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quinta-feira, 21 de julho de 2011

21.- Algo do subterrâneo de Paris...

Ano 5

Paris

Edição 1813

09/23 DIARIO De novo em Paris. Chegamos ontem a Gare du Nord no horário previsto. No taxi, até a casa da Júlia & Benjamin, evoquei várias outras estadas aqui. Aflorou forte aquela primeira, em julho de 1989 – a França festejava o bicentenário da Revolução Francesa. Então, por ter vivido muitos livros e filmes ambientados em Paris, parecia que chegava a uma cidade que me era muito familiar. O primeiro contato com a cidade tinha um endereço próximo para um professor de Química: Rue Gay Lussac.

Ontem, quando passamos pela Place de la Bastille, lembrei uma estada na virada 1990/ 1991, quando, na manhã do primeiro dia do ano, surpreendi-me com o número de carros marcados com a barbárie de garrafas de champanhe quebradas contra os mesmos.

Talvez a evocação maior foi quanto passamos pelas imponentes 4 torres da Biblioteca de France Françoise Miterrand, onde já curti várias horas e vi o Quai de Bramly, que em dezembro de 2006 foi o ponto de embarque para a celebração, no Sena, do casamento da Júlia e do Benjamin e ali eu tinha minhas filhas Ana Lúcia e Clarissa, meus genros Eduardo e Carlos e meus netos Guilherme e Maria Clara. Entre 1998 e 2008 – quando estivera aqui a última vez - várias vezes Paris me encantou, mas sempre as emoções parecem como as primeiras.

Estar mais uma vez em Paris é muito bom. Ser hóspede dos queridos Julia e Benjamin é maravilhoso. Aliás, no reencontro com a Júlia, personalizo algo que me emocionou: mesmo que a Gelsa, a cada semana fale com a sua filha por Skipe, o reencontro com as duas, envolvidas em abraço com lágrimas parecia interminável, traduzindo a diferença desses encontros virtuais. Ou seja, na verdade, o que conta mesmo são os encontros reais.

Tanto no almoço como na janta tínhamos motivos a comemorar. Nosso encontro com a Julia foi após uma entrevista com sua orientadora, que definiu planos que possa concluir sua tese para obtenção do título de Doutora em Direito Público Internacional. Outra celebração se relacionou à seleção da Julia como professora da Université Evry, depois de um intenso processo avaliativo, durante mais de três meses.

Como disse, chegamos pontualmente a Paris, na minha segunda passagem pelo Eurotunel (a primeira, no sentido Londres/Paris). Algo que me impressionou nesta viagem: o embarque não ocorre antes de 20 minutos do horário aprazado. Então, cerca de duas mil pessoas ocupam seus lugares em um dos 18 vagões, com quase 100 poltronas.

Às 8h55min, com todos os lugares tomados partiu o trem e às 12h17min (na verdade 11h17min, se não fosse o fuso) estávamos em uma região quase central de Paris, sem que tivéssemos percebido a passagem sob o canal da Mancha.

Ainda outra ‘curiosidade’ da viagem de ontem: na noite de terça-feira a Júlia nos mandou detalhes de como chegar em sua casa, mesmo que ali já estivéssemos outras vezes. Mas como seria primeira vez que chegaríamos de taxi, havia uma informação importante, como perceberão meus leitores: “Só para lembrar, a rua du Javelot é uma rua subterrânea (sous terraine em, francês). Então de taxi para chegar até o nosso prédio o carro tem que entrar na rua subterrânea que começa em frente à Universidade de Paris 1. O nosso prédio é o ultimo dessa rua subterrânea, com o nome "ATHENES".

Sim, a rue du Javelot tem cerca de 1300 metros, por baixo de uma esplanada onde há

14 edifícios, cada um com cerca de 240 residências. A entrada e a saída da rua não distam mais de 50 metros. Sob a rua há ainda três pavimentos de garagens para as aproximadamente 3500 residências. Esta rua é acessada para chegar de carro para a entrega de mercadorias ou mudanças, correio e retirada de lixo.

Nós não somos capazes de imaginar o que existe nos ‘subterrâneos’ de uma grande cidade. Pois hoje contei acerca da oculta Javelot, que é muito importante, pois serve a 10 mil pessoas, número de habitantes maior que o de muitas cidades do Rio Grande do Sul.

Mesmo que construída uma edição com recortes tão triviais, esta cumpre mais um dia de um relato de viagem, a segunda etapa de atividades acadêmicas da Gelsa. A esse relato, adito votos de uma muito boa quinta-feira.

10 comentários:

  1. Caro Chassot,

    nada na vida é trivial, muito menos no relato de uma viagem. A tua narrativa é importante porque fala de uma etapa vivida com emoção - não há maior do que reencontrar filhos que vivem longe dos nossos olhos (sempre pertos do coração). Hoje terei emoções semelhantes às da Gelsa, ao reencontrar meus filhos que chegam do Rio e de São Paulo para me visitar.

    Uma grande quinta-feira para ti e Gelsa,

    Garin

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  2. Mestre Chassot
    Vivenciei agora tua estada em Paris pelo que li em tua blogada. Me senti parte da viagem e da estada, e até mesmo das emoçoes do reencontro da Gelsa com a Julia, sabedor que sou da importancia do sentimento familiar neste momento em que muitas pessoas creem que o contato virtual se basta. Essa mesma emoçao estou sentindo hoje quando reencontro meus pais depois de uma semana de viagem a Cacequi e Santa Maria, na terra natal de seus conhecidos. Voltaram exultantes da viagem e cheios de novidades do que por lá ocorre. Abraço e boa quinta e sexta (aqui o retorno do frio é certo a partir de amanha). Aliás, perdi meu ex-professor de cursinho IPV Clovis Duarte nesta terça-feira. JB.

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  3. Caro Chassot,
    Fico feliz de sabê-lo na capital cultural do Ocidente. Gosto imensamente de Paris e, por ocasião dos tumultos que ocorreram aí em 2005, produzi um texto que tomo a liberdade de enviá-lo por Email. Naquele tempo eu ainda escrevia sobre política, agora não mais. Abraços e boa estada, JAIR.

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  4. Meu querido Garin,
    sou empático com tuas emoções no reencontro com teu filhos.
    Obrigado pela parceria intelectual

    attico chassot

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  5. Meu querido Jairo,
    no comentário atua postagem, externo minha homenagem ao Clóvis Duarte. Fomos parceiros durante anos, quando um e outro começávamos o magistério. Cursinho do CAFDR e depois no IPV. Ele era um excepcional professor de Biologia. Mais tarde tivemos encontros em progragamas televisivos onde ele fez carreira brilhante. Quando há dias soube de sua doença irreversível, fiquei triste.
    Esta noite tivemos a esperada notícia de sua morte.
    Aqui, alio-me a ti e faço minha homenagem ao Clovis.
    Celebro contigo o reencontro com teus pais desde a casa J&B que conheceste uma vez no Manifesto.

    attico chassot

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  6. Meu Caro Jair,
    realmente Paris é o máximo. O brigado por teu texto. Terei um bom cenário de contextualização.
    Com estima
    attico chassot

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  7. Caro amigo.
    Esse seu primeiro relato parisiense é encantador. Uma rua subterrânea... Fico imaginando como deve ser. E para as pessoas que lá moram? Cerca de dez mil, que saem de casa sem ver a luz do dia... Logo na cidade Luz! Mas ir a Paris é sempre descobrir uma novidade a cada viagem! Aguardo pelo que vc ainda vai nos contar...
    Abs
    Renato

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  8. Meu querido Renato,
    é bom ser um pouco teu cicerone na volta a estas terras que conheces.
    Hoje visitei uma igreja em tua homenagem,
    Aqui já sexta-feira

    attico chassot

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  9. Pai..acompanhamos daqui as alegrias dai. A Maria Clara entrou de férias ontem. Manda um beijo especial para a Julia e o Benjamin e um parabéns pelas conquistas recentes. Um beijo da tua filha Clarissa

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  10. Minha filha querida,
    tu não imaginas como me enche de alegria este teu comentário aqui.
    Estamos agora partindo para três dias no Ardeche.
    Julia & Benjamin agradecem e retribuem lembranças.
    Um grande obrigado pelo teu comentário. Agradecemos todos os teus votos e cumprimentos.
    Um beijo cheio de saudades
    Gelsa & attico

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