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terça-feira, 22 de março de 2011

22.- DIA MUNDIAL DA ÁGUA

Porto Alegre * Ano 5 # 1692



No Dia Mundial da Água, vale recordar que se em 11 de Setembro de 2001, morreram 3 mil inocente, na destruição das torres do WTC: estes já foram muito lamentados. Ainda hoje, cada dia, morrem 30 mil por falta de água.

As aulas de Conhecimento, Linguagem e Ação Comunicativa da manhã de ontem foram marcada por intensas discussões e à tarde, a abertura do meu terceiro semestre na Universidade do Adulto Maior foi significativo: de cerca de 50 alunas (há 3 homens), sete estão fazendo a disciplina pela segunda e três pela terceira vez.

Como acenei ontem, a blogada de então, a de hoje, a de amanhã e a de quinta-feira tem um assunto. Dentro da comemoração do ano internacional da Química recorda-se aqui, nesta semana, a celebração dos 100 anos da descoberta do núcleo atômico por Rutherford.

Isto ocorre com quatro edições segmentadas do texto No coração da matéria escrito por Cássio Leite Vieira, publicado na edição dominical da Folha de S. Paulo de 20 de março. Hoje ofereço a meus leitores o segundo segmento. Antes adito meus votos de uma muito boa terça-feira na qual, em minha agenda, destaco dois momentos: um as aulas desta noite de Conhecimento, Linguagem e Ação Comunicativa para a turma de Educação Física e de Filosofia e o almoço com o professor Jairo Brasil Vieira, leitor deste blogue, que na edição semanal de seu blogue conta sua experiência com a lousa digital no seu blogue: www.profjairobrasil.blogspot.com

ESFORÇO E SORTE Nascido em 1871, em Spring Grove (hoje, Brightwater), área rural ao sul de Nélson, na Nova Zelândia, Rutherford cresceu em família pobre, com pai mecânico e agricultor e mãe professora primária. Era o quarto de 12 filhos. Foi nesse ambiente que, segundo o historiador da ciência Lawrence Badash, no verbete "Rutherford (1871-1937)" do "Dicionário de Biografias Científicas" (Contraponto, 2007), se forjaram os princípios que levariam o jovem Ernest da periferia do império britânico ao posto de cientista mais famoso do início do século passado: simplicidade, retidão, economia, energia, entusiasmo e muita leitura.

As biografias de Rutherford costumam extrapolar para sua juventude o talento de sua maturidade. Pesquisas feitas pelo físico e biógrafo John Campbell mostraram que o estudante - talentoso em matemática e física- estava mais para esforçado e iluminado pela sorte do que para "gênio". Suas oportunidades acadêmicas se concretizaram porque os primeiros colocados acabavam, por algum motivo, não aceitando as bolsas de estudo.

Foi uma dessas bolsas que levou Rutherford, em 1895, ao Laboratório Cavendish, em Cambridge (Inglaterra), referência em física experimental. No ano seguinte, Rutherford finalizou um detector que podia captar ondas eletromagnéticas a até 800 metros -feito tecnológico comparável a um telégrafo sem fio. Começava assim a manifestar, em continente europeu, sua grande capacidade de imaginar, projetar e construir artefatos.

Rutherford tentou patentear seu detector, mas seus ganhos impossibilitavam essa despesa extra: sua bolsa mal o sustentava, atirando-o no limite entre a pobreza e a miséria. Assim, o desenvolvimento do telégrafo sem fio ficaria a cargo do italiano Guglielmo Marconi, que levaria o Nobel de Física de 1909 pela invenção.

O detector e outras habilidades experimentais de Rutherford impressionaram seu chefe no Cavendish, Joseph John Thomson, que, em 1897, descobriria a primeira partícula subatômica, o elétron. A partir de então, a palavra átomo (que em grego significa "não divisível") passaria a ser uma contradição semântica.

Nos últimos 2,5 mil anos, vários modelos de átomos haviam sido idealizados, mas essas entidades diminutas sempre obedeceram aos ditames do filósofo grego Leucipo (c. 500-450 a.C), pai do atomismo: "Toda a realidade consiste em partículas duras e indivisíveis, movendo-se e colidindo no espaço vazio".

PERIFERIA Rutherford também desistiu de Cambridge. Percebeu que, lá, alguém da periferia teria poucas chances de promoção -ele foi, no Cavendish, um dos primeiros estudantes de pesquisa não formados em Cambridge. Indicado por Thomson, que o classificou como o melhor aluno que já tivera, acabou aceitando, em 1898, uma vaga na Universidade McGill, no Canadá, cujo laboratório de física era um dos mais bem equipados do mundo e que entraria para o mapa-múndi da ciência pelas mãos de Rutherford.

Com o auxílio do químico inglês Frederick Soddy, Rutherford passou a trabalhar intensamente. Ambicioso, seu objetivo era publicar muito, para um dia voltar à Inglaterra, onde poderia não só fazer física de primeira, mas também estar ao lado de quem a fazia. De Montreal, escreveu para sua futura mulher, Mary Georgina Newton, com quem se casaria em 1900: "Quero trabalhar bastante e formar uma escola de pesquisa, para ofuscar todo o brilho dos ianques!".

Décadas mais tarde, o ex-físico e escritor inglês C. P. Snow o caracterizou como "exuberante, extrovertido e nada perceptivelmente modesto".

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