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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

25.- Encontros reais & virtuais

Ano 6 *** www.professorchassot.pro.br

*** Edição 1940

A sexta-feira terá seu ocaso em Curitiba. A Gelsa, o Bernardo, a Carla, a Maria Antônia e eu viajaremos a capital do Paraná para participar de uma genuína confraternização (reunião de irmãos) quando celebraremos os 70 anos de Antônio Otelo Cardoso.

O Otelo é meu cunhado. Já antes de casar com minha irmã Tile era meu colega no ginásio São Joao Batista em Montenegro, onde nos ‘formamos’ em 1957. Fui um pouco cupido no namoro dos dois.

No artístico convite que os filhos – Cassio, Daniel, Bárbara e Fábio – elaboraram para o evento, não é sem razão que há destaque para uma torre de transmissão de energia. Neste julho o Otelo se aposentou do cargo de diretor técnico da Itaipu Binacional. Como engenheiro eletricista, antes, teve atuações destacadas em companhias de energia elétrica de São Paulo, Paraná e Espirito Santo.


Assim hoje com meus outros irmãos – Paulo, Clarinha e Emar e, é claro, o Sirne e José Maria na continuada recordação – e um significativo número de parentes e amigos festejaremos alguém que além de ser um engenheiro muito competente é ‘um muito bom companheiro’. Será um sonhado reencontro. Claro que nestes momentos sentimos a presença ainda mais forte daqueles que fisicamente não estão mais aí. Lembraremos particularmente do pai e da mãe.

Quando parto para sonhado encontro real, recebo uma chamada para ler Amor y chateo: Relación virtual, de autoria de Connie Hunter [Mestre em Comunicação visual através de meios Interativos (MECAD/ESDI) /Licenciada em Comunicação social (UCG). Autora das ilustrações no texto], que foi publicado no último domingo em Larevista do jornal El Universo de Guayaquil, no Equador. Fiz uma tradução livre para o português e aditei notas* de fim de texto. A minha fonte pode ser acessada em www.larevista.ec/actualidad/la-enredadera/amor-y-chateo-relacion-virtual. A ele adito para cada uma e cada um os melhores votos de uma muito boa última sexta-feira de novembro.

Primeiro foi ficção, em seguida, um luxo. Hoje, a videoconferência deixou a mesa de negócios internacionais e foi para a mesa de cabeceira, onde se compartilha as emoções do cotidiano. Não negocia nada, apenas se desfruta da companhia agradável virtual.

São oito da noite. Corre para olhar-se no espelho. Ajeita-se um pouco. Oxalá que não

seja como o encontro virtual que teve Megan Fox no filme Transformers 2*, quando o namorado a deixou esperando, sussurra. Senta-se diante de algo que se parece com uma agenda. Abre-a e a acende.

Naquele momento, soa a campainha do aparelho. É ele que recém desperta do outro lado do mundo. Tinham combinado fazerem refeição juntos. Ela o jantar, ele o dejejum. Isto que mais parece um fragmento de uma canção de Arjona** é uma realidade descrita brevemente.

Enquanto falam, o telefone descansa. Agora, ele não é mais que um segurador de papéis que impede que as contas mês voem ao vento. Ocasionalmente, algum inimigo da tecnologia ainda costuma fazer uso dele.

Tu aparentas estar bem! Tu também! Estás usando o pijama que te presentei! E tu os brincos! Eles riem, conversam, coqueteiam. Eles servem-se de suas comidas e voltam a sentar-se diante da imagem um do outro. Sua sorte foi melhor do que a atriz Transformers, sem dúvida. Não só porque a ela não deixaram esperando, mas também porque Fox não usava um tablet digital que é muito mais manejável do que um laptop. A conversa poderia levar horas, se não que ele deve se preparar para ir ao trabalho.

Mas, Arjona não cantou (ainda) esse tipo de amores que à distância se acompanham virtualmente. O merengue***do dominicano Sergio Vargas foi premonitório: “Desde que me deixaste janelinha do amor foi fechada para mim”. Isto é o que acontece quando esses amores acabam. Não há mais Skype, Gmail ou Facebook. A janela através da qual podiam levar uma relação quase cotidiana se fecha.

Geralmente aparece a tentação de levantar a cortina e ver o que acontece. Mas como a situação pode ser desconfortável, ex-amores começam a esquadrinhar em outros lugares como o Facebook, por exemplo. Ou colocar o nome do outro nome no Google para ver o que aparece. De repente nada, mas as redes nos oferecem surpresas. Às vezes, afloram imagens que seu dono havia prometido deletar.

"Tanto tempo sem ver-te é como uma condenação" canta Vargas no mesmo merengue dos anos noventa. Isto agora é quase impensável. Aqueles que querem se ver têm mil maneiras de fazer isso, até mesmo por um telefone celular.

Aparentemente, quando as distâncias encurtam, a espera de um reencontro também. Assim se expressam aqueles que tiveram essa experiência. E volver-se a ver ao vivo já não resulta tão excitante como não ocorria em outros tempos.

As janelas se abrem e se fecham nas redes. Sorrisos, lágrimas e beijos são enviados. Em um momento parecem apresentadores de noticiosos em outros modelos de passarela. Vestidos ou nus, arrumados ou improvisados. A informação segue percorrendo as redes e as vidas continuam se entrelaçando. E as câmaras estão no coração dos próprios atores. Eles quem decidem quando determinar: cortar!

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* Transformers 2: Revenge of the Fallen (no Brasil, Transformers: A Vingança dos Derrotados e em Portugal: Transformers - Retaliação) um filme estadunidense de 2009, dirigido por Michael Bay e produzido por Steven Spielberg (também executivo), Lorenzo di Bonaventura e Ian Bryce. Mostra o conflito dos Autobots e os Decepticons que ocorre escondido dos humanos. Apesar das críticas negativas, o filme quebrou recordes de bilheteria em vários países, inclusive no Brasil.

** Presumo tratar-se de Edgar Ricardo Arjona Morales (Jocotenango, 19 de janeiro de 1964) é um cantor guatemalteco que possui na Wikipédia uma extensa discografia.

*** Merengue dança nacional dominicana, mas também conhecida em Porto Rico, Haiti, Venezuela e Colômbia, na qual um dos pés marca o tempo e o outro é arrastado no chão.

2 comentários:

  1. Caro Chassot,
    Minha mulher e eu temos dois filhos residentes no exterior (Austrália e USA), portanto, as "janelas" que unem nossos mundos são exaustivamente usadas pela minha mulher para acompanhar as vidas deles. Entendo que os tablets e o skipe são ferramentas modernas inestimáveis que comprimem o mundo ao alcance de bits e bites. Abraços internéticos, JAIR.

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  2. Caro Chassot,

    uma das coisas que admiro no teu viver é o valor que dedicas às relações familiares. De certa maneira te invejo. Pela minha "peregrinação" pastoral por várias cidades, com finais de semana sempre empenhados nas lides paroquiais e especialmente nas festas mais simbólicas (Natal, Páscoa etc.) acabei me distanciando dos familiares e hoje não consigo refazê-las.

    Cumprimentos por esse novo reencontro: que seja muito curtido!

    Um abraço,

    Garin

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