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sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Já visitaste alguma vez tua DN?

 ANO 16     *************   EDIÇÃO 2022 

Uma vez mais, como há alguns anos, cumpro rituais que estão insertos em meus fazeres: postar uma edição do blogue. Em anos mais recentes a frequência é semanal. Lateralmente me ocorre registrar ao postar uma edição semanal do blogue, não raro me parece desacreditar que houve  tempo que este blogue era diário. Hoje uma edição semanal me parece um fazer árduo e mais de uma não cabe em minha agenda.

É usual fazer esta postagem ao entardecer de cada sexta-feira. A escolha de data e hora tem justificativas. Estive, em 2014, uma única vez, na hora do início do shabath judaico, no Muro das Lamentações, em Jerusalém. A imersão em rituais sagrados de fiéis dos três maiores monoteísmos abraâmicos não me fez incólume a emoções. Meus sentimentos afloraram emocionados. A maneira judaica de marcar o término / o início dos dias da semana amplia emoções e justifica a hora da postagem.

É salutar partilhar momentos significativos com as quase 200 pessoas que a cada dia me visitam aqui. É isso que faço agora: à próxima madrugada completo a minha 82ª volta ao redor do sol, para  no momento imediato iniciar a 83ª. Esta constatação me remete a minha DN (=data de nascimento, solicitada a toda hora de nosso cotidiano): 06/11/1939. De vez em vez, eu, e certamente a maioria de meus leitores, viaja a seu DN e dá asas à imaginação.


Eu, nesse momento, viajo (ao dia 06 de novembro de 1939) à Estação Jacuí.  No lugarejo há uma Oficina muito movimentada da Viação Férrea do Rio Grande do Sul. Um número significativo da população é ferroviária e habita em dois conjuntos de casas geminadas. Na casa 9 de um conjunto de dez ‘casa de material’  (no outro conjunto as casa são de madeira) mora um casal que é alienígena. Vieram morar aqui, recém casados, oriundos de outras geografias. Ele é marceneiro da Oficina. Minha mãe, nascida Maria Clara Volkweiss, antes de casar, fora professora em uma escola multisseriada do município de Montenegro. São dos poucos que em casa falam alemão. Este idioma está proibido. Recém começou uma Segunda Guerra Mundial, que duraria até 1945 (termina a Guerra Civil Espanhola, 1936-1939). 

A mulher está grávida. É sua primeira gravidez. Em Estação Jacuí, uma localidade pertencente à paróquia de Restinga Seca, então distrito de Cachoeira do Sul, não havia recursos para uma parturiente dar à luz com cuidados especiais. À madrugada nasceu um menino. 

Meu pai, Afonso Oscar Chassot, talvez não soubesse então que, há quase 100 anos, seu tataravô  Jean Chassot ou João Chassot, 42 anos (os prenomes dos Chassot foram então aportuguesados) chegou com sua mulher Nanette Torche, 32 anos, e seus filhos: Francisco (14), Denis (13), Jules ou Júlio (11), Genoveva (9 e meio), Constantino (8), Pedro (6) e Luisa (1 ano e meio). Jean Chassot, agricultor suíço de Vuisternens-devant-Romont, do cantão de Fribourg é o pai de Jules   o meu tataravô  que chegou  em 10 de novembro de 1855, com 11 anos .

Neste 06/11/1939 há algo muito original, que eu não sei explicar: no mesmo dia do meu nascimento, meu pai, talvez tendo conseguido carona em um dos trem que passava pela Estação Jacuí, foi à Restinga Seca, para registrar seu primogênito:  sou o registro de nascimento 5.555 do Cartório Distrital Magoga de Restinga Seca.

 Vou fazer do celebrar com gratidão pelo ser longevo, minha primeira confraternização com filhas e filhos, noras e genros,  netas e netos e irmã depois de quase dois anos   mesmo sabendo que cuidados são exigíveis pois a pandemia não terminou .

Agradeço a cada uma e a cada um dos meus leitores a companhia na visitação do meu DN. Sou particularmente grato ao meu colega e ex-aluno Jairo Brasil que soube driblar obstáculos oferecidos pelo blogspot.


11 comentários:

  1. É muito gratificante para mim esta possibilidade de comemorar junto contigo mais um destes natalícios octagenários com muita saúde e lucidez. Muito me orgulha fazer parte desta vitoriosa trajetória chassotiana, onde me inseri nos idos de 2006 na pós-graduação da Unisinos, em meu primeiro contato com o Menestrel da Ciência. De lá para cá muitos aprendizados e muitas alegrias. Ainda esta semana cumpri mais uma vez aquela dileta proposta de te fazer curioso com um título escolhido para leituras. Espero que gostes! Se ainda não está em tuas mãos, peço que contate a Portaria do teu prédio. Caso não tenha recebido, me avise. Aproveito o momento para te parabenizar e te dizer que sou grato por essa parceria. Feliz Aniversário. JAIRO BRASIL

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  2. Querido Mestre..Wie schon das du geboren bist....mais bonito que pude te conhecer e acompanhar o teu ser mestre...parabens...Elzira

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  3. Olá Mestre! Bom diaaaa! Passando pra desejar Parabéns nessa data especial da sua DN! Que vc possa ter muita energia e saúde pra continuar essa linda missão na pesquisa e na educação Brasileira! Gratidão por tudo! É um privilégio ter vc conosco no Educimat. Deixo um carinho muito especial. Bjo grande

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  4. Feliz aniversário, mestre Chassot! Tenha sempre muita felicidade e saúde! Abraços, seu aluno Felipe Sarmenghi Rangel.

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  5. Parabéns Mestre pelas 82º primaveras, outonos, invernos e verões. Que possamos celebrar ainda muitas outras voltas ao sol. Felicidades.

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  6. Não bastasse sermos Amigos de longa data (seria a data msis distante entre os amigos contínuos?), ainda podemos nos dizer conterrãneos de Cachoeira do Sul e comprometidos políticos com as causas dos desfavorecidos.Descendentes que somos de imigrantes europeus - temos compromissos c/os africamos que também para cá vieram não por suas vontades e com os que aqui estavam e que foram criminosamente invadidos ( e mortos!). Chassot - pelo nosso pensar, somos imortais! E dizemos isto no tempo em que a grande Fernanda Montenegro também se imortaliza. Estamos em boa companhia! Para atender as formalidades: FELIZ ANIVERSÁRIO - sabendo que és feluz todos os dias (afinal, fazes - como eu e outros pouco - 3 refeições por dia).

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  7. Professor Chassot, meus parabéns nessa data tão linda!!! Sou muito grata por ter aprendido com o senhor, pela sua companhia no doutorado e orientação, pelo incentivo e exemplo, um abração cheio de saudades e carinho, meu e da Heloisa!

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  8. Renovados parabéns, querido amigo e mestre. Não sou leitora assídua por aqui, mas foi bom acompanhar a blogada sobre a DN. Grande e afetuoso abraço

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  9. Muitas vivas Mestre! Calorosas saudações do nosso quarteto (Alana, Jorge, Lorena e Larissa)

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  10. Felicidades professor querido. Que bom que o senhor Jean Chassot nos presenteou com Jules, e esse por sua vez, com Afonso, que nos presenteou com Attico finalmente. A madrugada do dia 06 de novembro foi celebrada com a chegada de um menino de olhos azuis, que ajudaria a transformar a vida de tantos alunos e professores, mestres e doutores, ao longo de 60 anos de carreira.

    Felicidades pra ti querido mestre.

    Abraços, da filha pródiga.

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  11. Mui querido amigo Chassot! Enviei áudio e faço questão deste registro em teu blog compartilhado: parabéns com saúde! Longa existência para os dizeres e fazeres que apontam e reclamam Educação. Meu abraço!

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