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sábado, 14 de maio de 2011

14.- O olhar da mente

Rio de Janeiro * Ano 5 # 1745

Estou postando esta edição desde o centro do Rio de Janeiro, a vista com o histórico Teatro João Caetano. Cheguei aqui pelas 13 horas. Às 16 horas parti com colegas da Pró Reitoria do IFRJ rumo à Nilópolis, cidade que integra a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Seu nome foi dado em homenagem ao presidente da república Nilo Peçanha. Localiza-se onde existia a antiga Fazenda São Mateus; ainda existe a capela de mesmo nome. Levamos quase 4 horas para percorrermos cerca de 45 km. Na volta fizemos o mesmo trecho em 40 minutos.

Em setembro de 2009 já havia estado no IFRJ – campus de Nilópolis que é um dos vários CEFTs que no governo do Presidente Lula se transformou em instituições de ensino superior. Este, por exemplo, no Campus de Nilópolis, tem vários cursos técnicos profissionalizantes na área da Química e de Segurança Ambiental, diferentes cursos de graduação (três licenciaturas) e até um mestrado profissional na área de Ensino de Ciências. Neste mestrado soube que meu Alfabetização científica: questões e desafios para a educação é leitura obrigatória e falei com mestrandos que tinham estudado o livro.

A palestra ‘Das disciplinas à indisciplina: caminho inverso para leitura do ‘mundo real’ de cerca de 2 horas para cerca de 400 pessoas foi muito aplaudida. Muito me gratifico três maridos, que não são da área da Educação, mas estavam ali para acompanhar as esposas viram dizer-me que o quanto apreciaram minha fala.

Após a palestra autografei dezenas de meus livros e tirei muitas fotos. Um aluno veio me pedir autógrafo em uma edição xerox do Catalisando transformações na Educação Química esgotado há quase 15 anos e uma bibliotecária trouxe um exemplar da 9ª edição de Ciência através dos tempos que está na 23ª. A sequência imagética foi clicada pela Professora Andreia. A seleção envolve conhecer o ginásio de esportes, que zunia com as muito frequentes passagem do trem, que me faz evocar os trens que estão no Memórias de um professor: hologramas desde um trem misto.

passava das 23h quando retornava ao Rio de Janeiro. Às sete horas devo estar no Galeão, logo a sugestão de leitura hoje é apenas um honrar de maneira quase improvisada a tradição de aos sábados trazer uma dica de leitura. Faço do livro que comecei a ler esta semana e que me faz companhia nesta viagem. Com esta sugestão adito a expectativa de um bom sábado a cada uma e cada um, vivido para mim na expectativa de voltar a Porto Alegre.

SACKS, Oliver. O olhar da mente [The mind's eye. Tradução: Laura Teixeira Motta]. Capa: Hélio de Almeida] São Paulo: Companhia das Letras; 232 p. Formato: 14 x 21 cm. Peso: 0.300 kg. Brochura. Lançamento 19/11/2010, R$ 44,00 ISBN: 978-85-359-1769-7

Devido ao fato de não ter terminado a leitura e estar em trânsito, parte desta dica provém de excertos trazidos da página da editora. Agradeço a compreensão de meus leitores.

Oliver Sacks nasceu em Londres, em 1933. Formou-se em medicina no Queens College e em 1960 emigrou para os Estados Unidos, prosseguindo os estudos médicos. Mora em Nova York, onde é professor de neurologia clínica na Columbia University. Com a publicação de Enxaqueca, em 1970, iniciou uma brilhante carreira de escritor. Seu livro Tempo de despertar inspirou o filme homônimo com Robert De Niro e Robin Williams. Sacks é, já há um tempo um dos meus escritores preferidos para gênero de ‘escritos médicos’ pois ele ao lado de um neurologista renomado é um escritor de prestígio. Encantou-me também com ‘Tio Tungstênio’ onde narra suas memórias referindo especialmente os primeiros contatos com a Ciência.

Sobre sugestão de hoje eis o que apresenta a Editora: Um escritor que perde a capacidade de ler. Uma pianista que confunde um guarda-chuva com uma cobra. Indivíduos que só enxergam imagens bidimensionais ou não reconhecem rostos. Nos casos relatados em O olhar da mente, do neurologista inglês Oliver Sacks, a ciência é sempre vista a partir da experiência humana. Nesse percurso se mesclam, de forma ao mesmo tempo rigorosa e afetiva, informações técnicas sobre distúrbios da memória, da fala e de outras funções cerebrais e a narrativa de suas consequências no dia a dia de pacientes e familiares.

O que torna essas histórias tão saborosas, a despeito de sua inevitável dramaticidade - ou comicidade, em alguns momentos -, é o talento do autor para tratar de assuntos complexos em prosa lógica e cristalina. Também a erudição discreta de seus argumentos, capazes de incorporar em discussões sobre fisiologia cerebral um poema de John Milton, um quarteto de Haydn, considerações sobre a fotografia estereoscópica, a teoria da linguagem de Noam Chomsky. “Aprendi a olhar para o sofrimento em termos humanos mais amplos”, disse Sacks numa entrevista, referindo-se ao resultado de seu convívio, ainda estudante de medicina, com poetas como W. H. Auden. “A olhar para dilemas, situações - não apenas para doenças.”

Aos poucos, os casos de O olhar da mente - quase todos concentrados em problemas de visão - ganham certa familiaridade e convergem para aquele que parece ser o seu grande mote: o câncer que o próprio Sacks teve num dos olhos, e que o faz sair da condição de médico para enfrentar a angústia, a insegurança e os medos comuns de um paciente. “Este é o Natal mais desolador que já passei”, escreve. “O New York Times de hoje traz fotos e histórias de várias personalidades que morreram em 2005. Estarei nessa lista em 2006?”

Nesse mergulho pessoal corajoso, que não abre mão da crueza e da auto ironia, análise e experiência se fundem para traçar contornos originais do antigo - e ainda hoje complexo - dilema entre mente e cérebro. “Até que ponto somos os autores, os criadores das nossas sensações? Quanto elas são predeterminadas pelo cérebro ou pelos sentidos com que nascemos, e em que medida moldamos nosso cérebro através do que vivenciamos?”

Leia um trecho em pdf em www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=12716

13 comentários:

  1. Caro Chassot,
    Excelente dica, já encontrei-me com o Oliver Sackes em outros livros e pretendo ler esse. Abraços, JAIR.

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  2. Meu caro Jair,
    Oliver Sacks vale a pena. Se não conheces “Tio Tungstênio” vais te encantar.
    Já em Porto Alegre desejo-te um bom fim de semana que certamente será dedicado a preparação de tua grande viagem na segunda-feira.
    Com estima

    attico chassot

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  3. Caro Chassot,

    esperto que tenhas voltado bem e tenhas feito boa viagem que o "trem" tenha decido suavemente sobre o "Salgado Filho".

    Meus cumprimentos pelo sucesso da conferência proferida lá em Nilópolis.

    Tuas blogadas frequentemente me trazem imagens à memória. A de hoje me fez lembrar as viagens que fazia de trem, entre Cachoeira do Sul (passando por estação Jacui) e Passo Fundo, via Santa Maria. Era uma epopéia de 16h de viagem, em vagão de segunda classe, na qual saboreava as mais deliciosas iguarias que mamãe preparava (os fiambres): essa era melhor parte da viagem que um adolescente de 15 anos podia fazer solito.

    Bom sábado!

    Garin

    http://norberto-garin.blogspot.com/

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  4. Meu caro Garin,
    às 10 horas sobrevoava o delta do Jacui – bonito como nunca – para pousar.
    Pois o uso do fiambre vai ser preciso reativar. No voo de ontem P0A/RIO a Gol só tinha comida paga (nem um copo d’água grátis) e mais: tinhas que ter o dinheiro trocado e em reais, sem poder usar cartão. Lembrei-me de galinhas com farofa que minha preparava que tornavam as viagens de trem com refeições parecidas com manjares da Varig pré-11Set2001. Só que com as restrições a portar líquidos a farofa não é uma boa sugestão.
    Um bom sábado e obrigado pelos cumprimentos por Nilópolis onde o logo do Centro Universitário Metodista do IPA estava mais uma vez em minhas apresentações.

    attico chassot

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  5. Professor Chassot, sua palestra foi inspiradora. Muitíssimo obrigada!

    Juliana, aluna do curso superior de Licenciatura em Química do IFRJ-Nilópolis.

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  6. Estimada Juliana
    (e remeto esta resposta a atenciosa colega Ismárcia, pois não tenho teu endereço), muito obrigado por tua querida referência a minha fala. Para mim foi muito bom ter estado na noite de ontem em Nilópolis.
    Sou muito grato à Ismárcia que catalisou este encontro.
    Um afago do

    attico chassot

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  7. Olá meu caro Chassot!
    Assisti uma unica vez tua fala sobre a Disciplia/Indisciplina como um caminho inverso para ler o Mundo Real, e desde então pude observar em meu fazer pedagogico o quanto ela é possivel e uma forma revolucionaria na educação. Creio que o mesmo que senti naquela data na Escola Factum de Porto Alegre, acontece com o público que te prestigia nestas jornadas chassotianas. És um mestre artesão nesta tarefa de educar, com um atento olhar pras coisas que nós embotados não temos essa acuidade e percepção que você possue.

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  8. Meu caríssimo Jairo,
    mesmo que saiba que teu comentário tenha ressaibos de amizade, encanta-me saber que aquela fala se faz presente em teu fazer pedagógico.
    Desejo que amanhã tenhamos (50% do Rio Grande do Sul) um domingo muito azul.
    Com renovada estima

    attico chassot

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  9. Bom dia Mestre!

    Quando me deparei com o título desta blogada. pensei: agora, sim, irei me inspirar pra pensar a dinâmica que preciso: algo que aborde o olhar em sala de aula.
    Li, com os meus rasos conhecimentos de neurociência, o 'O homem que confundiu sua mulher com um chapéu'. O homem do título conseguia descrever com perfeição o que via, mas não interpretá-va as imagens. E lembro tmb do caso de uma moça que perde a capacidade de reconhecerce-ce no espaço, só conseguindo coordenar seus membros sem olhá-los.

    uma boa semana, professor! E se tiver alguma sugestão para a tal dinâmica, por favor... rsrsrs

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  10. Estimada e querida Marília,
    espero que não imputes a minha blogada, pelo seu título, estar fazendo propaganda enganosa. Sacks realmente nos oferece uma leitura exigente e nos ensina a entender um pouco da mente humana.
    Não sei sob que viés queres olhar a sala de aula.
    Um afago do
    attico chassot

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  11. Prezado Professor Attico Chassot,

    Sentimo-nos honrado com a sua presença ao evento do Instituto Federal do Rio de Janeiro, nesta última sexta-feira dia 13 de maio de 2011.

    E acredite, foi com muito orgulho e honra para todos nós, tê-lo recebido em nossa instituição, não somente proferindo uma palestra, mas abordando com muita simplicidade, o seu lastro docente.

    Em nome do corpo discente do IFRJ, sobretudo alunos do Curso Licenciatura Matemática, agradecemos a sua valiosa presença, com que acedeu o nosso convite.

    Que DEUS abençoe a sua vida proporcionando-lhe bastante saúde e disposição para continuarmos a desfrutar de sua simpatia e grande sabedoria, em novas oportunidades vindouras.

    Obrigado,
    Eder Medeiros
    Aluno do curso de Licenciatura Matemática – campus Nilópolis

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  12. Prezado Professor Attico Chassot,

    Sentimo-nos honrado com a sua presença ao evento do Instituto Federal do Rio de Janeiro, nesta última sexta-feira dia 13 de maio de 2011.

    E acredite, foi com muito orgulho e honra para todos nós, tê-lo recebido em nossa instituição, não somente proferindo uma palestra, mas abordando com muita simplicidade, o seu lastro docente.

    Em nome do corpo discente do IFRJ, sobretudo alunos do Curso Licenciatura Matemática, agradecemos a sua valiosa presença, com que acedeu o nosso convite.

    Que DEUS abençoe a sua vida proporcionando-lhe bastante saúde e disposição para continuarmos a desfrutar de sua simpatia e grande sabedoria, em novas oportunidades vindouras.

    Obrigado,
    Eder Medeiros
    Aluno do curso de Licenciatura Matemática – campus Nilópolis

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  13. Muito estimado Eder,
    obrigado pela maneira atenciosa como referiste minha estada no IFRJ campus de Nilópolis.
    Recebo encantado – por teu intermédio – a manifestação de alunas e alunos da Licenciatura em Matemática. Para mim a noite da última sexta-feira foi memorável. Ainda ouço o barulho do trem rebombando no ginásio lotado de atentos ouvintes de minha fala.
    Com agradecimentos
    attico chassot

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