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sexta-feira, 21 de maio de 2021

21MAIO2021 *** PRODUÇÃO DE TEXTO ACADÊMICO


 

 ANO 15

Agenda de Lives em página

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EDIÇÃO

1373

 

Nesta sexta-feira, aconteceu o terceiro encontro de 2 horas da disciplina PRODUÇÃO DE TEXTO ACADÊMICO: A arte de escrever ciência com arte. Compartilho a mesma com Daniel Soares IFG — de quem sou supervisor de pós-doutoramento na UNIFESSPA —. Estamos professores e mestrandos vivendo uma experiiencia quase surreal. Mesmo que o Daniel, enquanto doutor em Letras, já tenha vivido experiencias similareas e eu tenha ministrado oficinas de escrita na URI de Frederico Westphalen e no CUM IPA. Nesta edução, pela primeira vez, para ambos, todos 15 encontros são em atividades remotas.

Programáramos esta atividade para começar na primeira semana de março de 2020, mas a pandemia...

Não é propósito, aqui e agora, trazer um narrar da singular experiência vividas nas tardes de sextas-feiras. Desta se produzirá algo mais substancioso que um blogar. Hoje, trago a minha produção para o encontro desta tarde. Nas duas primeiras aulas, todos os participante produzimos -- estimulados por dois gatilhos, por semeaduras de palavras e por texto de Clarice Lispector – um texto em cada encontro.

Os gatilhos dos encontros foram: Uma noite dessa... e Eu não tinha este rosto de hoje... A partir dos dois textos antes produzidos, para o encontro de hoje fomos estimulados a apresentar um terceiro texto. O meu está a seguir:

Uma Croniqueta

Prelúdio Esta é uma Croniqueta afogadilha, em quatro estações, musicadas por Vivaldi. Primeira estação: um verão, encantado pela cor fúcsia. Segunda estação: outono marcado pela multicolorida queda de folhas. Terceira estação: um inverno impudico despe árvores. Quarta estação: uma primavera iluminada por uma miríade de flores. Estas quatro estações se desenrolam no meu jardim-horta, no 7º andar de prédio quase no centro de Porto Alegre, no bissexto 2020. Só não sou autossuficiente em couve e alface pois sofro uma concorrência desleal de famélicas lesmas. Eu nem podia acreditar nessa espécie de agressão.

Primeira estação: no verão, me encanta uma super-safra de pimentas maravilhosas pela cor fúcsia. A parreira — onde duas videiras, antes exclusivas ocupantes do pedaço (=espaço) agora se envolvem em disputas com uma pimenteira, acolitadas por baraços de batata cará e de alamanda. Este é também local preferido por pássaros vorazes.

Segunda estação: outono marcado pela multicolorida queda de folhas. Os de línguas inglesa têm uma palavra conveniente para o outono: falls. Uma generosa amoreira, de mais de quatro metros, é ícone dentre as caducifólias. Um pundonoroso araçá não se deixa despir.

Terceira Estação: o inverno é voyeurístico, Não consegue seduzir a jabuticabeira, a pitangueira, o butiazeiro, muito menos a tríade impoluta de palmeiras. São destemidas perenifólias. 

Quarta estação: uma primavera iluminada apresenta um séquito de miríade de flores. Estas elegeram floradas de orquídeas como a prima-dona do florífero festival. (Cheguei à 25ª linha regimental e assim deixo de nominar as damas d’honor da festa à deusa Ceres).

6 comentários:

  1. Mestre querido!
    Amigo Attico!
    A riqueza do vocabulário que empregas, sem nada poupares, traz a teus textos, encantamento sem igual!
    Expressões usadas e estações descritas, trouxeram-me sabor de quero mais!!!
    Com imenso carinho
    Violetta

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    1. Professor Chassot...
      O senhor é extraordinário.
      Que capacidade de envolver nos numa leve e atraente leitura em que brinca com as palavras...em que consegue tornar sempre o científico agradável e compreensível...suas produções nos estimula
      A apreciar as entrelinhas do saber.
      Que maravilha

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  2. Mestre... Ficou lindo a forma que descreve as estações! Consegui fechar os olhos e imaginar os detalhes.

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  3. Se eu tivesse o dom de escrever tão lindo assim... Eu falaria do sentimento que envolve uma família que toca a terra com respeito, do barulho de criança dando risada sentada na terra com a mão e a cara suja de marrom, da expectativa de ver a cada dia o que plantamos nascer, da alegria falando " que lindoooo" quando sai às flores e os primeiros frutos, enfim... Não tenho essa habilidade para descrever essas emoções, mas deixo registro aqui que existe uma linda ligação entre a natureza e o que nos torna sensíveis e as suas palavras a cada estação me remete a esses momentos em família na minha horta.

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  4. Frutuosas lembranças destes imemoráveis momentos na URI, estimado Mestre...Saudades!!!

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