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terça-feira, 17 de março de 2015

17.- PARA ALÉM & AQUÉM DE 15 DE MARÇO

ANO
 9
EDIÇÃO
 3018

Tinha me proposto não escrever sobre 15 de março. No pré-15/03 quase silenciei. Acerca do pós-15/03, li várias análises, Julguei-me contemplado por muitas delas. Parecia que não tinha nada a acrescentar. Agora, quando tento alinhavar algo, a sensação é mesma. Não sei, ainda, que lições tirar do que estamos vivendo.
Mas tinha em relação à data uma sensação de covardia ou pelo menos de omissão. Talvez seja por isso que me obrigo a este escrevinhar neste final do verão 2014/15, sonhando que mude o clima (político) e venha o esperado outono.
Mas, primeiro qual o porquê de meu silêncio no pré-15/03? Cometi um erro. Avaliei mal. Não esperava o sucesso das manifestações de domingo.
Sucesso? Pode ser... quase dois milhões foram as ruas bradar contra a corrupção e a impunidade. Mas, isso é menos de 2% da população... Talvez, 1% se deflacionado o inchaço promovido pelas polícias militares de estados governados por antipetistas. Isso é muito pouco. Mais gente deveria ter ido. Claro que sei que havia outros pedidos sintetizados em ‘Fora Dilma!’, ‘pedidos de impeachment’, ‘governo militar’, ‘fechamento do STF’ mas, essas posturas golpistas foram menos expressiva. Então, não foi tanto o sucesso.
O sucesso foi desenhado mesmo pela Globo. O prof. Carlos Augusto B M Normann em seu blogue cabmn.blogspot.com.br desta segunda traz pergunta que diz não querer calar: Por que a Globo (RBS) não cobriu a manifestação pró-Dilma de sexta-feira, e deu cobertura de final de Copa do Mundo para a de domingo?
Os depositantes de contas bilionários no HSBC da Suíça, magnatas das comunicações no Brasil souberam dar dimensões de apoteose aos protestos de domingo. Mas o sucesso tem outra leitura.
Sucesso mesmo foi a constatação do Ministro da Justiça acerca da demonstração do exercício democrático da divergência na data que se recordava os 30 anos da posse do primeiro presidente civil depois de mais de 20 anos de ditadura militar.
À fala do ministro senti-me orgulhoso de ser brasileiro. Já vivíamos o maior período democrático da nossa jovem República. Nestes trinta anos, em 1992, apeamos do poder um presidente; em agosto de 1999, a oposição fez em Brasília a Marcha dos 100 mil, gritando "Fora, FHC!". Brizola pregaria a renúncia do presidente e do vice e a convocação de novas eleições. MST e CUT exigiriam impeachment. "O líder do maior partido da oposição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse no Rio que o objetivo do movimento é pedir a abertura de uma CPI para apurar suposto crime de responsabilidade de FHC na privatização das teles. 'Pode-se até chegar ao impeachment, a partir do que for apurado pela CPI'", publicou a Folha de S. Paulo do dia 26/08/1999; e, agora, em 15 de março, menos de 2% de brasileiros bradou fora Dilma. Estamos fazendo história.
Emocionei-me no sábado passado: um colega professor de música, postou no Facebook, algo que eu havia escrito em 25/102014, na véspera da eleição do segundo turno: Na edição do blogue deste sábado, vigília nervosa de um esperado domingo, escrevo que na blogada desta segunda, dizia: Impressionam-me certas razões para votarem num candidato. Na edição deste sábado afirmo com números que se eu tivesse que escolher apenas uma razão, voltaria a considerar redistribuição dos distintos estratos sociais desenhadas na ilustração que mais de uma vez postei, nos últimos dias.
“Eu acho a Dilma antipática” é justificativa de alguns. Houve, então, quem me interrogasse (ou pedisse exemplo) do que seria uma avaliação consistente para votar na Dilma. Então publiquei um gráfico esclarecedor, que foi republicado neste sábado e que está a seguir reproduzido.
Ele não serviu apenas para nos ajudar a ganhar a eleição. Ele pode servir para responder aqueles que me perguntaram na noite de domingo como eu não tinha vergonha de ser brasileiro.
Comentei assim no FB: Muito estimado Luciano Santini Romero, hoje, sábado, 14 de março é mais uma vez véspera de um domingo nervoso. Agradeço por ressuscitares minha afirmação. Eu a ratifico. Repito o que escrevi na véspera da eleição. A estima e admiração achassot
Como encerramento, peço desculpas por algumas respostas marcadas por certa deselegância que dei a alguns à pergunta: “Tu não estás arrependido em teres votado na Dilma?” “Talvez... acho que sim! Deveria ter votado na Luciana Genro!”

4 comentários:

  1. Sou a favor de qualquer manifestação legitimamente democrática. No entanto, ver o desfecho do 15 de março de 2015 simbolizado naquele PANELAÇO das(os) "famintas"(os) do Leblon, dos Jardins em SP, de Copacabana...foi de arrepiar. Ainda irei a um analista tentar entender. E o show de selfis das lindas brasileiras?
    Que se punam TODOS os corruptos...em detrimento de JUSTIÇA SOCIAL!!!
    Grande abraço.

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  2. Acróstico

    Quando o povão vai à rua em massa
    Uma lição pode ser aprendida, então
    Em que não pode existir menor graça
    Povo na avenida, dirigente de plantão.

    Aqui no Patropi, político caga e anda
    Íntimos do poder não ligam prá clamor
    São eles os mandões o povo desanda
    É a república de bananas onde há dor.

    E assim essa democracia vai rolando
    Sem que cesse a bandidagem jamais
    Se você crera, agora está aí chorando
    E se há soluções, sequer sabe quais.
    ?

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  3. Bom dia, grande amigo Chassot, adorei a sua postagem. Postagem esta que nos mostra mais uma vez que o conhecimento nos proporciona o entendimento de tudo que nos rodeia. Principalmente as novas e velhas questões da nossa política.
    Um forte abraço, meu companheiro!!!!
    Mateus de Andrade

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    1. Muito estimado colega Mateus,
      obrigado por teu comentário. Ele comove. Há três dimensões que merecem ser sublinhadas: 1) esta postagem já teve mais de 600 acessos, são raros os comentários. Há apenas mais dois outros que comentaram. Também me sensibilizaram.
      2) O tema é polêmico. Tu não te eximiste. É complicado opinar nestas situações.
      3) celebro teu retorno com comentários, depois de quase um ano que não te ouvia.
      Saudações a Rio do Sul.
      A estima do achassot

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