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sábado, 29 de setembro de 2012

29.- PARECE FICÇÃO CIENTÍFICA



Ano 7*** Frederico Westphalen / Porto Alegre ***Edição 2250
Depois de um dia extenso em Frederico Westphalen [orientações, reunião de colegiado envolvendo 3 campi por vídeo conferência e uma dupla jornada de aulas] quando esta postagem iniciar a circular, terei percorrido minha primeira meia hora das 6,5 h que me separam de Porto Alegre, onde pela manhã tenho aulas no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão. No começo da tarde recebo meu amigo Enrique del Pércio, da Universidade de Buenos Aires, minha bibliografia quando discuto ‘indisciplinaridade’. À noite, a Morada dos Afagos será cenário de confraternização de docentes dos dois mestrados do Centro Universitário Metodista do IPA.
Nesta edição sabatina, dia de falar em leituras, primeiro um registro de homenagem recebida de um leitor: Bruno Peixoto de Oliveira, da Universidade Estadual do Ceará, residente em Itapipoca, CE, escreveu no Facebook: "Não consigo passar um dia sem ler suas blogadas. Obrigado por todo o conhecimento repassado mestre Attico Chassot."
Hoje a dica de leitura é inusual. Apresento um livro que não li. A matéria Em busca da eterna juventude de Léo Gerchmann, publicada no último domingo em Zero Hora muito me impressionou de tal maneira, que antecipo o comentário à leitura do livro.
Livro relata busca de cientistas do III Reich por fórmula científica que evitasse o envelhecimento. O diálogo a seguir é assustador pelo conteúdo e também pela proximidade territorial. Deu-se na Argentina e consta no livro A Fórmula da Eterna Juventude e Outros Experimentos Nazistas (240 páginas, Civilização Brasileira), do historiador Carlos de Nápoli:
– (...) Quando começaram os bombardeios aliados sobre Auschwitz, no verão de 1944, os projetos experimentais principais se descentralizaram. O do rejuvenescimento continuou perto do spa de Solahuette. Um grupo de mulheres foi instalado ali (...).
– Vinte mulheres.
– Sim, talvez restassem 20 mulheres.
– A senhora participou dessas experiências ou foi utilizada nelas?
– Não nessas, já que era jovem demais e não servia para isso (...).
Quem indaga é o próprio historiador argentino, autor e protagonista do seu thriller incrivelmente verídico. Quem responde é a dinamarquesa Frieda Sorennsen, ainda hoje radicada no sofisticado bairro portenho da Recoleta e descrita pelo estudioso como “uma bela septuagenária com aspecto de uma mulher de 40 anos” – se você desconfiou, sim, o livro mais adiante dirá que Frieda, apesar da relutância inicial em reconhecer, foi uma das tais mulheres submetidas aos experimentos narrados no diálogo acima.
O que está por trás dessa conversa? No trecho a seguir, fica bem claro do que se trata:
“Como contraface do assassinato em massa de soviéticos, judeus e ciganos (...), registra-se o empenho dos médicos do Führer em conseguir rejuvenescimento humano, em particular o de seu chefe supremo, uma descoberta politicamente imprescindível para o líder sem descendentes do Império dos Mil Anos. Não se tratava, nesse caso, das complicações sempre um pouco grotescas das sucessões monárquicas: depois de Hitler não havia nada. O doutor Mengele, conhecido em Auschwitz como o Anjo da Morte, foi o mestre dos mestres na experimentação com produtos dessa natureza, mas não foi o único. Karl Peter Vaernet, capitão da SS, médico em campos de concentração, continuou praticando suas artes na Argentina, em seu próprio laboratório na rua Uriarte, no bairro de Palermo, em pleno coração da cidade de Buenos Aires. O desconhecido bioquímico alemão Ernesto Oton Timmermann foi, por sua vez, sócio de Mengele na Fadrofarm SCA, a maior unidade na Argentina dos laboratórios secretos de Hitler.”
De Nápoli passou 30 anos pesquisando o assunto. Morreu no ano passado. O livro, escrito três anos atrás, chega agora ao Brasil.
Em síntese, o autor assegurava que cientistas nazistas desenvolveram, na II Guerra Mundial, um método de rejuvenescimento destinado a prolongar o período fértil das alemãs que gerariam arianinhos para a posteridade – e, especialmente, a vida do próprio Adolf Hitler.
Autor vê nas experiências o surgimento da aids Estudioso do nazismo, autor de diversas obras a respeito, De Nápoli respalda suas tenebrosas conclusões nos documentos encontrados em uma casa de Buenos Aires, onde o médico nazista Joseph Mengele viveu.
O texto límpido que dá forma a informações surpreendentes se arrisca a cogitar que ali se originava a aids. Os documentos de Mengele relatam: testículos de macaco enxertados em humanos, algo próprio dos experimentos nazistas, “produzia um rápido rejuvenescimento, embora seguido muitas vezes por uma doença desconhecida que levava à morte em questão de meses”.
Seriam os primórdios da aids? De Nápoli acreditava nessa possibilidade.
Documentos acumulados pelo autor mostram como os nazistas, no afã de chegar à chamada “fórmula da eterna juventude” e até de “curar” a homossexualidade, trancafiaram mulheres-cobaias em um spa próximo a Auschwitz. Rejuvenesceram-nas em cerca de 30 anos, à base de hormônios e rígidas dietas constituídas de vegetais, torradas de centeio, geleia real e carne magra.
De onde sairiam tais hormônios? Eram extraídos dos milhões de sacrificados nos campos de extermínio. Terrível, mas real.
 

4 comentários:

  1. Mestre, ao acordar e mais uma vez ler seu blogue, me senti extremamente lisonjeado em ver meu nome na sua blogada sabática. Novamente agradeço pelo conhecimento repassado todos os dias aqui neste espaço e pela atenção que tem aos seus leitores, inclusive a mim. Você é um exemplo para todos que fazem educação científica. Abraço

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  2. A mais ou menos trinta anos li uma coleção intitulada "Médicos Nazistas". Ali estavam relatadas as mais impensáveis barbaridares, inclusive com fotos reais. O penúltimo tomo ocupava-se do processo de Nuremberg, e o último aventava as várias hipóteses do destino dos alemães que fugiram. Este tema causa arrepios em todos, pois mostra-nos a que o ser humano é capaz de chegar.

    abraços

    Antonio Jorge

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  3. O assunto não merece nem um limerique, lamento.

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  4. Ao Estimado Jair,
    para que se ponha na oitiva de seus admiradores

    attico chassot

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