sábado, 7 de janeiro de 2017

07.— Nos pequenos frascos...

ANO 11

Agenda 2017 em www.professorchassot.pro.br

EDIÇÃO 3240

 


Diz a sabedoria popular que nos pequenos frascos estão os melhores perfumes. Talvez, se possa parafrasear dizendo que pequenos livros possam conter preciosos tesouros literários. Sei que não é legitimo inferir apenas por uma única amostra. Autorizo-me a abandonar o rigor científico laborando apenas em um exemplo.

A primeira semana deste neonato 2017 deu-me um livro como presente. A surpresa tinha uma dedicatória: Ao amigo mui estimado Chassot, homem das Tradições e da História, com total admiração ofereço, Élcio – o autor Sorocaba, SP 28.12.2016

Fiz uma mirada panorâmica no Bem-te-vi: na terra rasgada, a vida plantada e logo percebi a riqueza do presente. Anunciei que recebera o afago: “Meu amigo Élcio Mario! Que surpresa maravilhosa. Tenho encantamentos por bem-te-vis. Há um Pitangus sulphuratus que cada tarde frequenta minha piscina para demonstrar sua habilidade de mergulhador. O livro é excelente. Vou resenha-lo no blogue. Obrigado pelo livro e pela fraterna dedicatória. Com espraiada admiração, attico chassot”

Não estou aqui cumprindo promessa que fiz recém acalentei o livro. Lê-lo aumentou o desejo de comparti-lo com meus leitores aqui. É uma obra original. O minúsculo livro traz no mínimo três textos que em harmônica tessitura são enfeixados em apenas 44 páginas.

O livro é dedicado a cidade paulista de Sorocaba, irmanada ao Rio Grande do Sul pelas tropas de gado que fizeram a história de nossa ancestralidade, na primeira metade do Século 19. O poeta e escritor Élcio Mario, com sumarentas evocações propõe seja o bem-te-vi a ave símbolo da metrópole paulista, na qual participei de evento apenas uma vez, em 2015.

A proposta é sustentada pelo texto central da obra onde há uma narrativa edênica, ilustrada por Caique Ferraz, de 13 anos. Este texto é antecedido de um prefácio de Glauco D’Elia Branco – Vaqueano, um poeta gaúcho que se aquerenciara em Sorocaba, falecido em 2016, aos 63 anos e por tal recebe a dedicação da obra traduzida em emotivos traços biográficos do homenageado. Um terceiro texto é enfeixado na obra: Uma história de Sorocaba, na qual o tropeirismo e a famosa ferrovia sorocabana são dois dos vários destaques desta parte.

Mas o ‘Bem-te-vi: na terra rasgada, a vida plantada’ não se resume nestes três textos. Há ainda uma entrevista com o presidente de um clube de observadores de aves da região e um conjunto de informações ornitológicas dos bem-te-vis, garboso representante da família dos tiranídeos que enfeita nossas cidades, talvez por ter sido expulso de seu lócus nativo, por agrotóxicos. Tenho quase diariamente um visitante que me encanta com seus voos rasantes e a recitação estridente de seu nome.

Recomendo entusiasmado o livro. Contatos com autor: elcioescritor@gmail.com

Um comentário:

  1. O que será que Chassot achou?

    Achou pelos olhos

    Viu o belo Bem-te-vi, refrescando-se.

    Chassot nada falou

    Só observou

    "Que passarinho garboso!" - pensou.

    Sentiu-se orgulhoso!

    Da terra dos Pampas para aquela Rasgada

    Era só risada.

    O homem de braços abertos

    Festejando no rosto seus anos vividos

    Postou duas imagens:

    De um lado, seu abraço largo

    do tamanho de todas as terras.

    Do outro, a ave cor do Sol.

    Quis admirá-la, sem palavras, só com o som: OH!!!

    E assim, Chassot achou amigos

    Redescobriu a Natureza

    E decidiu dobrar seus anos para mais de 150...



    ÉLCIO MÁRIO PINTO
    Sorocaba/SP
    07/01/2017

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