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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

20.- ¿QUEM GANHA MAIS: SOLTEIRAS OU CASADAS?


Ano 6 *** Porto Alegre *** Edição 1965
Uma terça-feira, que tem, mesmo que remotamente, ressaibos das adventícias festas natalinas, já com sabores de pré-férias. Mas ainda há exigentes pontos de agenda.
Ontem cedo pela manhã temia pelo envio a tempo à Cuiabá do parecer assuntado aqui na última edição. Durante a noite tive pesadelos. E... se o computador não abrir! Na madrugada houve um incêndio em um apartamento de cobertura não distante do meu. A foto tomei-a desde meu jardim. Não me atemorizei com presságios.
De repente lembrei que tinha uma hora a mais, como na da história de Júlio Verne em “A volta ao mundo em 80 dias”, como o Sr. Phileas Fogg – ele ganhou um dia em sua viagem, pois viajava para o Ocidente em sua volta ao mundo, assim não perdeu a aposta que fizera. Eu poderia chegar a tempo à sessão de defesa com meu parecer devido a diferença de fuso entre Porto Alegre e Cuiabá. Consegui cumprir o prometido.
Agradeço aos amigos que postaram comentários vibrando por eu ter assumido o parecer. Senti que o Sassá teve solidariedades. Isto é bonito.
Em jornal do último sábado uma notícia que me deixou intrigado: Casadas ganham 20% mais que solteiras. Situação no Brasil é inversa à dos EUA, onde solteiras ganham 34% mais que casadas. Mesmo que, na notícia, as análises sejam superficiais, reparto o texto com meus leitores, para ajudar curtir uma apetecível terça-feira.
Com uma filha ainda pequena, a técnica em enfermagem Juliana da Silva Pereira, 28, casada, mudou de emprego há quatro meses por um belo aumento de salário mensal: de R$ 1.300 para R$ 2.200. Atuando no ramo para o qual se qualificou, a trabalhadora faz parte de uma estatística que a surpreendeu: no Brasil, as mulheres casadas ganham, em média, 19,8% mais que as solteiras, de acordo com um estudo do Insper. "Sempre achei que as solteiras, por terem mais tempo livre, ganhassem mais", diz a técnica em enfermagem.
É assim nos EUA, de acordo com Regina Madalozzo, pesquisadora que orientou a pesquisa sobre o Brasil feita pela economista Carolina Flores. No mercado americano, solteiras ganham, em média, 34% mais que as casadas.
"Nos EUA, a presença das mulheres em vagas que exigem maior qualificação, como em empresas, é mais expressiva que no Brasil. Nesse ambiente, ter mais tempo para o emprego e possibilidade de viajar, o que é mais fácil para as solteiras, são pontos valorizados", diz Madalozzo.
A pesquisadora ressalta que, no Brasil, ainda há uma grande concentração de mulheres empregadas em atividades de baixa qualificação, como trabalho doméstico.
"E os patrões parecem encarar o fato de as funcionárias serem casadas como um indicativo de que são mais responsáveis", acrescenta.
O estudo foi realizado com base nos dados do Censo 2000 do IBGE. Outra explicação possível para o resultado é que a mulher casada, pela segurança de uma renda familiar conjunta com o marido, possa investir mais tempo até encontrar empregos mais recompensadores.
"É possível que as solteiras se submetam com maior facilidade a salários mais baixos", diz Madalozzo.
"Mas creio que, à medida que o mercado brasileiro se desenvolva e as mulheres assumam mais postos qualificados, a situação no país se aproxime da dos EUA."
O estudo revelou que, entre as mulheres casadas, as negras, pardas e indígenas ganham menos que as brancas, enquanto as asiáticas ganham mais. "Pode ser um reflexo da qualificação, mas esse grupo é pequeno; representa menos de 1% do total", diz a pesquisadora.

4 comentários:

  1. Caro Chassot,

    mesmo que a notícia possa ter um lado positivo ainda é muito preocupante que apresente uma diferença salarial entre as mulheres brancas e as mulheres negras. A cor da pele continua sendo um 'carimbo' de incompetente, lamentavelmente.

    Um abraço,

    Garin

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  2. Ao encontro do diz a pesquisadora, acredito que os números estejam relacionados sobretudo aos postos de baixos salários ocupados pela maioria das mulheres. Já ouvi mais de uma vez que mulheres com filhos ou casadas são problema para as empresas, já que assumem, na maioria dos casos, a responsabilidade doméstica. Em grupos de baixa renda faltar a um dia de trabalho sem justificativa comprovada (uma febre de filho, ou encanamento quebrado, por exemplo) pode significar uma perda no salário que fará diferença no fim do mês. De qualquer forma posso usar a pesquisa como uma desculpa para casar de novo!hehe.

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  3. Caro Attico,

    teu comentário evocou-me a lembrança da viagem de regresso de Istambul, em que vimos nosso dia se transformar em 32 horas. Foi estranho termos saído pela manhã e chegarmos à tarde do mesmo dia, apesar de termos viajado cerca de 16 horas.

    Abraços,

    PAULO MARCELO

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  4. Meu querido Paulo Marcelo,
    não tenho mais, devido a SFA – Síndrome de Fim de Ano – respondido a todos comentário.
    Mas a recordação do que significa ‘ganhar o tempo’ que perdemos quando viajamos ‘contra o fuso’ me faz jubiloso na celebração de teu retorno.
    A amizade e a admiração do

    attico chassot

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