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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

07.- PUBLICIDADE NA WEB versus PUBLICIDADE EM SUPORTE PAPEL



Ano 6 *** www.professorchassot.pro.br *** Edição 2015
Na última quarta-feira, dia 01 de fevereiro, comentava-se aqui que pesquisa como estas duas: “Estudo de universidade dos EUA diz que o meio é um importante indicador para a retenção de dados após a leitura” e “Grupo leitor do 'NYT' no papel recordou mais notícias, tópicos e trechos dos textos do que quem o leu no site”, parecem quase desnecessárias, pois o senso comum faria prever os resultados. Mais detalhes foram trazidos então com texto que Nelson de Sá publicou na Folha de S. Paulo, em 29JAN2012.
Comentários então aditados aquela postagem destacavam as preferências pela leitura em suporte papel, mas que se devia estar atento à convivência aos sois tipos de suportes. Dentre os leitores, parece que ninguém desejaria abandonar radicalmente o suporte papel tanto para livros como para jornais. Nesta discussão quase esquecemos nos credos ambientalistas e não poupamos árvores para fazer papel.

Paulo Marcelo Pontes, atento leitor desde Olinda evocou uma metáfora para as duas modalidades de suporte. Ela me parece muito bem posta: Suporte papel: atenção (=retenção) centrípeta e suporte eletrônico: centrífuga. A leitura digital oferece o divagar, o fugir do assunto.
Pois hoje, expando o assunto com matéria do mesmo articulista da Folha que relata pesquisas que apontam que na publicidade efeito semelhante.
Um segundo estudo dos autores de "Medium Matters", intitulado "Advertising Affinities" -"afinidades de publicidade"-, obteve resultados semelhantes quanto à retenção. O leitor do impresso recorda, em média, 1,3 anúncio publicitário, enquanto a pessoa que lê a publicidade on-line recorda 0,7.
Segundo Arthur Santana, um dos pesquisadores da Universidade de Oregon, um motivo é que os anúncios impressos "são estáticos, não mudam, enquanto no on-line têm natureza efêmera".
O mesmo grupo de pesquisadores se prepara agora para estender o estudo a tablets e smartphones, "especificamente iPad e iPhone, porque todo mundo parece ter um".
Questionado, Santana arrisca que, "em linha com a pesquisa, minha teoria seria que as pessoas que leem suas notícias via iPad e iPhone têm a mesma taxa de retenção dos que leem num laptop ou num desktop".
Em outras palavras, "a imprensa deve continuar sendo um meio melhor de receber e lembrar das notícias".
Eugênio Bucci, professor da Escola de Comunicação e Artes da USP e autor de "Sobre Ética e Imprensa", diz que "internet e tablet são completamente diferentes".
Para ele, "o tablet substitui o caminhão de entrega", ou seja, muda só a forma de distribuir. "É evidente que quem trabalha em jornal não trabalha na indústria gráfica, mas na produção de conteúdo."
Por sua própria experiência e também pela convivência com os alunos de jornalismo na USP, avalia que o tablet "está cada vez mais perto da leitura em papel e tem uma retenção e uma credibilidade equivalentes", no caso dos aplicativos de jornal.
Lembra que "o hardware ainda está na pré-história", devendo se aproximar mais e mais do ritual do papel.
Um muito bom assunto para pensarmos, pois já vemos discussões agora envolvendo diferenças de retenção em função do tipo de suporte eletrônico. Nada melhor que desejar uma muito boa terça-feira a cada uma e cada um e já pensar em assunto para a blogada nossa de cada dia.

5 comentários:

  1. Caro Attico,

    é realmente uma boa discussão esta que levantas - já que refere-se à transmissão de informações pelos meios existentes e a sua perpetuação.

    Creio que tem menos a ver com o aparelho eletrônico em si do que com a fluidez que as informações são obtidas na internet - uma informação leva a buscar outra, através de links e mais links. Por várias vezes me peguei aqui perguntando-me o que eu tinha pesquisado inicialmente. Já o papel é estático, não permite que fujamos do conteúdo ali exposto.

    Creio que a questão da atenção vá por esse foco.

    Abraços,

    Paulo Marcelo

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  2. Caro Chassot,
    Vou me ater apenas ao suportes: papel e eletrônico. Em que pese o suporte papel sacrificar árvores para permitir nosso deleite ou aquisição de cultura, lembremos que GRANDE, na verdade a esmagadora maioria das árvores usadas para confecção de papel, são PLANTADAS para esse fim. Então, não há diminuição das reservas florestais por cauda de nossos livros, pelo contrário, o que existe é um AUMENTO das áreas florestadas para atender a indústria gráfica. Fico com os livros e não abro, ou melhor, abro tantos livros quanto meu vício de leitura me obrigar. Abraços, JAIR.

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  3. Dirceu Aparecido Borges7 de fevereiro de 2012 às 14:35

    Prezado Chassot,

    realmente este é um debate muito pertinente. Entretanto, nada mais emocionante do que folhear um livro, sentir seu cheiro. Acredito que o estático é próprio do livro, pois esse nos prende a atenção e assim focamos na leitura.
    Um abraço cordial!
    Dirceu Aparecido Borges

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  4. Meu caro Dirceu,
    cujo nome sugiro Reaparecido.
    Sempre é bom celebrar teu retorno.
    Irmano-me a tua tese acerca do livro e revista em suporte papel, ainda mais confortado pelo Jair, que absolve culpas mostrando que os livros são feitos de árvores plantadas para produzir celulose para a produção de papel.
    Uma vez mais festejo teu retorno com alegria
    attico chassot

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  5. Amigo Chassot,

    creio que o que nos faz mais dispersos no suporte digital é a interatividade sempre possível.

    Um abraço.

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