segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

09.— O Brasil tem pena de morte...


ANO 11

Agenda 2017 em www.professorchassot.pro.br

EDIÇÃO 3241

 


Na manhã desta segunda-feira em dois voos: Porto Alegre/Galeão e Galeão/Manaus de 2 e 4 horas (intermediados por 40 minutos para troca de aeronave no Rio) viajo mais uma vez à capital do Amazonas. Na terça e quarta tenho bancas de defesas de teses doutorais. Comentarei, amanhã e quarta, uma e outra. Volto na quinta-feira com o privilégio de iniciar, bo sábado, a esperada viagem de férias.

Mesmo que nos últimos cinco anos tenha ido à Manaus pelo menos 3 ou 4 vezes a cada ano, esta viagem que inaugura minhas jornadas acadêmicas de 2017 não trivial.  Há dias, ao comentar com alguém acerca desta viagem, recebi um olhar de espanto. Parecia que eu dissera que iria à Alepo ou à Istambul ou à área conflagrada sob império do Estado Islâmico.

Realmente, a apreensão de meu interlocutor estava bem posta. Vou para uma cidade que está encharcada de medo. Há apreensões, mesmo que eu viva em das metrópoles mais violentas, onde quase a cada dia temos a divulgação da contabilidade do número de cadáveres humanos desovados, -- em geral de homens jovens -- após serem chacinados. Estamos naturalizando a morte e se faz senso comum o dito ‘bandido bom é bandido morto.

O governador do Amazonas, José Melo de Oliveira, qualificou os 56 mortos do dia 1º: “ninguém era santo” (e a pecadores, a pena de morte). O secretário nacional da Juventude do governo Temer, Bruno Júlio, do PMDB, declarou ao comentar a chacina do presídio de Manaus: “Eu sou meio coxinha sobre isso. Sou filho de policial, né? Sou meio coxinha. Tinha é que matar mais. Tinha que fazer uma chacina por semana!” Diante da repercussão negativa, o ainda secretário tentou se justificar e disse que “embora o presidiário também mereça respeito e consideração, temos que valorizar mais o combate à violência com mecanismos que o Estado não tem conseguido colocar à disposição da população.

Temos imensas lições a tirar desses episódios (depois de Manaus, houve chacina em Boa Vista e ontem outra em Manaus – no presídio da foto que mostra a qualidade e atualidade de presídios brasileiros).Talvez, uma das discussões mais significativas seja acerca da não privatização de presídios. Não é com a amostra manauara que se vai decidir, até porque o presídio de Roraima não privatizado. Mas antes disso há que barrar a aplicação da pena de morte por decisão de chefes de gangues que comandam as rebeliões carcerárias.

2 comentários:

  1. Mestre, o "meio coxinha", meio toupeira (com todo o respeito aos pequenos mamíferos insetívoros eurasianos de pequeno raio de visão mas olfato aguçado) disfarçou, pediu o boné, fez que ia ao banheiro liberar mais verborragias similares e saiu de cena. Aliás, de acordo com nossas fontes, ele deveria estar preso por vários espancamentos que cometeu, em especial contra mulheres e também por assédio sexual à funcionária. Gente fina o filhote de delegado...

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  2. Num país em que se dissemina a cultura do ódio, o que se pode colher?

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