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domingo, 19 de setembro de 2010

19- Homem mau com quatro letras : ATEU

Porto Alegre Ano 5 # 1508

Chegamos ao último domingo do inverno. O dia é esplendoroso. Ele já tem ressaibo de primavera. Os noticiosos fazem referência ao horário de verão. É o penúltimo domingo de convivermos com respeitados órgãos de imprensa travestidos em panfletários jornalecos de propaganda de candidatos com derrotas anunciadas.


Trago, uma vez mais, uma reedição de babas do último domingo quanto celebrei aqui o Felipe. Neste domingo, no seu 11º dia cabe a trazida de mais duas fotos, uma das quais com o mano Guilherme. Estas são da celebração da 1ª semana do nascimento ocorrido no dia 8;

Um bom assunto dominical, na esteira da blogada do dia 6, é trazer a ratificação de comentários das repercussões da visita de Bento 16 ao Reino Unido. Mais uma vez ele pisou na bola. Na quinta-feira, no seu primeiro pronunciamento no Reino Unido, diante da rainha Elizabeth II em Edimburgo, o papa falou sobre "uma tirania nazista que tenta erradicar Deus da sociedade". Ele também pediu que a Grã-Bretanha evite "formas agressivas de secularismo". "Até mesmo durante as nossas vidas, nós conseguimos lembrar como a Grã-Bretanha e seus líderes se levantaram contra a tirania nazista que queria erradicar Deus da sociedade e negava nossa humanidade comum a muitos, especialmente os judeus, que se julgava indignos de viverem", disse Bento 16.

"Quando formos refletir sobre as lições sombrias do extremismo ateísta do século 20, nunca nos deixemos esquecer de como a exclusão de Deus, religião e virtude da vida pública leva em última instância a uma visão truncada do homem e da sociedade, e portanto uma visão reducionista das pessoas e seus destinos."

A Associação Humanista da Grã-Bretanha disse que as declarações do papa são "surreais". "A noção que foi o ateísmo dos nazistas que os levou ao extremismo e a visões cheias de ódio, ou que [o ateísmo] de alguma forma alimenta a intolerância na Grã-Bretanha hoje é uma calúnia terrível contra aqueles que não acreditam em Deus", afirma a associação em uma nota.

"A noção de que são as pessoas não-religiosas no Reino Unido que hoje querem impor suas opiniões – vinda de um homem cuja organização se empenha internacionalmente em impor sua forma estreita e excludente de moralidade, além de enfraquecer os direitos humanos de mulheres, crianças, gays e muito outros – é surreal."

A fala do papa fez-me recordar que, há não muito, ao fazer palavras cruzadas a acepção para ‘homem mau de quatro letras’ era ‘ateu’. Quando comentei isso em novembro de 2008, em Brasília, no I Colóquio Internacional de Psicologia do Conhecimento o Prof. Arden Zylbersztajn, da UFSC, acrescentou com graças: ‘... e de cinco: judeu!’

Depois desta acusação àqueles que não têm o mesmo deus de Ratzinger, que parece dotado a ratificar preconceitos, só resta desejar um bom domingo. Aos gaúchos a benesse de vivê-lo em expectativa do feriado.

Já pelo quinto dia consecutivo, permito-me recordar que nesta quarta-feira dia 22

teremos mais uma edição do dia sem automóvel. O evento começou em 1997, na França, e ganhou o mundo nos últimos 12 anos, com o objetivo de servir de alerta para reduzir as emissões de gás carbônico, um dos seis gases mais poderosos do efeito estufa. O movimento chegou ao Brasil em 2001. Desde então vem se espalhando pelo mundo, ganhando a cada edição mais adesões nos cinco continentes. E a proposta é, exatamente, deixar o carro em casa e se deslocar - para o trabalho ou para qualquer outra atividade - utilizando formas alternativas de transporte com menor impacto ambiental, como o transporte coletivo, a bicicleta ou mesmo indo a pé. Assim, diminui-se a quantidade de veículos nas ruas e reduz-se os congestionamentos - e a poluição por tabela.

9 comentários:

  1. Me assusta como ainda, nos dias de hoje, podemos ter concepções tão 'fechadas', eu diria...
    Quanto preconceito...
    E, quanta vontade de impor 'seu' deus, num mundo em que percebemos que apenas as denominações são diferentes...Qual a dificuldade em ver o mesmo deus com nomes diferentes?! Que necessidade é essa de impor as próprias regras, as próprias normas, ditas da humanidade, e alegá-las ter vindo de deus?! Onde se separam e se unem as vontades humanas e as vontades verdadeiramente divinas?!
    .
    Agora, uma coisa não posso negar, o senhor realmente tinha razão quando disse que me encantaria com a foto do Felipe! Como já se esticou um bocado esse rapazinho!
    hehehe!
    Lindo demais da conta!
    Não tem como não babar junto com vocês!
    =]
    .
    Bom domingo!!
    .

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  2. Muito querida colega Thaiza,
    Afino nos pontos e nas vírgulas com tuas posições.
    O mundo será mais doce quando banirmos preconceitos, Eles geram ódios.
    Obrigado por babares junto o Felipe.
    Um afago carinhoso do

    attico chassot

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  3. ola Mestre!Tal como a Profa. Thaiza, acredito que as posicoes impostas pela igreja catolica e por seu primeiro ministro nos discursos que faz, são bastante retrogradas, diante do dinamismo da realidade atual. O proprio celibato exigido pela instituiçao religiosa demonstra o grande atraso nas concepçoes do catolicismo. Entendo que o receio da abertura do celibato está diretamente relacionado com as despesas impostas por familias de religiosos. Imagine a Santa Sé ter de bancar padres, suas esposas e filhos. Nem pensar!!! Não é mesmo Sr. Ratzinger??? JB

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  4. Meu caro colega e amigo Jairo,
    adiro ~~ como fiz ao posicionamento da Thaiza (que recebe cópia deste comentário) ~~ ao teu posicionamento. Imagino o que seria ao senhor Ratzinger ter que levar ao Reino Unido também a Sra. Ratzinger,
    Um muito bom domingo que dá adeus ao inverno
    attico chassot

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  5. Caro Sr. Chassot

    Realmente, as colocações do Papa deixam qualquer um perplexo, justo porque o homem é lider de uma secular religião, que errou e erra muito, aliás como toda a raça humana. Não digo isso para desculpar as palavras do pontífice, não... Até porque me parecem não haver desculpas ou explicações que suavizariam tais revelações... Ao que me parece, é que todos que se colocam como uma autoridade de diminuir qualquer grupo humano, está se colocando, acima do próprio humano e não mais fazendo parte do humano... O que é uma tolice... Não interessando ser católico, muçulmano, protestante, judeu, e todos os etc seguites.
    É fato que todos os acontecimentos atuais nos remetem a exatamente a diminuição de grupos humanos suas crenças ou ausência delas. Hoje o mundo vê os muçulmanos como doidos cheios de bombas por de baixo dos trajes que vestem, sem que ao menos reflita-se que são pessoas, e a nossa raça é comum alguns sentimentos, como o amor e também o ódio. Dessa forma imaginar algo assim é diminuir que os muçulmanos sejam formados por pais, filhos, tios, crianças e também fraternindade. Porém, por motivos como a soberba e o poder político é disseminado a idéia que são todos terroristas.
    Pois bem, dessa forma, ao ler seu post, achei de grande estranheza que o senhor tenho colocado as palavras do papa com veemente e verdadeira crítica do que não se deve... Minimizar outros seres humanos... Porém, a crítica veio acompanhada de uma charge, que ao meu ver, acabou contradizendo a crítica correta... Ora se o papa não deve diminuir outros, se os seres humanos não devem diminuir os ateus e os travestir de homens do mau... Por que o senhor colocou os crentes em Deus como ou infantilizados ou loucos alucinados com "amigos imaginários".
    Errado o papa que generalizou todo um grupo humano, formado por pessoas boas e ruins... Igualmente, errado quem generaliza qualquer grupo humano e suas crenças (mesmo que a crença seja a ausencia de uma).
    Ou seja... Talvez na própria crítica a paixão pela defesa de seu entendimento tenha se colocado igualmente como o papa (de forma bem mais suave)... O que eu considero ser o maior erro de qualquer pessoa, na defesa de seu entendimento atropela os outros... Errado o Ratzinger... mas também... todos que generalizam os demais por idéias diferentes das suas.
    Grato
    Roberto Cordeiro

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  6. Ultima coisa... quem acredita em Deus, mas em Deus de verdade, como sendo a expressão do uno e do mais profundo amor... Não é tolo, nem louco, nem infantilizado...
    Aqueles que acreditam em Deus, aquele que o Cristo pronunciou, não diria as sandices do papa disse... Não se coloca acima dos demais, apenas ama o seu próximo como irmão... Apenas tem uma leitura diferente do mundo... Cristo nunca diria os absurdos que o papa disse, bem pelo contrário... Não nos minimize o Sr. Ático... Nem os tementes a Deus devem minimizar os não crentes pelo próprio príncípio do que acreditam, nem os não crentes pelo principio de acreditarem na liberdade de pensamentos...
    Liberdade de acreditar e de não acreditar, sem que seja ridicularizado por isso.

    Roberto Cordeiro

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  7. Hey Tio Attico! Essas questões religiosas me tremem. Uma pessoa com Deus no coração já é perigosa, imagina sem? Mas o fator cultural tbm é uma coisa séria, onde não podemos culpar o sujeito por não saber o que é isso, como se fosse realmente importante. Cada um no seu quadrado? Aqui no Brasil Deus é branco, cabeludo, bonito, e na África? Como ele deve ser? Deus é amor, e se a pessoa nao sabe o que é isso, essa sim está perdida! Belas palavras. Um abraço de urso pro senhor.

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  8. Estimado Roberto Cordeiro,
    lamento que não tenha seu endereço.
    Reconheço que pisei na bola.
    Amanhã vou publicamente pedir desculpas por ter incluído a charge,
    Desculpe meu gesto condenável.
    attico chassot

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  9. Estimada Gabriella,
    Primeiro lamento não ter teu endereço. Amanhã na blogada vou pedir desculpas pela charge de mau tom que aditei na blogada que comentas.
    Agradeço teu comentário
    attico chassot

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