TRADUÇAO / TRANSLATE / TRADUCCIÓN

sexta-feira, 18 de abril de 2025

UMA SEMANA-SANTA INESQUECÍVEL

 


ANO

 17

      www.professorchassot.pro.br

Livraria virtual

      EDIÇÃO

       2022

Por primeiro, uma vez mais, agradeço convivermos solidariamente, com problemas técnicos que nos impediu circular na edição passada. Posto este agradecimento é importante trazer, aqui e agora, uma informação: a edição desta Semana Santa é uma cópia da edição da Semana Santa de 2002, que vivemos* durante a estada de pós-doutorado na Espanha. (*o vivemos NÃO é um plural majestático. Quando referir NÓS é a Gelsa e eu com quem, então eu era casado).

Meu imaginário está fortemente povoado pela mais emocionante semana santa de minha vida: aquela, na qual fizemos em 2002 um périplo de sete dias por Córdoba, Granada, Cádiz e Sevilha, durante o período pós-doutoramento em Madri. A Andaluzia era então a realização de nossos desejos turísticos. Aproveitamos então a semana de feriados pascoaes. 

A Andaluzia se estende ao longo do sul da Espanha, tem, além das cidades

antes mencionadas, muitas outras cidades históricas e vilarejos de casas brancas. Há, ainda, na região reservas naturais (Parque Nacional de Doñana), desertos como os da região de Almeria. Há contrastes que são atrações: a Sierra Nevada, com as mais famosas estações de esqui da Europa e as praias da Costa do Sol no Mediterrâneo e também praias no Atlântico, pois na região está o estreito de Gibraltar, que faz a Europa distante da África apenas 13 km. Vale referir que Gibraltar é um território britânico no sul da Espanha. Mas a Espanha tem dois enclaves em Marrocos – Ceuta e Melia – e também dois territórios insulares – as três ilhas Baleares no Mediterrâneo e as sete ilhas Canárias (a 1050 km a sudoeste de Cadiz e a 150km de Marrocos). Os gibraltarenhos se manifestaram em tempos recentes pela sua não anexação a Espanha; há aspirações de independência.

O histórico Guadalquivir, que recordamos de estudos da assim chamada descoberta da América ou dos romances que têm como cenário os exuberantes sete séculos de domínio muçulmano na Península Ibérica, hoje ainda é via uma fluvial muito importante da Andaluzia. É nesta região que se encontra o maior legado da presença árabe no ocidente.

Na Semana Santa da Andaluzia é atração, não apenas para os espanhóis de

outras regiões, mas para turistas de várias partes do mundo. Já há um tempo, elegêramos que aproveitaríamos o recesso acadêmico. Inicialmente, é preciso dizer que se esta nossa decisão foi com uma antecipação de dois meses, foi muito pequena. Hotéis para Semana Santa andaluz se reservam, no mínimo meio ano antes, para se poder ter alguma opção de escolha. Aliás, os hotéis na região, no período, mesmo reservados com antecedência, são muito mais caros do que no resto do ano, como as próprias tabelas dos hotéis indicam. É algo como procurar um hotel em Salvador, na Bahia, para os dias de carnaval.

Nosso programa, a partir das muitas opções de diferentes cidades e por possibilidades de hotéis e conexões ferroviárias, ficou assim definido: iniciaríamos no Domingo de Ramos por Córdoba, na segunda e na terça-feira iríamos a Granada, na quarta-feira a Cádis, para concluirmos, na quinta e na sexta-feira em Sevilha, retornando à Madrid na noite de sábado.
Foram dias prenhes de envolvimento por uma das mais intensas manifestações de culturais dos espanhóis: a religiosidade. Assim aqui estão alguns excertos de um texto bem mais extenso.
Na madrugada de domingo de ramos, 24 de março de 2002, tomávamos o primeiro metrô, para a movimentadíssima Puerta de Atocha, onde às 7h em um Ave, – trem de Alta Velocidade Espanhol–, partíamos cheios de expectativas. Às 10h30min estávamos em Córdoba, uma cidade com cerca de 200 mil habitantes. O perfume das laranjeiras floridas nas ruas logo nos contagiou. Os preparativos nas ruas para a primeira procissão eram intensos.
Uma primeira novidade: haveria uma procissão que iniciaria às 11h e se prolongaria até às 16h e outras cinco durante a tarde; sendo a primeira, partir da 15h30min e as últimas terminariam à 1h da madrugada, ou seja, mais de 13 horas processionais. E vimos que haveria mais 6 procissões programadas para segunda-feira (Lunes Santo); 5 para terça-feira (Martes Santo); 5 para quarta-feira (Miercoles Santo); 6 para quinta-feira (Jueves Santo); 6 para sexta-feira (Viernes Santo) e uma para o Domingo de Páscoa.
As procissões, que ocorrem durante todos os dias da Semana Santa, em todas as cidades e mesmo em pequenos povoados, são centrais nas comemorações destes dias festivos. Tivemos os primeiros contatos com os “nazarenos” ou “penitentes”, que passariam a integrar nossa realidade durante toda a semana. Estes trajam longas túnicas com cíngulos, revestidas por mantos e longos chapéus cônicos – estes chapéus são muito semelhantes àqueles que usavam os submetidos aos tribunais da Inquisição –, vestem uma cobertura sobre o rosto, com apenas dois buracos na altura dos olhos. Estes hábitos ostentam bordados com as insígnias da irmandade. As vestes são de diferentes cores, predominando o preto e o roxo escuro, mas existem aqueles que são brancos, verdes, azuis ou vermelhos, havendo também possibilidades de combinações de cores entre túnica, manto, chapéu e cíngulo. Os nazarenos podem ser homens, mulheres, jovens e até mesmo crianças. As crianças além de nazarenos são chamadas de hebreus. A grande maioria dos participantes de uma procissão, mesmo as crianças, leva grandes velas.
Aprendemos também que cada uma das diferentes procissões (por exemplo, as 35

desta semana em Córdoba) era responsabilidade de uma cofradía ou irmandade, que é uma entidade civil que se reúne de uma maneira sistemática e permanente, com diferentes fins, por exemplo, assistência social. Estas confrarias têm em um único dia do ano, na semana santa, tem seu momento mais importante, com a saída em procissão. Os membros de cada confraria pagam uma contribuição mensal e ainda arcam com as despesas da própria roupa na procissão anual da Semana Santa.
Entre as muitas descobertas em Córdoba, visitamos emocionados uma sinagoga judaica do século 14. Em toda Espanha só restou esta e aquela que se preserva em Toledo. Admiramos também a homenagem que Córdoba presta ao grande Maimónides (1135-1204), um cordovês que foi médico, talmudista e filósofo judeu, que buscou conciliar a filosofia judaica com a filosofia grega, e que teve então muita influência na filosofia judaica, cristã e árabe. Não posso negar que não tenha me emocionado ao posar ao lado de sua estátua.

A reedição da primeira parte da Semana Santa de março de 2002 se estendeu mais do que imaginava! É preciso recordar que esta descrição que fiz até aqui (e também a segunda parte foi redigida em tempo real) Há quase 22 anos a editoração não tinha as facilidades de agora. Meus atenciosos leitores já podem prever qual o assunto da próxima edição. Há destaques a reapresentar.

Não raro, sou criticado por ser por demais igrejeiro em muitos dos temas aqui assuntados. Justifico quando  me refiro que estudo (também) Ciência e Religião. Nesta edição que escrevo acerca do Carnaval (na última terça-feira 04/02 os assuntos vêm a calhar. Eis uma questão: Por que a data do Natal (25 de dezembro) é fixa e a data da Páscoa é móvel (entre 22 de março e 25 de abril)? Torcendo para que esta noite as nuvens  nos permitam contemplar o Plenilúnio. Lua cheia; fase da lua que se define pela sua completa iluminação, sendo possível perceber todo o seu contorno circular. O plenilúnio é uma marca de cada Sexta-feira-Santa.

Uma muito 

FELIZ PÁSCOA a cada uma e cada um.



sexta-feira, 11 de abril de 2025

Por um problema técnico deixa de circular no entardecer desta sexta-feira a segunda blogada aprilina 2025.

 Por um problema técnico deixa de circular no entardecer desta sexta-feira a segunda  blogada aprilina 2025. Superado o impasse voltamos a circular. Agradeço a compressão e apresento desculpas

A imagem que está em 

pinterest-recommendations@ideas.pinterest.com

e deseja uma gratidão.



sexta-feira, 4 de abril de 2025

PARA AQUELAS/AQUELES QUE COMEÇAM A AMAR AS NUVENS

 

ANO

 17

      www.professorchassot.pro.br

Livraria virtual

      EDIÇÃO

       2819


Escrevo no dia 1º de abril de 2025 (prenhe de evocações dos tempos em que nós narrávamos, uma fake new, mas logo em seguida nos labelávamos: uma pegadinha de primeiro de abril!). Este ano, parece que ‘o brinquedo de dar trotes nos outros no dia 1º de abril’ teve um decréscimo, chegando a quase zero. O que não significa que alguns usuários das redes sociais sejam mais educados. Talvez, até ocorra o contrário.

Duas evocações se fizeram pressurosas nesse blogar. {Pressurosa: mesmo que: apressada, dedicada, frenética, indecisa, irrequieta…} Tento explicar!

Nesses 17 anos de blogares, cerca da metade do tempo esse blogue foi diário. Houve tempos de edições bissemanais. Nos últimos anos, não sem dificuldades, tenho cumprido a promessa de uma edição semanal, nas sextas-feiras, no início do fim de semana. Minha interrogação mais continuada: como conseguia fazer extensas edições diárias se agora é difícil mantê-las semanais? Não aceito o diagnóstico que eu tenha ficado mais preguiçoso. Talvez, mais seletivo na escrita! Ou mais difícil a existência do fazer físico do escrever. Ora, folhear um livro, digitar uma mensagem no smartphone ou ações similares  parece mais difícil a cada dia.

Parece acertada a evocação creditada a LF Veríssimo: quando éramos pequenos nos davam livros com letras grandes. Agora, quando somos grandes, nos dão livros com letrinhas cada dia menores… 

Agora uma evocação mais remota. Ante a minha não rara aridez intelectual não encontrando assunto para a edição semanal, lembro de uma continuada interrogação trazida, muitas noites por minha mãe: “O que vou cozinhar, amanhã?” Deveria ser uma preocupação pertinente a uma dona-de-casa que tinha — com muito limitadas posses — prover a mesa para o marido e 7 filhos. 

Agora, às vezes, desde sábado à sexta-feira, tal qual minha mãe, me interrogo: acerca do que vou escrever na próxima edição?

Trago, então para cumprir tabela, algumas memórias. Defendo a tese que devemos deixar memórias. Nossos pósteros só nos conhecerão se deixarmos memórias.  Vou ser breve… mas este outono iniciado há não muito, pede um registro: tenho um presente que pode ser surpresa para alguns.

Meu presente aprilino* (aprilino, adjetivo / 1. Relativo ao mês de abril. 2. Fresco, jovem ou viçoso ~Dicionário Priberam) ~~ com uma Semana Santa e com Tiradentes numa segunda-feira ~~,  é apresentar a meus leitores uma sociedade que une os amantes das nuvens.

Acessem ~~ cloudappreciationsociety.org ~~ e conheçam a “Sociedade dos Amantes das Nuvens”. A sociedade para pessoas que amam o céu! Bem-vindos, artistas, cientistas, observadores de nuvens e sonhadores. Vocês vieram ao lugar certo!

Quantas vezes nos surpreendemos vagabundeando nas nuvens ou até somos convidados a ‘abandonar o mundo das nuvens’ e cair na real. Pois eu não sabia que nuvens a tantos agradam. Há não muito as nuvens passaram ser (também) local repositório de nossas produções intelectuais… vez ou outra somos alertados a comprar mais local para armazenar (na nuvem) nossas produções.

Nesse março recém terminado as nuvens (des)agradaram os mais atentos! Talvez, se devesse reconhecer que não são as nuvens que nos (des)agradam: Parece que são os ditos ‘meteorologistas’ que se transmutam em profetas e anunciam o que interpretam nos mapas das nuvens. Anunciam ou melhor fazem previsões para uma ou duas semanas ou mais…

Também nas interpretações que os magos divulgam houve/há uma usual greminação. Eis exemplo: para os gremistas, são percentuais aceitáveis, 52% de gremistas e 48% de colorados. Para os colorados são cerca de 52% colorados e quase 48% de gremistas.

Deixo os números discutíveis das duas maiores torcidas do futebol do Rio Grande do Sul e vamos ver como se dividem nas nuvens. 

Março praticamente não choveu. Houve aqueles que  — quais pregoeiros  — a cada dia, ao olhar um céu azul sem um rasgo de nuvem, choravam as plantações que, com o plantio choravam junto com o plantio. Todavia, outros viam um dia de sol para passar o dia festejando férias. Não é possível não entender os dois: uns têm razões sobejas para chorar; outros há que têm os melhores motivos para celebrações. 

Mas parece que há outra classe de pregoeiros, que se põem a matraquear nas redes em televisões e em redes de emissoras de rádio. A situação é de inexperiência de pregoeiros (escolhidos muitas vezes pela beleza corporal em oposição a conhecimentos meteorológicos) que se põem papaguear previsões para o Brasil inteiro. É fácil prever como as nuvens passam a ser correções para inferir propostas sem bases científicas ou racionais.   

A natureza não tem sido generosa para o Rio Grande do Sul. Vive-se aqui secando um desastre atmosférico e preparando nova cheia. A foto é da capa do jornal Zero Hora do temporal desta segunda-feira em Porto Alegre.

 Aguardemos, por ora, uma nova cheia! Então, parece que tudo melhora. A temperatura, nesta sexta-feira, já passou de quase 40 graus para 7 graus. Isso acompanhado de um minuano,

minuano, substantivo masculino: Vento do sudoeste, seco e frigidíssimo, que se manifesta no inverno, após as chuvas, no sul do Brasil. Dicionário Priberam) que nem cusco coloca focinho na rua.

Ainda não sei o que vou escrever na segunda blogada aprilina 2025. Então já será quase Semana Santa. Um bom assunto para quem é considerado igrejeiro! Então, até mais ler!

 

Eis uma linda amostra de uma nuvem pássaro. Há muitas outras.


sexta-feira, 28 de março de 2025

28/03/2025 HUMANOS: E U S S O C I A L? EDIÇÃO 2818

ANO 16 28/03/2025 
Livraria digital em www.professorchassot.pro.br
 HUMANOS: E U S S O C I A L? EDIÇÃO 2818 

 A carinhosa despedida (até mais ler) não se concretiza pois hoje, com os eussociais há que saber mais acerca de cupins. Para tal se (re)visitou uma blogagem que escrevi há quase 10 anos. Até mais ver, talvez  seja necessário usar uma lente…

Minha apreensiva suspeita confirma-se: paredes de parte de minha biblioteca estão tomadas de cupins. Há alguns dias era alertado pelo surgimento dos temidos dejetos que indica a silenciosa presença de um muito numeroso exército invasor.

A meta hoje é exterminá-los. Essa pode ser uma situação de guerra que viola meus sentimentos pacifistas, mas ante um tribunal vou evocar legítima defesa de meus livros que são mais preciosos que esses vândalos que põem risco o que mais prezo de meu patrimônio.
Sinto-me um apenado. Agradeço a meus leitores ser alvo de condoimento. Hoje, mereço. Aqui uma amostra desta manhã, antes de começar o serviço.



Aprendo sobre cupins na Wikipédia: cupim (no Brasil), térmite ou térmita (em Portugal), muchém (em Moçambique) ou salalé (em Angola), ou ainda, formiga-branca [em espanhol: termitas, termes, turiros ou comejenes y também hormigas blancas], é um inseto eussocial da ordem Isoptera [Isos, igual e ptera, asas = asas iguais], do qual existem cerca de 2.800 espécies catalogadas no mundo. Vejam a beleza de os cupins viverem a eussociabilidade.

O termo eussocial é conferido aos animais que apresentam as sociedades mais complexas, ou seja, aqueles que compartilham três características: uma sobreposição de gerações em um mesmo ninho, o cuidado cooperativo com a prole, e uma divisão de tarefas (reprodutores e operárias). Como exemplo, podem ser citados: formigas, abelhas, vespas, cupins e o rato-toupeira-pelado, um roedor africano. Entendo porque me pesa essa guerra difícil contra seres tão organizados.

Todos os cupins são eussociais, possuindo castas estéreis (soldados e operários). Uma colônia típica é constituída de um casal reprodutor, rei e rainha (na foto), que se ocupa apenas de produzir ovos; de inúmeros operários, que executam todo o trabalho e alimentam as outras castas; e de soldados, que são responsáveis pela defesa da colônia.

Existem também reprodutores secundários (neotênicos, formados a partir de ninfas cujos órgãos sexuais amadurecem sem que o desenvolvimento geral se complete), que podem substituir rei e rainha quando esses morrem, e às vezes ocorrem em grande número numa mesma colônia. Os membros da família Kalotermitidae não possuem operários verdadeiros, mas esse papel é desempenhado por ninfas (pseudo-operários) que retêm a capacidade de se transformar em alados ou soldados.

Existem também cupins desprovidos de soldados, como é o caso de todos os representantes neotropicais da subfamília Apicotermitinae. Alguns cupins possuem dois ou três tipos de soldados, sempre de tamanhos diferentes, e às vezes morfologicamente tão distintos que poderiam passar por espécies diferentes.

A dispersão e fundação de novas colônias geralmente ocorre num determinado período do ano, coincidindo com o início da estação chuvosa. Nessa época ocorrem as revoadas de alados (chamados popularmente de siriris ou aleluias), dos quais alguns poucos conseguem se acasalar e fundar uma nova colônia.

Os cupins são mais conhecidos por sua importância econômica como pragas de madeira e de outros materiais celulósicos, ou ainda pragas agrícolas, entretanto, apenas cerca de 10% das espécies conhecidas de cupins estão registradas como tal.

Em número de espécies, a ordem Isoptera deve ser considerada intermediária entre os insetos, já em termos de biomassa e abundância, os cupins apresentam enorme significância e podem ser comparados às formigas, minhocas, mamíferos herbívoros das savanas africanas ou seres humanos, por exemplo, e estão entre os mais abundantes invertebrados de solo de ecossistemas tropicais. Esta grande abundância dos cupins nos ecossistemas, aliada à existência de diferentes simbiontes, confere a estes insetos a possibilidade de desempenhar papéis como o de "super decompositores" e auxiliares no balanço Carbono-Nitrogênio.

Termino lembrando uma maneira de dar tchau de minha infância: tocava-se a aba do chapéu, às vezes imaginária, se dizia: “Até um mais ver!”. Assim: até outro mais ler!


sexta-feira, 21 de março de 2025

Quem se impõe a Trump no México?

 

ANO 16

21/03/2025

Livraria digital em www.professorchassot.pro.br

Quem se impõe a Trump no México?

EDIÇÃO

2812

Não fosse o exotismo da situação, muito provavelmente poucos leitores deste blogue  — inclusive eu  —  saberíamos o nome da Presidente do México e mais ainda, nos referiríamos à Cláudia como a Presidente de um dos mais importantes países do Planeta. Ora vence Trump com firmeza e democracia. 

O assunto, aqui e agora, é Cláudia Sheinbaum.

Ela atuou como Secretária do Meio Ambiente da Cidade do México de 2000 a 2006 durante o mandato de Andrés Manuel López Obrador como prefeito, e foi Prefeita de Tlalpan de 2015 a 2017. 

O Prêmio Nobel da Paz de 2007 foi compartilhado entre dois (1 o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (O grupo ganhou o Prêmio Nobel da Paz no qual Cláudia se envolveu, naquele ano) & (2 Albert Arnold Gore Jr., mais conhecido como Al Gore*. 

*Al Gore (nascido em Washington, 31 de março de 1948, político, empresário e ambientalista americano que atuou como o 45.º Vice-presidente dos Estados Unidos; Al Gore Jr "por seus esforços para desenvolver e disseminar maior conhecimento sobre as mudanças climáticas causadas pelo homem e para estabelecer as bases para as medidas necessárias para neutralizar tais mudanças"

Em 2018, Cláudia foi referida como uma das 100 Mulheres da BBC. 100 Mulheres é uma série multi-formato da BBC iniciada em 2013. A série examina o papel das mulheres no século XXI e inclui eventos em Londres, no México e no Brasil.

Em 12 de junho de 2023, Sheinbaum renunciou ao cargo de prefeita para buscar a indicação presidencial de Morena nas eleições de 2 de junho 2024. Em 6 de setembro, Sheinbaum venceu as primárias do partido sobre seu rival mais próximo, o ex-secretário de Relações Exteriores, Marcelo Ebrard. Venceu as eleições com 60% dos votos. 

Cláudia Sheinbaum Pardo nasceu na Cidade do México, 24 de junho de 1962, em uma família judia. Seu pai, o químico Carlos Sheinbaum Yoselevitz (1933–2013), era filho de imigrantes asquenazita provenientes da Lituânia na década de 1920. Sua mãe, a bióloga Annie Pardo Cemo (1940), é filha de pais sefarditas emigrados Bulgária e é professora emérita da Faculdade de Ciências da Universidade Nacional Autônoma do México. Seu irmão é físico.

Sheinbaum estudou Física na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), onde obteve um diploma de graduação (1989), seguido de um mestrado (1994) e um doutorado (1995) em engenharia de energia. Ela completou o trabalho de sua tese de doutorado em quatro anos (1991/94) no Laboratório Nacional Lawrence Berkeley em Berkeley, Califórnia, onde analisou o uso de energia no transporte do México, publicou estudos sobre as tendências do uso de energia em edifícios mexicanos e obteve um Ph.D. em engenharia de energia e física.

Em 1995 ingressou no corpo docente do Instituto de Engenharia da UNAM. Ela foi pesquisadora do Instituto de Engenharia e é membro do Sistema Nacional de Investigadores e da Academia Mexicana de Ciências. Em 1999 recebeu o prêmio de melhor jovem pesquisador da UNAM em engenharia e inovação tecnológica.

Em 2006 Sheinbaum voltou à UNAM, após um período no governo, publicando artigos em revistas científicas. Em 2007, ela se juntou ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) nas Nações Unidas na área de energia e indústria, como coautora colaboradora do tema "Mitigação das mudanças climáticas" para o Quarto Relatório de Avaliação do IPCC. Em 2013, ela foi coautora do Quinto Relatório de Avaliação do IPCC ao lado de 11 outros especialistas no campo da indústria.

Prefeita da Cidade do México Em 1º de julho de 2018, Sheinbaum foi eleita para um mandato de seis anos como chefe de governo do Distrito Federal da Cidade do México, derrotando outros seis candidatos. Durante a campanha, Sheinbaum foi acusada pelo PAN de ser responsável pelo colapso de uma escola primária em um terremoto de nível 7,1 que matou 19 crianças em 2017. Ela se tornou a primeira da Cidade do México prefeita eleita e sua primeira prefeita judia. Depois de assumir o cargo de chefe de governo, Cláudia Sheinbaum foi ao Teatro da Cidade do México apresentar seu gabinete.

Em junho de 2019, Sheinbaum anunciou um novo plano ambiental de seis anos. Inclui reduzir a poluição do ar em 30%, plantar 15 milhões de árvores, banir os plásticos descartáveis ​​e promover a reciclagem, construir uma nova estação de separação de resíduos, fornecer serviço de água a todas as casas, construir 100 quilômetros de corredores para uso exclusivo de linhas de trólebus e o sistema Metrobús da Cidade do México e a construção e instalação de aquecedores solares de água e painéis solares.

Seu governo foi caracterizado por questões ecológicas e uma forte política social, criando infraestrutura (transporte para abrir os subúrbios, universidades, etc.) e distribuindo ajuda social nos bairros mais pobres. Em termos de segurança, a taxa de homicídios foi reduzida quase pela metade durante seu mandato.

Em setembro de 2019, Sheinbaum anunciou um investimento de 40 bilhões de pesos (US $ 2 bilhões) para modernizar o metrô da Cidade do México nos próximos cinco anos, incluindo modernização, reforço, novos trens, melhoria de estações, escadas, controle e automação de trens, informações do usuário e sistemas de pagamento.

Sheinbaum foi indicada pela City Mayors Foundation para o prêmio World Mayor em 2021 na América do Norte por lidar com a pandemia de COVID-19 no México.

Pergunta: Quando surgiu e como se divide estes dois grupos: judeus ashkenazim e judeus sefaradim?

Resposta: Após a destruição do primeiro Templo, aproximadamente em 450 Antes de Cristo, os judeus foram exilados para a Babilônia. Após 70 ano de exílio, muitos deles retornaram a Terra de Israel. Contudo, a maioria dos judeus permaneceu na Babilônia. Os judeus que se encontravam na Terra de Israel foram novamente levados a diáspora em 70 Antes C, desta vez pelos romanos. O exílio romano criou comunidades na Europa e no norte da África. As comunidades européias estavam concentradas na França, Espanha, Roma, e Alemanha. Os judeus da França e Alemanha ficaram conhecidos como "ashkenazim" (palavra hebraica para "alemão"), e os judeus da Espanha ficaram conhecidos como "sefaradim" (palavra hebraica para "espanhol"). Os judeus da Espanha, que permaneceram sob o Império árabe por centenas de anos, tinham conexão com os judeus do norte da África e no Oriente Médio, e assim os judeus destas regiões acabaram sendo sefaradim.

As diferenças de costumes entre as comunidades ashkenazi e sefaradi têm origem nas discussões de Halachá entre os rabinos das diferentes regiões, e algumas influências da cultura externa. Halacha é o conjunto de normas e leis que guiam os judeus na prática da Torá, tanto na escrita como na oral. Saiba mais sobre o significado, o sistema e a ética da halacha no judaísmo.

Posfácio 

  1. As diferentes citações desta edição deste blogue são quase  todas como fonte principal a Wikipédia. Mais que um continuado agradecimento, a carta do presidente ratificando que a Wikipédia NÃO está à venda. Tenho sobradas razões, para hoje  — mais uma vez  —  fazer uma doação por termos esta tão significativa Enciclopédia preciosa. 

  2. Não é possível conhecermos a Doutora Cláudia sem fazermos comparações com os políticos brasileiros. No México é provável há algo que se assemelhe

  3. Claro que nos encantamos com o slogan da sua campanha: “Para o bem de todos, os pobres em primeiro lugar”. Há que reconhecer que estamos longe de mestres e doutores em nossos parlamentos.