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quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Respondendo breves e instigantes pergunta acerca de Alexandria e Hipatia

 


  1. Como pesquisador, quais foram as razões que o despertaram para a Biblioteca de Alexandria?

Desde que comecei me envolver com História e Filosofia da Ciência a Biblioteca de Alexandria povoou meu imaginário. No meu livro A ciência através dos tempos, a refiro muito brevemente. Quando em 2002 vivi um tempo na Espanha fazendo pós-doutorado, fiz o conhecido cruzeiro pelo Nilo. Então inclui Alexandria no roteiro (que originalmente não faria parte). Ela seria inaugurada quando estivesse lá. Agendei a data em função disso. Por problemas de segurança a inauguração foi transferida para outubro. Isso terminou sendo muito bom. A visitei quase sozinho. Foi emocionante. O artigo de Química Nova na Escola que conheces conta um pouco desta visita.

Curto muito visitar bibliotecas. Já passei horas dentro da Biblioteca francesa em Paris, na Biblioteca britânica em Londres ou mesmo em uma simples biblioteca de uma universidade pequena. Na minha adolescência era frequentador assíduo da biblioteca municipal de minha cidadezinha. Tenho uma biblioteca pessoal de cerca de 4 mil volumes e nela há um setor de livros raros e preciosos. Tenho uma dezena de preciosidades. No Memórias de um professor: hologramas desde um trem misto há um capítulo sobre a ‘minha’ biblioteca. Acredito que livros é quase a única coisa que me faz um homo possessivus.

 

) Se estivéssemos conversando, exatamente agora, naquela Biblioteca, usando de imaginação, em qual espaço estaríamos e que pessoas nos acompanhariam?

Um bom local para conversarmos seria no Scriptorium de Hipátia (ou Hipácia) Hipacia de Alexandria (em grego: Υπατία), matemática e filósofa neoplatônica, nascida aproximadamente em 370 e assassinada em 415. É provável que teríamos ali um local de agradável conversação 

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Eu diria a ela o quanto a admiro e a felicitaria pela coragem que teve em não se submeter a conversão ao cristianismo e desejar poder fazer suas oferendas aos deuses de seus pais. Ela teria muito a nos contar sobre aquela tarde de março de 415, quando regressava do Museu, e foi atacada em plena rua por uma turba de cristãos enfurecidos, instigados pelo Patriarca Cirilo.

Ela foi golpeada, desnudada e arrastada pelas ruas da cidade até uma igreja. No interior do templo, foi cruelmente torturada até a morte, tendo o corpo dilacerado por conchas de ostras (ou cacos de cerâmica, segundo outra versão). Depois de morta, o corpo foi lançado a uma fogueira.

Claro que poderíamos discutir a versão do de sua história trazida no          filme Ágora (Alexandria (título no Brasil) ou Ágora (título em Portugal)). É um filme espanhol dirigido por Alejandro Amenábar, lançado na Espanha, em 9 de outubro de 2009. O filme é estrelado por Rachel Weisz e Max Minghella e relata a história da filósofa Hipátia, que viveu em Alexandria, no Egito, entre os anos 355 e 415, época da dominação romana. Durante o relato, a história apresenta uma licença romântica, incluindo uma ligação entre Hipátia e um de seus escravos.

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) Como deve ter sido o cotidiano desta Biblioteca?

 Não sei responder esta pergunta. Infiro que ela se assemelhava a uma universidade, que se transforma apenas em realidades no final da Idade Média. Consta que cada navio que chegava no porto de Alexandria tinha seus livros apropriados pela Biblioteca que os copiava, retinha o original e entregava a cópia original autenticada ao navio.

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