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sábado, 18 de julho de 2015

18.- A CIÊNCIA É MASCULINA? Agora em 7ª edição

ANO
 9
EDIÇÃO
 3061
Em 06 de maio anunciava o envio à Editora Unisinos de uma proposta revisada e atualizada para uma reedição de A Ciência é masculina? É, sim senhora! Celebro, aqui e agora, a chegada dos exemplares da 7ª edição. É saboroso ver aquele mirrado livrinho que apareceu a primeira vez em 2003, com 103 páginas, já parecer agora mais robusto com suas 148 páginas. Vários exemplares da nova edição foram autografados na noite de quinta, na Unipampa em Dom Pedrito.
 Meus agradecimentos são para a muito competente equipe da Editora Unisinos. Personifico-os no muito atencioso Prof. Carlos Alberto Gianotti, sempre o meu editor exigente, mas compreensivo.
Não sem uma ponta de constrangimento ratifico aqui o que anunciava em 6 de maio. O nosso continuado centramento em uma leitura Ocidental. Filosofias orientais, como o budismo ainda não foram apreendidas. A estas, talvez consigamos acrescentar também as marcas do islamismo em nossa formação. Outra dimensão que ainda empobrece esta nova edição é ausência das muito importantes contribuições de matriz africana. É estimulante marcar todas estas deficiências numa reedição para lançar pistas para diálogos e definir estudos que poderão contribuir para ampliar futuras edições. 
Quando no último dia 9, no texto LAUDATO SI’: Sobre o Cuidado da Casa Comum, no qual aportei comentários amealhados de maneira muito cética acerca da última encíclica do papa Francisco, escrevi que nos comentários acerca da Religião, a matriz judaico-cristã aflora de maneira permanente, ignorando o orientalismo.
Aqui parece importante marcar quando se consegue fugir a ortodoxia. Nisso ratifico a importância de Lilith, no capítulo ‘A nossa ancestralidade judaica’, que permite inferir o quanto o apagamento do nome de uma admitida primeira mulher, anterior a Eva, significa um histórico endurecimento de posturas machistas na tradição judaica (assumido, posteriormente pela tradição cristã). Talvez, essa análise lilithiana seja a inclusão mais importante aditada ao livro a partir da 5ª edição. O tema é bastante desconhecido; por exemplo, na noite de quinta na minha fala em Dom Pedrito, pareceu novidade para a grande maioria de um auditório de quase uma centena participantes.
Na foto de Maria Helena Mena Dutra com a Profa. Dra. Elena, Pró-Reitora de Graduação da Unipampa.
É novidade, no Para saber mais uma breve biografia de Teresa D’Ávila, marcado pelo valor literário e reformador de sua obra que me aventurei ler um pouco. Outro nome que passa figurar na mesma secção, é o de Teano, uma matemática do século 6º antes de Cristo; a desconhecia. Agora, tira a primazia de Hipátia, como nome feminino mais antigo na História da Ciência.
Continuo usando como indicador, para a tese que sustento, a reduzida premiação a mulheres com Prêmios Nobel, vale ratificar aqui, o quanto este indicador que tenho usado pode ser desclassificado. Já foi comentado, apenas para trazer um exemplo, o quanto aumentou o descrédito à Fundação Nobel, quando em 2009, o beligerante presidente estadunidense Barack Obama recebeu o Nobel da Paz, traduzindo o caráter político do prêmio.
Mas, válido ou não a premiação é um indicador que temos e na mirada ao mesmo, tenho escrito, nos últimos anos, a cada outubro, quando da divulgação dos Prêmios Nobel, mais especialmente os três de Ciências (Física, Química e Medicina/Fisiologia) que a Ciência continua masculina. Isso causa certa desilusão, pois, sonhadoramente, queremos novos tempos.
Um dos quadros inserido na nova edição — que está a seguir —parece mostrar o quanto ainda é oportuno estar já na própria capa do livro a resposta à pergunta A Ciência é masculina? que constava sem respostas nas primeiras edições. Realmente é apropriado responder-se: É, sim senhora!

2003(1ª)
2008(4ª)
2012(6ª)
2014(7ª)
FÍSICA
175  02
187  02
194  02
199 02
QUÍMICA
145  03
157  03
163  04
169 04
MEDICINA
186  06
196  08
201  10
207 11
TOTAL
504  11
540  13
558  16
575 17

Mesmo que sonhemos com uma Ciência mais feminina (com homens e mulheres com iguais envolvimentos) este caminho ainda parece distante. O quadro mostra os totais de galardoados junto com o número de mulheres premiadas, com informações distintas extraídas de quatro edições do livro. Nas três premiações, mesmas com evolução do destaque às mulheres, ainda muito lenta, mesmo nos tempos mais recentes, vê-se situações bem diferentes nestes 11 anos. Na Física, quando o número de homens premiados cresceu em 24, nenhuma mulher foi premiada (isso já há mais de 60 anos). Na Química houve também um aumento de 24 premiados, dos quais apenas uma mulher. No terceiro dos prêmios a situação é mais auspiciosa: no aumento de 21 premiados, seis são mulheres.
A nova edição está disponível em www.professorchassot.pro.br / livraria virtual. O preço inclui o frete por correio comum. Para mais de cinco exemplares, para o mesmo endereço, há 10% de desconto. 

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