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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

18.- UM DIA SANTIAGUEÑO, COM ABALOS SISMICOS



Ano 6 *** Santiago *** Edição 1995
Na blogada desta quarta-feira, trago uma amostra do terceiro dia destes dez dias feriais. Já contei do domingo e da segunda-feira nas duas edições anteriores. Ontem, teve uma marca muito característica: um tour pela capital do Chile.

 Mas, antes do relato, algo inédito: por volta das 20h20min, por alguns segundos, vivemos por três vezes consecutivas, abalos sísmicos. No primeiro, a mesa balançou que tive que suspender a digitação desta blogada. No terceiro (o segundo em intensidade) vimos as cortinas balançar. Isto era mais visível, pois estamos no 13º andar.
Posteriormente, de agência noticiosa, lemos:

Terremoto de magnitude 5,6 atinge zona central do Chile

SANTIAGO, 17 Jan (Reuters) - Um terremoto de magnitude média atingiu na noite desta terça-feira a zona central do Chile, sem que fossem registrados danos imediatos após o movimento sísmico, afirmou uma agência do governo chileno.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos informou que o terremoto alcançou magnitude de 5,6 e que foi localizado 156 quilômetros ao norte da cidade costeira de Valparaíso, com 23 quilômetros de profundidade.
Mas o serviço sismológico da Universidade do Chile afirmou que o abalo sísmico chegou a 6,1 graus na escala Richter e que aconteceu às 20h21 (21h21 em Brasília). A Marinha do Chile descartou, em todo caso, um alerta de tsunami.
¿Se fiquei nervoso? Sim! Logo depois contei para meu filho Bernardo, que estava em um supermercado em São Paulo. Ele, como a Gelsa, já viveu experiência similar no Japão.
Mas, depois desta sensação que vivi pela primeira vez, que ainda me faz um pouco estonteado, falo de turismo. Compramos passes que nos davam o direito de usar um ônibus turístico das 09h30min às 17h, podendo subir/descer em 13 pontos distintos. Começamos no Parque Arauco (Parada 8) — onde se diz estar um dos maiores shopping da América Latina — e percorremos até a parada 13 — Museo Nacional de Bellas Artes — onde fizemos a primeira descida. 

Aí, visitamos o museu onde tivemos gratas surpresas. Primeiro, as muito excelentes obras da coleção permanentes e depois duas exposições temporárias. Uma de Matta, artista que foi destaque no relato de ontem; a exposição do MNBA, supera. A meu juízo, aquela que vimos segunda-feira em La Moneda. Outro Palolo — Pedro Pablo Valdés Bunster, (nascido a 01 de julho de 1956 em Santiago) um artista incrivelmente original e potente em seu trabalho. Vale ver www.palolo.cl Com pedras e ferros são construídas centenas de esculturas de todos os tamanhos como estatuetas pequenas como dos ‘três cidadãos’ (com cerca de 30 cm cada uma das estátuas) que se vê na primeira foto, até dezenas de touros de todos os tamanhos, com esculturas de 15 cm até o colossal touro que está na entrada do MNBA. Esta parada foi sensacional.

A parada seguinte — número 1 — foi na Plaza de Armas, talvez a mais central de Santiago, onde a Catedral [foto à esquerda] e o prédio da Central de Correios [foto à direita] têm imponência destacada. Na catedral — que visitei com mais vagar que na segunda-feira —, mesmo sendo próximo às 12 horas havia uma missa concorrida com lindo coral, que curti encantado.
A parada 2 é no mercado central, que serviu para reabilitar a impressão menos boa da segunda-feira. Foi muito bom apreciar ‘ostiones’ — da mesma família das ostras — saboreadas cru, com sal e limão. Ostiones ou vieiras (nome cientifico Pecten maximus) — moluscos bivalves marinhos da família Pectinidae. Nos países de língua inglesa são conhecidas como scallop, em francês são a famosa coquille saint-jacques. As conchas coloridas (que levo como ‘recuerdo’ para a minha fonte) em forma de leque de algumas vieiras, com seu padrão de pregas radiantes, são apreciadas por colecionadores e malacologistas e tornaram-se um símbolo de heráldica e de Santiago Maior, ostentado pelos peregrinos a Santiago de Compostela. É também a concha representada em O Nascimento de Vênus de Botticelli. A sua característica mais interessante na vida selvagem, segundo o National Geographic, é serem nadadores ativos, sendo o único bivalve migratório, movendo-se por propulsão com ajuda do músculo adutor.
Passamos, sem descer, pela Plaza da Constitución (Parada 3), onde vimos uma vez mais La Moneda, renovando as emoções de ontem, quando emocionados recordamos setembro de 1973 e trágica morte de Salvador Allende.
Na Parada 4, em Santa Lucía, na Bernardo O’Higgins, o Libertador, visitei a igreja São Francisco, a uma das mais antigas da América (1586). Esta parada exige mais tempo, pois há visitas maravilhosas nos arredores. 
Quase seis horas depois da partida, encerrávamos no Parque Arauco, onde iniciáramos. Só não aproveitamos mais o tour, foi por não termos preparado mais. Vale maior preparo para uma próxima edição.

6 comentários:

  1. Boa noite meu amigo !
    Quanto tempo hém!estava com saudades e vim te visitar...
    Que passeio gostoso e cheio de cultura...Aproveitar todos esses lugares se trata de uma arte e vc trouxe dentro da alma o desfecho cultural...
    Aproveite a oportunidade de ver muito bem o outro lado da moeda...
    Bjs meu querido!

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  2. Muito estimada Severa,
    obrigada por tua visita querida. Depois que tu leste a blogada desta quarta-feira aditei algo — que passo para ti — sobre os ‘ostiones’ ou vieiras. Nos países de língua inglesa são conhecidas como scallop, em francês são a famosa coquille saint-jacques. As conchas coloridas (que levo como ‘recuerdo’ para a minha fonte) em forma de leque de algumas vieiras, com seu padrão de pregas radiantes, são apreciadas por colecionadores e malacologistas e tornaram-se um símbolo de heráldica e de Santiago Maior, ostentado pelos peregrinos a Santiago de Compostela. É também a concha representada em O Nascimento de Vênus de Botticelli.
    Muito obrigado pela deferência de tua visita aqui

    attico chassot

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  3. Caro Chassot,

    imagino que a sensação de estar num lugar onde tudo treme não é nada agradável; que bom que a terça-feira foi de passeios muito aproveitáveis, tanto na arquitetura quanto na culinária.

    Boa continuação da viagem!

    Garin

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  4. Caro Attico,

    imagino o quanto deve estar sendo proveitosa para ti e para a Gelsa essa estadia nas terras chilenas, de Neruda e Allende. Que possa estar renovado para o início de mais um ano letivo, repleto de novos desafios.

    Abraços,

    Paulo Marcelo

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  5. Caro Chassot,
    Fico maravilhado com teu apurado tino para nos informar de suas andanças e descobertas. Sinto-me quase em Santiago através de teus olhares e interpretação do que vê. Parabéns e boa estada, JAIR.

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  6. Ave Chassot,

    que experiência fantástica do terremoto! Deve ser um sentimento único... a força do planeta!

    Adorei teu jantar malacológico. Comeste nas conchas do bivalvo Pecten! Tu sabes que estas conchas são helicoidais como os náutilus? Por mais que não pareçam... A razão é que a taxa de afastamento da espiral é muito alta, então o molusco fica adulto antes de completar uma volta inteira.
    Mas, como têm um ancestral comum com os nautilóides e assemelhados preservam as marcas indeléveis de sua origem anterior.
    São, também, o símbolo da Shell, pois seu fóssil é um indicador de petróleo.

    Abraços!

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