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terça-feira, 31 de maio de 2011

31. Crônica de uma morte anunciada


Ano 5

Porto Alegre

Edição 1762

“Aos nossos mortos nenhum minuto de silêncio. Mas toda uma vida de lutas.”



Na minha infância maio era um mês muito especial. No vou amealhar aqui recordações. Talvez para alguns de meus leitores as evocações de maio aflorem fortes. Este maio que estamos despedindo, talvez um dia seja lembrado como um trágico maio de sentidas perdas. Perdemos lutadores que se envolveram na defesa do Planeta.

Há, por tal, razões para no ocaso deste mês, que não foi das flores, mas foi das mortes, que estenda um convite emocionado a cada uma e cada um dos leitores deste blogue, para dispor de 9 minutos e ouvir a última palestra de Zé Cláudio Ribeiro em novembro do ano passado; ele conta que estava ameaçado de morte. Ele vivia na região de Marabá, no Pará, produzindo castanhas de maneira sustentável. Ele e sua esposa Maria do Espírito Santo foram assassinados na quinta-feira.

http://www.youtube.com/watch?v=CWa7shPsr_M&feature=player_embedded

Renovo o convite para uma atividade no próximo dia 2. E...que venha junho.


15 comentários:

  1. Caro Chassot,
    Pois é, cada vez mais, vejo esse mundo no qual vivemos desprezando os verdadeiros valores humanos. Quantas vidas equivalem a tantas árvores? O que é uma floresta frente ao dinheiro que posso tirar dela? Futuro? Que futuro? Os que mandam e os que obedecem inverteram de tal modo valor das coisas que, infelizmente, o mundo de nossos netos não terá uma floresta para aprender e admirar. Abraços, JAIR.

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  2. Ave Chassot,

    sempre um prazer ler teu blogue.
    Hoje de Campinas, na Reunião Bienal da RedPop.

    Grande abraço,
    Guy.

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  3. Meu caro Jair,
    realmente nossos netos correm o risco de conhecer uma Amazônia diferente daquela que nós conhecemos.
    Permito-me celebrar aqui e agora a fidelidade de te ter como leitor mesmo quando curtes celebrações em San Diego.
    Considero-me um editor privilegiado.
    Com estima
    attico chassot

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  4. Meu sempre atencioso Güy,
    sinto-me prestigiado por de ter como leitor mesmo quando ausente de nossa Porto Alegre, Há um tempo eras meu leitor no Estado Unidos e agora desde a UNICAMP.
    Com estima

    attico chassot

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  5. Querido professor
    Muito chateada fico por não poder comparecer à mesa redonda de quinta... trabalho até as 20h! Será uma conversa e tanto! Lerei aqui seus comentários!
    Um beijo

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  6. Thaíssa querida,
    seria um mata-saudade lindo a tua presença na mesa redonda, Certamente trarei algum comentário na sexta-feira;
    Um afago com evocações saudosas

    attico chassot

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  7. querido mestre

    estamos na aula de Saberes Químicos Escolares aqui em Juiz de Fora e assistimos ao vídeo.É muito triste e impactante. Isso nos faz repensar nossas idéias de consumo e pensar nas pessoas que estão lutando por um mundo melhor. Mesmo sabendo que sua vida corre risco. "Aos mortos, nenhum minuto de silêncio, mas uma vida de lutas." Essa semente foi plantada aqui em Juiz de Fora! Um abraço: Turma de Saberes Químicos

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  8. Caro Chassot,

    de fato, maio sempre foi de ricas lembranças e de grandes eventos, mas este... deixará mais motivos para novas lutas pela vida.

    Reportando-me ao comentário do Jair: os nossos netos talvez não tenham florestas... quem sabe...nem futuro!

    Um abraço,

    Garin

    http://norberto-garin.blogspot.com

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  9. Muito querida Turma de Saberes Químicos da UJFJ,
    primeiro celebrar ter encontrado a Cris e Florianópolis no dia 20, É muito bom saber que estamos irmanado nesta reverência ao nossos mártires e que seus exemplos aumentam nossa luta pelo Planeta.
    Um afago a cada uma e cada um de vocês
    attico chassot

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  10. Muito estimado colega Garin,
    realmente, a persistir a sanha deste madeireiros assassinos, a Amazônia ser desertificada.
    Obrigado pela parceria intelectual
    attico chassot

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  11. Querido Prof. Attico,
    Leio esse, em meio a uma convicção: estamos piorando a cada dia, Direitos Humanos não são mais nada, incluso aqui os de terceira geração, os de um meio ambiente saudável e sustentável. Estamos nos encaminhando a um futuro triste (a atualidade já é). Todos os pactos realizados no pós guerra, inclusive a Declaração Universal dos Direitos Humanos, estão cada vez mais sendo letra morta, assim como esses agricultores e os civis bombardeados pela OTAN. Escrevemos aquilo (declarações e pactos de direitos humanos) para que não mais entrassemos em guerras mundiais, porém, passado um ou duas gerações, nada mais vale, a não ser o capital. A pergunta que fica é que se declaramos o fim dos direitos humanos em atos, marcharemos indubitavelmente a um futuro negro... Somos a pior raça existente nesse planeta. Se formos comparados a qualquer ameba sairíamos em desvantagem. Somos humanos ambiciosos (os que planejam, executam), e humanos coniventes (os que olham e nada enxergam, e os que enxergam e nada fazem). Ainda nos declaramos seres no mais alto grau de evolução e inteligentes. Como ser inteligente que sou, somente reconheço que o nosso mais alto grau evolutivo é o poder de destruir e devastar a vida e o planeta... Dessa maneira, ignorantes e medíocres. Se Deus me punir em ter que voltar a reencarnar em outra vida, quero ser um cachorro.
    Desculpe a falta de esperança.
    Bjus
    Eunice Gomes

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  12. Muito querida Eunice,
    também não podemos levantar a bandeira do catastrofismo. Tu postaste com propriedade: “Na Amazônia matar e desmatar andam juntos e é fomentado pelo Estado corrupto e conivente.". Mas sabemos que o Planeta tem solução... há, todavia aqueles que não querem pagar o preço.
    Se for me presenteado uma outra vida, quero ser de novo professor. 50 anos está sendo pouco.
    Uma muito boa noite e que junho seja frutuoso para ti,
    attico chassot

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  13. Querido Mestre Attico,
    Não acredito que eu seja catastrofica, somente sou extremamente realista seja as manchetes que eu li ontem:

    A secretária dos Direitos Humanos diz que não tem como proteger as pessoas juradas de morte no norte do país.

    Paloci multiplica seu patromonio

    30 mil pessoas estão nas prisões do Iraque sem julgamento e sendo torturadas (pq agora tortura é plenamente aceita como modo de investigação). Soldados americanos estupram, mutilam, arrancam unhas, e dão descargas elétricas. Vários já foram mortos nas "investigações".

    O trabalho escravo é prática comum no norte do país (segundo comissão pastoral da terra).

    Ontem foi constatado que as emissões de carbono bateram recordes, se continuarmos assim, as contegens de carbono previstas p 2020 será atingida muito antes.

    No ultimo sábado, as tropas americanas mataram 12 crianças em casas afegãs... Disseram que os ateques irão continuar pq são necessários. Segundo dados da missão das Nações Unidas no Afeganistão (Unama), 2.777 civis morreram no ano passado por consequência da violência, número 15% maior que o registrado em 2009. Folha online.

    Quatro dos cientistas brasileiros que fazem parte do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), da ONU, alertaram para o possível agravamento sobre o clima com a entrada em vigência da atual versão do Código Florestal aprovada pela Câmara. Segundo eles, o aumento da pressão sobre as áreas de florestas comprometerá os compromissos internacionais firmados em 2009 pelo Brasil na Conferência de Copenhague. Folha on line

    Isso tudo eu li ontem... Entre outras sobre o Iemen, Síria, Líbia e etc. isso sem falar na vida cotidiana, onde faltam internações p crianças, consultas p crianças em especialidades médicas podem demorar até 9 meses.

    Somente o ser humano tem essa capacidade de odio e destruição.
    Continuo lutando como posso.
    Mas sou como a Frida Kallo, não quero voltar mais, mas se voltar quero ser cachorro.

    Bjus
    Eunice

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  14. Muito querida Eunice,
    teus argumentos são dolorosamente imbatíveis. Não tenho como refuta-los. Todavia há que buscar conforto.
    Serei pueril.
    Lembro da historieta de quem lamentava que a garrafa de seu melhor vinho já estava pela metade. No lamento esquecia os dulçores que já tinha sorvido. Só via a garrafa metade vazia. Então sua companhia fez um convite: Brindemos! temos meia garrafa para fruir.
    Teu modelo (Frida Kahlo) não assenta para ti. Quando ela morreu aos 47 anos, já tinha física e psicologicamente sofrido tanto, que tinha tudo para não querer voltar. Aos 18 anos sofreu um grave acidente. Um bonde no qual viajava chocou-se com um trem. O para-choque de um dos veículos perfurou as costas de Frida, atravessou sua pélvis e saiu por sua vagina, e seu hímen foi brutalmente rompido, causando uma severa hemorragia e ela ficou muitos meses entre a vida e a morte no hospital, pois teve que operar diversas partes e reconstruir por inteiro seu corpo, que estava todo perfurado.
    Aliás, ela é desta pessoas que parecem que não foram. Suas pinturas a fazem vivas. Tive uma emoção tão forte a visitar sua casa, que parecia que a qualquer momento parecia que ia encontra-la pintando em um cavalete adaptado à cama.
    Quanto a tua escolha para um reencarnação, respeito. Pena que não seremos amigos. Se não puder voltar como humano (assim, desejaria– para ser professor) quero voltar como beija-flor e vou querer distância de cachorros.
    Só mis uma lembrança: há meia garrafa de vinho.
    Brindemos

    attico chassot

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  15. Sem dúvidas, Frida Kahlo sofreu dores físicas inestimáveis, embroa tenha tido uma vida plena e produtiva, além de amar muito e ser uma militante de convicções políticas de esquerda. Com certeza não tenho os mesmos sofrimentos físicos que a pintora. Não deixo de ser feliz e viver plenamente minha vida, assim como brindo todo o amor que tenho. Porém, acredito que o ser humano como um todo, isso é, nós como humanidade, nada aprendemos sobre a vida. existem avanços ciêntíficos, porém exite retrocessos imensos no que tange a avanços humanitários. Se abrirmos um jornal hoje veremos abusos direitos humanos de toda a ordem. É possivel brindar a vida de forma individual e particular, frente as imensas beneces que ambos recebemos. Mas não levanto meu copo para brindar a humanidade. Sofro de forma emocional e intelectual ao ver que passamos por duas grandes guerras e agimos de mesma forma.
    Não acredito na humanidade. Ainda bem, que o universo não está limitado a esse palneta, e que nós somos apenas um sopro na história desse mundo.
    Quanto ao cachorro, me espelho na minha cadelinha. Eu a adotei adulta, ela era feia, magricela e morria de medo de pessoas, acredito q tenha sofrido muito. Contudo, ela superou o medo, me dá amor, só pede um pouco de carinho, e duvido que se eu não desse comida, ela me deixaria... Além disso, adotou como filha uma gatinha filhote que peguei na rua (apesar de ela não ser fã de gatos). Enfim, vive uma vidinha feliz, nada pede além de amor e um pouco de comida, soube com dedicação abraçar a maternidade apesar da diferença racial... se todos fossemos assim...Que maravilha viver!
    A minha metade da garrafa... bom essa eu bebi, para ver se suavizava esse entendimento sobre a minha espécie. De tempos em tempos, são necessários suavizadores da realidade... Ou ainda, talvez, eu tenha me apegado a leitura de Voltaire (Cândido ou Do Otimismo)...
    Beija-flor acho q é otima escolha!
    Bjus
    Eunice

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