ANO
8 |
Frederico
Westphalen
www.professorchassot.pro.br
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EDIÇÃO
2577
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Antes de adentrar no que se faz central nesta edição —destaque para talvez uma das datas históricas
mais significativas da humanidade —, duas referências acadêmicas,
uma e outra pertinentes a minha estada aqui em Frederico Westphalen, onde cheguei
na madrugada de ontem. Retorno quase meia-noite de hoje, depois de assistir a
palestra do Prof. Pedro Demo.
Merece um registro especial a minha fala, na manhã de
ontem, para alunos das oitavas séries da EEEF Conselheiro Edgar Marques de
Mattos. Fiquei vivamente impressionado como a Edgar é uma escola de referência
para a comunidade durante os sete dias da semana. Falar para os alunos de minha
orientada Camila foi um momento sumamente prazeroso. Aliás, ontem tive frutuosos
momentos de orientação com cada uma de minhas quatro mestrandas da URI.
Agora a outra referência: Uma das minhas orientandas, a Silvia
Daiana Parussolo Boniati, apresenta a uma banca formada pelos professores
doutores Oto João Petry da Universidade Federal da Fronteira Sul e Arnaldo
Nogaro da URI sua proposta de dissertação, cumprindo um dos rituais mais
adequadamente nominados ‘qualificação’. A Sílvia, como se pode ver na
apresentação ao lado, estuda um dos problemas mais relevantes na Educação básica,
especialmente dos anos iniciais: a avaliação. Estou muito entusiasmado com a
garra desta jovem professora, que examina com competência sua escola em
Taquaruçu do Sul.
Se houvesse, em nível mundial, a escolha de datas
importantes, para serem celebradas como ‘feriados mundiais’ eu votaria em ’31 de
outubro’. 31 de outubro de 1517 é, a meu juízo, talvez a data mais importante
da história, pelo menos do mundo ocidental.
Hoje é feriado em alguns munícipios do
Ceará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e, provavelmente, em outros estados.
No dia 31 de outubro, celebra-se o Dia da Reforma Protestante. Assim
comunidades luteranas, em geral, originárias de colonização alemã, conseguiram
entre os feriados municipais, fazer de cada dia 31 de outubro, dia festivo.
Neste dia, no ano de 1517, Martinho
Lutero, em alemão Martin Luther, (10NOV1483//18FEV1546), que nasceu e morreu em
Eisleben, um sacerdote católico agostiniano e professor de teologia afixa nas
portas da Igreja de Wittenberg, na Alemanha, as 95 teses contra a venda de
indulgências. Na pintura cena da afixação com uma das teses; a outra ilustração mostra teses em alemão gótico.
Indulgência é o mérito, por boa ação
ou compra, da remissão da pena dos pecados. Verdadeiros abusos eram cometidos
nesta época. As pessoas achavam que não precisavam mais da graça, da fé, da
palavra de Deus, nem de Jesus Cristo, compravam uma carta de indulgência e
pronto, a salvação estaria garantida. Era o pensamento da época. Era a onda
religiosa do momento.
Martim Lutero argumentou contra isso.
Ensinou que a Igreja devia pregar a salvação pela graça e fé, mediante a ação
de Jesus Cristo, revelado nas Sagradas Escrituras. Com certeza, nem ele tinha
consciência das proporções que tomaria este movimento. Novas rupturas e até
novas guerras se justificaram a partir de então. Mas também uma autêntica e
verdadeira vivência do Evangelho volta a se fazer presente, entre católicos e
protestantes, motivada pela atitude de Lutero.
Esta denúncia pública às práticas da
igreja romana não tinha o intuito de cisão. Mas, esta houve e foi muito maior
que separar de Roma a igreja alemã, igrejas outros países — especialmente os
europeus escandinavos — se fizeram protestantes (ou luteranas). Todavia, muito
mais significativo que o cisma, foram as consequências políticas, sociais,
econômicas, culturais e educacionais.
Condoo-me com a ignorância de nossa
história quando pergunto pelo significado de 31 de outubro em aula e há alunos
que lembram o colonialista ‘halloween’ que não tem nada de nossa história.
Não conheço muitos leitores em cidades
onde hoje é feriado. Faço votos de um bom feriado a uma leitora diária: Elzira,
de Maravilha, Santa Catarina, próxima de Frederico Westphalem donde escrevo.
Agradar-me-ia saber de outros leitores que hoje curtem a evocação daquele histórico 31 de outubro de 1517.
Bravo Mestre Chassot,
ResponderExcluirconfesso que jamais pensara nesta data como significativa, Seus argumentos me convenceram. Preparo-me para em 2017 celebrar os 500 anos de uma data tão relevante.
Receba minha encantada admiração e sucesso na histórica Barril, como era a Frederico Westphalen de meus avós,
Marcella
Limerique
ResponderExcluirRegistra a história que um belo dia
Lutero cansado de tanta hipocrisia
Dos papas vendilhões
Vendendo remissões
Praticou no Vaticano uma razia.
Limerique
ResponderExcluirOutdoor: "Aqui vendem-se remissões"
Portanto suas falhas valem milhões
Seja pecador ou incréu
Aqui é entrada do céu
Papas no Vaticano somos vendilhões.
Não podemos nos esquecer que, de acordo com Weber, dessas reformas também vieram as raízes do capitalismo. Abandonou-se o niilismo e nasceu o homem próspero que teria direito de ser feliz nessa vida. Porém com a evolução da igreja protestante, as mesmas mazelas combatidas outrora, hoje se fazem prática usual e até característica, a "oferta" e a "indulgência" são primas em primeiro grau.
ResponderExcluirAbraços