7.- UMA (QUASE) ASSEMBLAGE

ANO  10

A G E N D A  em www.professorchassot.pro.br

EDIÇÃO  3090

Esta blogada poderia ter um nome poético: assemblage. Aprendi essa palavra em rótulos de vinhos. No Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha, um enólogo explicou-me que consiste de vinho formado pela reunião controlada de dois ou mais varietais em proporções estudadas. Assim, por exemplo, cabernet sauvignon + merlot podem formar uma assemblage (o substantivo é feminino, numa evocação à assembleia), ou tanat + pinot noir, outra. Observaram como esses varietais (palavra não dicionarizada, usada para indicar tipos de cepas) têm nomes sonoros? Aqui a palavra cepa (que pode ser usado para designar cebola, a partir de seu nome genérico) está sendo usada em duas acepções no ramo das videiras: uma como caule ou tronco da videira, de onde nascem os sarmentos; outra como estirpe, linhagem ou tronco de família; cepo. O Houaiss me informa que assemblage significa composição artística realizada com retalhos de papel ou tecido, objetos descartados, pedaços de madeira, pedras etc. e diz que a etimologia é da palavra francesa homônima assemblage (datada de 1493) 'conjunto constituído de elementos ajustados uns aos outros'.

A minha assemblage se tece com três varientais de cepas muito díspares que fazem a tessitura da edição desta quarta-feira, 7 de outubro. Dia histórico, pois recorda a Batalha de Lepanto quando o Papa Pio V (sim! O papa da igreja católica...) reuniu, em 1571, uma esquadra de duzentas e oito galés e seis galeaças (enormes navios a remos com quarenta e quatro canhões), das marinhas da República de Veneza, Reino de Espanha, Cavaleiros de Malta e dos Estados Papais, sob o comando de João da Áustria, formando a então chamada Liga Santa. O combate durou somente três horas. Foram destruídas ou capturadas cento e noventa galés turcas, enquanto os cristãos perderam apenas doze navios. Lepanto foi o fim da ameaça marítima turca para a Europa. Vale ver esta batalha pintada no teto da igreja do Rosário, na Rua Vigário José Inácio, em Porto Alegre. À Nossa Senhora do Rosário é atribuída esta ‘heroica vitória da liga santa’.

Primeiro Varietal: Esta manhã foi anunciado o Prêmio Nobel de Química. Reproduzo aqui três adendos ao blogue de domingo, aditados na segunda, ontem e hoje: ADENDOS À EDIÇÃO DE 04OUT2015

Na manhã de segunda: 05OUT: SABERES PRIMEVOS recebem o Nobel de Medicina. Um trio octogenário, criadores de terapias contra malária e verminoses levam Nobel de Medicina: O irlandês William Campbell (1930) e japonês Satoshi Omura (1935) dividem metade da láurea. Segunda metade do prêmio de 2015 fica com a chinesa Tu Youyou (1930).

Na manhã de terça: 06OUT: O prêmio Nobel de Física de 2015 foi outorgado para o japonês Takaaki Kajita (1949) e o canadense Arthur B. McDonald, (1953) por seus trabalhos sobre os neutrinos, partículas elementares. Eles foram premiados pela "descoberta das oscilações dos neutrinos, que demonstram que estes têm uma massa", o que permite compreender o funcionamento interno da matéria e um melhor conhecimento do universo.

Na manhã de quarta: 07OUT: O Prêmio Nobel de Química 2015 foi atribuído conjuntamente a Tomas Lindahl, (1938, sueco), Paul Modrich (1946, USA) e Aziz Sancar (1946 cidadão turco e estadunidense) pelos estudos sobre os mecanismos de reparo do DNA, o premio foi distribuído em partes iguais aos três (no desenho na ordem de citação: fonte: nobelprize.org).

Assim temos nos três Nobel de Ciências de 2015 temos: 2+2+3 Homens e 1+0+0 Mulher. Ratifica-se a tese: A Ciência é masculina!

Segundo Varietal de minha assamblage ocorre nesta tarde de quarta-feira, quando com meus colegas Jose Clovis Azevedo e Ana Cláudia Figueroa, participo da defesa de mestrado de Marjorie Klich Nunes no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão do Centro Universitário Metodista IPA. A orientanda do Prof. José Clovis apresenta à banca a dissertação “Software online para a qualificação da prática pedagógica de professores que atuam na educação especial” saborosa à leitura. A Marjorie, enquanto pedagoga, ao envolver-se profissionalmente na educação de jovens e adultos, descobriu que poderia aliar a educação às tecnologias da informação e comunicação. Após, viu mais: estas novas tecnologias poderiam ser particularmente eficazes na educação especial. Assim, como produto de seu mestrado profissional, elaborou – usando tecnologias assistivas – um software destinado a atender às necessidades reais de educadores e profissionais que atuam com alunos com necessidades especiais. Manifesto a minha alegria de ter acompanhado um pouco o trabalho da Marjorie enquanto minha aluna em dois seminários no mestrado e também de ter participado da qualificação de sua proposta. Posso prever que a tarde será frutuosa.   

Terceiro Varietal refere-se ao amanhã, quando retorno a uma das universidades gaúchas mais queridas para mim: a UNISC. A ela me ligo por histórias pessoais e familiares e por amizades fraternas. Faço pela manhã, no Auditório Central, a conferência de abertura do SEMINÁRIO INSTITUCIONAL DO PIBID/UNISC 2015. Vou tentar mostrar que a História e Filosofia da Ciência podem catalisar ações indisciplinares. O público será formado por bolsistas do PIBID das diferentes licenciaturas da UNISC e de outras instituições, além de professores da rede pública de ensino.