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domingo, 10 de abril de 2011

10.- E... ¿a adultização" de crianças?

Porto Alegre * Ano 5 # 1711

Esse blogue conclama a adesão à campanha: este ano 23 de abril – o Dia Internacional do Livro – ocorre no sábado de aleluia, por tal uma sugestão: que o coelho traga livros, ao invés de ovos.

Como sei que aos domingos tenho pelo menos uma leitora que me lê antes de cumprir o preceito dominical e, no domingo pretérito deixei-a, por postar mais tarde, sem distrações para seu estar eclesial, hoje asseguro-me que tenha essa postagem na aurora deste domingo.

Abro esta edição fazendo uma evocação imagética da tarde ontem, quando fomos a Estrela para celebrar o sexto aniversário do Guilherme. Na primeira foto ele aparece com os pais: Ana Lúcia e o Eduardo em companhia do Felipe, seu irmão caçula. Na foto dois o feliz aniversariante está comigo e com a Gelsa, como na anterior na mesa do ‘parabéns’. Nas duas fotos da segunda série: em uma a Gelsa e eu estamos com o Felipe e na outra, no lindo cenário da festa o Antonio e a Maria Clara se divertem. Como sempre nessas festas há momentos de gostosos reencontros. Tivemos na viagem a companhia querida da Laura e do Antônio.

Uma semana enlutada como vivemos, requer algo não digo mais amenos, mas menos pesado. Aqui soft não quer dizer que não se correlacione mesmo que mais remotamente, com a tragédia do Realengo.

Quando escrevi em Educação nas Ciências: para além das disciplinas [p. 61-71 in Perspectivas de investigação no campo da Educação Ambiental e Educação em Ciências. HENNING. Paula Correa et alii (orgs.) Rio Grande: FURG, 2011, 118 p. ISBN 978-85-7566-168-0] ao elencar modificações na Escola acerca de “a aceleração cada vez maior da chegada à adolescência (recentemente os jornais ‘saudavam’ o lançamento de preservativos para meninos de 12 anos ou como dizia a notícia ‘camisinhas para os pintinhos’)” não imaginava que cedo aquele texto mereceria um adendo com a “adultização” de crianças com um próspero e vil mercado se sutiãs para meninas de seis anos.

Nesta semana, em um jornal de circulação nacional analisava o assunto. Trago excertos que vêm aditados de meus votos de um bom domingo.

Depois das maquiagens e dos sapatos de salto, crianças ainda longe da pré-adolescência, na faixa dos seis anos, agora têm à disposição sutiãs com enchimento. Lojas de departamentos passaram a vender peças para lojas Pernambucanas da rua da Consolação, na região central de São Paulo, afirma vender cerca de 30 sutiãs infantis com enchimento por dia.
Ontem, no entanto, só eram encontradas peças com numeração a partir de 12. Segundo a Pernambucanas, os produtos com numerações menores foram retirados das lojas "por uma demanda do licenciador [a marca]".
Na Pernambucanas do shopping Aricanduva (zona leste de SP), Maria Helena Gomes, 40, e a filha, Ana Paula, 7, examinavam as lingeries. A menina usa o sutiã com bojo desde os seis anos de idade, mas só em casa, para brincar, diz a mãe.
"Como ela é miudinha e magrela, o peito chama muita atenção. Tenho medo de que zombem [fora de casa]."

A venda dos sutiãs com enchimento para meninas tão novas reabre a discussão sobre a "adultização" precoce. "Se até para os adultos o padrão estético desejado é inalcançável, imagina para as crianças, que não têm nada a ver com isso", observa a psicóloga da PUC-SP Maria da Graça Gonçalves.

Vestir criança como adultos, afirma a psicóloga, é deslocá-la da fase que ela deveria viver e jogá-la para um universo adulto. É por esse motivo que a avó Juracilda Isidro, 52, negou o pedido de sua neta de quatro anos por uma peça com enchimento. "Ela disse: "Ah, vovó, eu quero um igual ao seu". Mas acho errado vestir criança como adulto."

Para a terapeuta sexual Fátima Protti, munir criança de sexualidade, através de maquiagem ou roupa de crescida, é lhe dar uma arma carregada que ela não sabe usar. "Passa longe da criança o sentido erótico por trás do que veste ou usa", afirma.
Diretora da Frelith Lingerie, empresa que fabrica peças para crianças, Sueli Maria Pereira Silva, 50, defende o seu produto. Para ela, as peças são mais "uma brincadeira" do que algo para as meninas usarem no dia a dia.

4 comentários:

  1. Sutião com enchimento para menininhas?!?
    o.0
    Santo Deus!!
    Sinceramente, é uma "brincadeira" que não quero aderir com, nem para minha filha!
    Brinquei com minhas bonecas até bem depois dos meus 16 anos, e não me arrependo!E ainda tenho fôlego pra ficar horas no chão com meu filho...Farei o máximo para que a infância deles não seja reduzida...
    Mas como é triste saber que sou apenas 'uma', e tantas outras mães acham 'bonitinho' ver seus filhos como suas miniaturas...
    Às vezes penso no futuro e me assusto...
    É melhor cuidar do presente deles!!
    .
    Felicidades e muita saúde ao Guilherme!
    E, meu Deus, como está grande e lindo, o Felipe!!
    .
    Um abençoado domingo ao senhor e aos seus!
    .

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  2. Muito querida Thaiza,
    primeiro obrigado pelas felicitações ao Guilherme.
    Lindo não pensares em adultizares a Ellen marcado pela experiência em brincares com bonecas já adolescente e curtires brincar com teus filhos.
    Com redobrada admiração votos de um excelente saldo de domingo para ti e para os teus

    attico chassot

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  3. Caro Chassot,

    meus parabéns ao avô, no seu papel de avonado com o Guilherme. Deus continue a abençoar esse menino em seu crescimento infantil e púbere - que ninguém lhe pressione à adultização!

    O tema que trazes à reflexão neste domingo é assustador. Veja bem, por um lado a sociedade de mercado tenta "adultizar" as crianças para negociar mais produtos, por outro, "infantiliza" os jovens segurando-os na casa dos pais para se beneficiarem de maiores mordomias.

    Um abraço,

    Garin

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  4. Muito estimado amigo,
    primeiro obrigado pelas bênçãos que invocas sobre o Guilherme. Que os céus digam amém.
    Realmente a adultização marcada pela loucura e pela avidez do mercado nos obrigam estarmos atentos. Trazes uma outra faceta: a infantilização estendida para fruir de mordomias prologadas na casa paterna.
    Adultização perigosa pois aumenta inclusive situações de abuso infantil e infantilização, usualmente leva a exploração de pais que precisariam ter um limite na sustentação da prole.
    Com agradecimentos pela visitação a este blogue e votos de uma boa semana

    attico chassot

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