está no transporte da safra por caminhões.
Segundo Antonio da Luz, economista-chefe do sistema Farsul (Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul), a única forma de reduzir o desperdício de grãos e cereais é aumentar de maneira significativa a participação do modal hidroviário na matriz de transportes. "Um caminhão não foi feito para percorrer 2.000 quilômetros com soja." Ele compara o transporte da soja no Brasil e nos EUA, que produz volume semelhante. Enquanto 60% da oleaginosa é transportada por hidrovia nos EUA, no Brasil esse percentual é de apenas 11%.
Além dos grãos que caem das carretas durante os longos trajetos, o economista calcula as perdas financeiras. Enquanto um produtor de Iowa (EUA) gasta US$ 100 por tonelada para percorrer 2.149 quilômetros até o porto de Nova Orleans e colocar a sua soja em Xangai, o agricultor de Sorriso (MT) tem uma despesa de US$ 157 por tonelada, considerando um trajeto menor até o porto de Santos, de 1.900 quilômetros.
Em mercadorias, a diferença de infraestrutura e de custos entre o Brasil e os Estados Unidos causa ao produtor mato-grossense uma perda de sete sacas de 60 quilos de soja por hectare – o equivalente a 14% da produtividade média no Estado, de 50 sacas/hectare.
"Nós tratamos todo esse gasto a mais do produtor brasileiro como desperdício. E os esforços para reduzi-lo ainda estão muito longe do que é necessário", afirma Luz. 

Um comentário:

  1. Além dos problemas citados contamos com um sistema de silos insuficientes para nossa produção, o que faz a precária estocagem trazer prejuízos certos. Falta-nos também, a meu ver, uma política de conscientização de novos localívoros.

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