quinta-feira, 30 de junho de 2016

30.- Mais uma vez na majestosa capital das mangueiras

ANO10
B E L É M – PA
"Metrópole da Amazônia”
EDIÇÃO
 3182

Esta não é apenas a última blogada junina, mas é ultima do tríduo amazônico, no qual, em duas semanas, estive em três capitais, em três extensas viagens partindo de Porto Alegre. Assim, dia 15 fui a Macapá, dia 22 à Manaus e dia 28 à Belém.
Minha jornada aqui está quase a terminar. Amanhã ainda assisto a cinco defesas de projetos de doutorados da Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática, em uma das quais faço parte do júri. Nas manhãs de quarta e quinta conduzi a oficina “A arte de escrever Ciência com arte”. Na quarta acompanhei a defesa do projeto de tese de meu doutorando Eduardo Ribeiro Müller da UFMT, além de mais nove outras defesas, ontem e hoje.
Sou muito grato a várias pessoas que foram muito próximos nestes dias belenenses que começaram nesta terça e se estenderão até sábado. Primeiro, uma gratidão especialíssima ao doutorando Geziel Über (este sobrenome se deve a ser meu atencioso motorista); ainda na academia sou grato à Silvia Freitas, líder de grupo de pesquisa que convidou para a oficina de escrita; reconheço o fazer competente da Joana D’Arc e da Leda como livreiras que foram competentes também na estreia da ‘maquininha’ que opera cartões de débito ou credito. Devo registrar comovido as atenções de três pessoas queridas que me cuidaram carinhosamente: Conceição, José Carneiro e Carol (esta, entre muitos acarinhamentos que me dispensou desceu comigo oito andares em blackout para me levar ao hotel).
Já tenho acenada uma volta em novembro. Quisera fosse quando do círio de Nazaré. Mesmo já tendo estado aqui muitas vezes, surpreende-me uma religiosidade, que parece aumentada. Há quem diz que santa Barbara é mais lembrada quando troveja. Será que em dias como vivemos aumenta o pensamento mágico. A foto ilustra um oratório que está presente na portaria do hotel. Até eu pedi à santa que nos livre de temer cunha.

domingo, 26 de junho de 2016

26.- Uma pausa amazônica


ANO
 10
www.professorchassot.pro.br
Morada dos Afagos
EDIÇÃO
 3181

É um domingo (quase) outonal. Entre a segunda e a terceira jornada de meu tríplice estar na Amazônia, curti muito, entre outros fazeres, prepararmos, à lareira, a conferência do Pierre Lévy (Tunísia, 1956) amanhã à noite no Fronteiras do Pensamento.

Acompanhar as eleições na Espanha marcam de maneira extensa o fim de semana. Rever os últimos emocionantes comícios da coalisão ‘Unidos+podemos’, conhecer dos primeiros ‘sondeos’ e após os resultados — que não são os sonhados — têm emoções.
Há uma aguda ponta de ciúmes quando se vê que dentre os duzentos milhões de brasileiros não temos promissoras lideranças como vemos, por exemplo, na esquerda espanhola. Quando nosso ‘time’ está apagado, torcemos pelo dos vizinhos.
Neste país de golpistas, de cunha a temer, está difícil sonhar politicamente. Nem mais o impeachment é assunto. Recebo, a cada dia, mensagem de quem exalta a ditadura 1964/1986. Estes tem um novo ídolo, quase ungido a um santo vivo. Para ele vai uma carta muito apropriada que está em

quinta-feira, 23 de junho de 2016

23.- Acerca de um estar manauara (quase) relâmpago


ANO
 10
MANAUS –AM
"Metrópole da Amazônia”
EDIÇÃO
 3180

Na última edição falava acerca da primeira das três capitais de estados amazônicos — Macapá — neste meu tríplice périplo na segunda quinzena junina. Depois dos cinco dias amapaenses, voltei a Porto Alegre na segunda-feira; nesta quarta, quase meio dia, cheguei a calorosa capital do Amazonas.
Agora, ao anoitecer de quinta, registro um ‘missão cumprida’ e preparo-me para nesta madrugada voltar à Porto Alegre. Minha vinda aqui foi para o júri de qualificação da tese doutoral de minha orientanda Irlane Maia, professora da UFAM, que ocorreu com muito êxito esta manhã. Com a avaliação muito crítica e competente da banca formada pelos professores doutores Wagner Rodrigues Valente (UNIFESP), Manoel do Carmo (UNINORTE), Luiz Carlos Jafelice (UFRN), Josefina Barrera Kalhil (UEA) e Edineide Jezine (UFPB) a Irlane recebeu sinal verde, aditado de excelentes sugestões, para prosseguir no seu trabalho “Saberes que sabem à Extensão”.
Na noite de ontem, aproveitando mais uma de minhas estadas em Manaus, proferi a palestra “O que Ciência, afinal?” para cerca de 150 alunas e alunos e vários professoras e professores no Fórum das Licenciaturas da Universidade Federal do Amazonas.
Mais do que falar nas belezas manauaras, vistas de relance em uma estada aqui de menos de 40 horas trago um pentafoto com cinco evocações presentes na Wikipédia.
Do topo, em sentido horário: Encontro das Águas (algo impactante, que já visitei mais de uma vez); Teatro Amazonas (ícone da riqueza produzida pela borracha); vista geral da cidade (que me encantou / me encanta nas diferentes vindas aqui); Arena da Amazônia (obra faraônica construída para a Copa e que será usada nas Olimpíadas para as ‘provas’ de futebol) e Ponte Rio Negro (a mais recente obra imponente que recebeu a cidade, que cruzei ida e volta, uma vez).


sábado, 18 de junho de 2016

18.- Uma jornada em terras tucujus

ANO
 10
MACAPÁ – AP
“Capital do Meio do Mundo”
EDIÇÃO
 3179

Anunciara na edição anterior que, de cada uma das três capitais amazônicas presentes em meu périplo junino, faria uma edição. Cumpro a primeira.
Esta é minha segunda estada em Macapá, onde cheguei no começo da quinta, quase junto com a tocha olímpica. Nesta quinta, sexta e sábado cumpri minha agenda na Semana do Químico da ABQ AP numa co-promoção das UEAP, IFAP e UNIFAP. Ministrei minicurso de nove horas em três sessões pelas manhãs; às tardes: duas mesas redonda e duas palestras. Neste domingo, por não haver poucos voos, retenho-me, até a madrugada de segunda-feira, em terra dos tucujus, indígenas que foram os primeiros habitantes da região.
Amapá, com cerca de meio milhão de habitantes, é conhecida como a “Capital do Meio do Mundo”, pois está sobre a linha do Equador. Essa excepcionalidade é muito valorizada. Assim um dos destaques turísticos é um estádio de futebol onde a linha central do gramado coincide com a linha do Equador. Uma metade do campo está no Hemisfério Sul e a outra metade está no Hemisfério Norte. Há também um conjunto cultural relativo a essa localização. Pode se ter um pé em cada um dos dois Hemisférios.
Outra característica: dentre as 27 capitais brasileiras, Macapá é única cidade que não se pode chegar por via terrestre; somente de avião ou barco. Em contrapartida a esse isolamento, se está cerca de 600 km distante de Caiena, capital do território ultramarino francês, de onde se pode chegar à Paris, em um voo doméstico.  
Dentre os destaques turísticos que incluem o monumento do Marco Zero, a Fortaleza de São José do Macapá, erguida entre 1764 e 1782 por índios e escravos na época da colonização portuguesa; tinha a função de garantir o domínio lusitano no extremo norte do Brasil. Merece especial referência o Museu Sacaca. Inaugurado, sob a denominação de Museu do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA). Em 1999 o museu foi rebatizado como "Museu Sacaca de Desenvolvimento Sustentável", em homenagem a Raimundo dos Santos Souza (1926-1999), vulgo "Sacaca", curandeiro local de grande importância para a difusão da medicina natural junto à população amapaense. Em 2002, após a criação de um novo estatuto, o museu foi reinaugurado com o nome atual: "Centro de Pesquisas Museológicas Museu Sacaca". O Museu Sacaca tornou-se uma referência regional em tópicos como biodiversidade, desenvolvimento sustentável, medicina natural, etnologia, organização socioeconômica e cultura dos povos amazônicos.
Depois desta extensa e intensa jornada que não pormenorizei só faço um registro a maneira carinhosa como foi acolhido.  Retorno encharcado de benquereres. 

quarta-feira, 15 de junho de 2016

15. UMA QUINZENA JUNINA AMAZÔNICA


ANO
 10
LIVRARIA VIRTUAL EM WWW.PROFESSORCHASSOT.PRO.BR
EDIÇÃO
 3178

Ao entardecer desta quarta-feira viajo à Macapá. Não são os 4.500 km que farei hoje, que fazem a jornada muito excepcional. Ela é a largada para fazer desta segunda quinzena junina uma maratona tri-amazônica.
A partir de manhã em Macapá, por convite da Associação Brasileira de Química, Regional da Amapá tenho por três dias atividades Semana do Químico, na qual tenho um minicurso de 3 x 3 horas, duas palestras e uma mesa-redonda. Por problemas de voos só poderei voltar na segunda-feira.
Na quarta-feira vou a Manaus para fazer uma palestra na UFAM e para a qualificação de minha orientanda de doutorado Irlane Maia. Volto na madrugada de sexta-feira.
Na outra terça-feira vou a Belém para participar do Seminário de Pesquisa Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática (REAMEC) e proferir um minicurso na UFPA.
Desta tríplice jornada amazônica nesta segunda metade de junho as viagens à Manaus e à Belém estão ligadas a REAMEC que uma rede formada por universidades dos nove estados amazônicos (no mapa) para formar doutores em Educação nas Ciências e Matemática ligados a realidade amazônica. De cada uma das três capitais em que estarei, pretendo fazer uma edição deste blogue.

domingo, 12 de junho de 2016

12.- NÃO APENAS UMA FAMÍLIA MARGARINA


ANO
 10
LIVRARIA VIRTUAL EM WWW.PROFESSORCHASSOT.PRO.BR
EDIÇÃO
 3178

 É tempo de abandonarmos algumas estampas. Por longos séculos convivemos com ‘modelitos’ de famílias que com adequação se chama de ‘família margarina. ~
Agora o ‘Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa vai alterar o significado do termo família em sua próxima edição. A ideia é abranger as novas configurações familiares e servir como contraponto ao Estatuto da Família, aprovado em outubro do ano passado pela Câmara dos Deputados. Para fazer a mudança, foi lançada uma campanha pedindo sugestões do público. A partir delas, e com a ajuda de especialistas, será criada uma definição “sem preconceitos e limitações”.
Atualmente, o termo família é definido no dicionário como grupo de pessoas vivendo sob o mesmo teto (especialmente o pai, a mãe e os filhos), que têm ancestralidade comum ou provêm de um mesmo tronco, ou ligadas entre si pelo casamento e pela filiação, excepcionalmente pela adoção. O Estatuto da Família, que ainda será apreciado pelo Senado, restringe juridicamente a entidade familiar à “união entre um homem e uma mulher, por meio do casamento ou de união estável, e a comunidade formada por qualquer dos pais e seus filhos”.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

10.- QUANDO AMIGOS COMETEM EXAGEROS!


ANO
 10
LIVRARIA VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 3177

 No último domingo, como faço a quase cada fim de semana, li a edição semanal do blogue de meu colega Jairo Brasil. http://profjairobrasil.blogspot.com.br/ Mesmo que ele trate com mais frequência trate assuntos de segurança do trabalhador, área na qual ele tem expertise, sempre traz a leigos como eu leituras enriquecedoras.
Mas com a edição que ora circula tive uma surpresa. Ela esta já no título da blogada, coo se pode ver. Imediatamente postei este comentário: Meu caríssimo amigo e colega Jairo,
só uma pessoa extremamente generosa como tu poderia, neste Dia Mundial do Meio Ambiente, alçar-me a estatura descomunal de um Lutzenberger.
Este lugar não me cabe. Se houvesse entre nós a quem se pudesse comparar, diria, sem nenhuma ousadia ou deslumbramento que Jairo Brasil teria este lugar com mais adequação. Mesmo ante tão imerecida loa, agradeço e sonho como tu: que esta biblioteca não queime tão cedo. Nossa tarefa no fazer alfabetização científica — e nisso se inclui a ajudar formar jardineiros para cuidar do Planeta — é ingente e nisso somos parceiros.
Quem for ao texto do Jairo poderá ver em Lutzenberger (1926—2002) o maior expoente do ambientalismo no Rio Grande do Sul e dos maiores nomes do Brasil. Em 1990 foi convidado pelo presidente Fernando Collor de Melo para assumir a pasta do Meio Ambiente. Sua atuação foi breve e muito controversa, mas deixou realizadas obras importantes como a demarcação das terras ianomâmis. Seu estilo contundente de crítica, não poupando ninguém, muito menos o governo, não cessou de lhe trazer problemas, e após denunciar a corrupção no Ibama, em 1992, foi demitido.
Afastado da cena política, deu continuidade ao seu trabalho independente, sendo constantemente solicitado a dar entrevistas, palestras e assessorias de várias espécies até o fim da vida, procurando manter-se atento aos novos problemas ambientais que o progresso vem trazendo, e sugerindo soluções que o mesmo progresso pode oferecer se conduzido com sabedoria. O valor de sua contribuição foi reconhecido mundialmente, recebendo inúmeras distinções importantes, como o Prêmio Nobel Alternativo, a Ordem do Ponche Verde, a Ordem de Rio Branco, a Ordem do Mérito da República Italiana e doutorados honoris causa, além de ser celebrado como um dos pioneiros e um dos maiores ícones do movimento ecológico brasileiro.
Não é difícil reconhecer que meu ex-orientando exagerou. Colocar o Alfabetização científica: Questões e desafios para a Educação a nível do Fim do Futuro – Manifesto Ecológico Brasileiro, de José Antonio Lutzenberger, já é demais. O Jairo confirmou: elogios de amigos não são confiáveis.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

08.- Com nascidos no século 21


ANO
 10
LIVRARIA VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 3176

Na gélida manhã desta quarta-feira, ainda no assim chamado outono, que nos premia com temperaturas negativas, fui em companhia do sempre cortês Guy Barros Barcellos ao bairro Mathias Velho, em Canoas. Há mais de meio século passei centenas de vezes pela região, ora pela BR116, ora pela ferrovia, mas jamais entrara no bairro que consta ser o mais populoso da América Latina, com mais de 50 mil habitantes. Impressionei-me.
Meu destino era a Escola São João, da rede de escolas da Ulbra. Tinha ali agendado uma fala para cerca de 60 alunas e alunos dos 7º e 8º anos. Fomos acolhidos pela Professora Andréia, orientadora educacional da escola.
Depois de professora Andréia abrir a sessão, o Prof. Guy, coordenador pedagógico da Diretoria de Educação Básica das escolas da Rede Ulbra, destacou que estávamos em uma atividade inserida na Semana do Meio Ambiente e, de maneira especial hoje na celebração dos dias dos oceanos.
Minha fala era acerca do livro A Ciência é masculina? É, sim senhora! mas considerando envolver o tema em múltiplas conexões com um meio ambiente que deseja ser sem preconceitos, trouxe como protofonia à minha fala comentários à Encíclica do Papa Francisco, que no próximo dia 18 completará um ano. Afirmei que em poucos documentos há de se encontrar tanta riqueza acerca dos cuidados que devemos ter com o Planeta Terra, nossa casa comum.
Algo que para mim foi muito significativa esta manhã foi falar a população — ressalvada professores e o pastor — toda nascida no Século 21. O que mais me impressionou foi como, por mais de uma hora estes adolescentes assistiram atentos mina exposição. À Ulbra e mais especialmente ao Guy agradeço o convite.

domingo, 5 de junho de 2016

05.- Gato com fome come até laranja.


ANO
 10
LIVRARIA VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 3175

 Lembro que há mais de trinta anos participei no então Território Federal de Rondônia
(que passou a categoria de Estado em 1986) como professor de Química no Curso de Licenciatura, que a UFRGS mantinha no seu Campus Avançado de Porto Velho. Aprendi, então, que ’gato com fome come até laranja’.
Neste ocaso de fim de semana, em tempos de vacas magras, onde se vive desolações politicas e estamos famintos de outra realidade, especialmente quando se vê o que este governo golpista de transição está fazendo com a Educação, nos alimentamos até daqueles dos quais várias vezes discordamos.
Surpreendi-me ouvindo e recomendando a outros a entrevista que está em: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/video-a-entrevista-de-ciro-gomes-a-mariana-godoy/ É significativo ouvi-la.
Mais uma vez convenço que há que temer Temer. 

quarta-feira, 1 de junho de 2016

01.- Não à Escola sem Partido


ANO
 10
LIVRARIA VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 3174
 Dimitrius Gonçalves, meu ex-aluno no Centro Universitário Metodista do IPA, e eu escrevemos um texto “Arte & Ciências indisciplinares” que deverá ser capitulo de livro organizado por Jose Clovis de Azevedo e Jonas Tarcisio Reis. A momentosa situação da Educação no Brasil nos obriga antecipar algo do mesmo. Por tal, se transcreve a última das 14 páginas do capítulo antes referido.
Passados mais de dois séculos aquele considerado por muitos o maior filósofo moderno ainda precisa nos alertar: não precisamos de tutores para pensar! É Kant quem nos diz acerca do Iluminismo: “Sapere aude! Tem coragem de usar seu próprio entendimento”. Assim, Kant define o Iluminismo do Século 18 com atualidade para estes turbulentos dias do Século 21: é permitido às mulheres e aos homens pensarem por si mesmo e repensar as decisões dos outros. Tem coragem de pensar e pensa! Repete Kant, quando nos incita a protestar contra propostas de uma Escola sem Partido. O Projeto Escola sem Partido (Projeto de lei n.º 867, de 2015, a ser incluído entre as diretrizes e bases da educação nacional), que tramita há  meses na Câmara dos Deputados e agora (maio de 2016) assumido pelo governo interino, é o programa mais abjeto que já se acenou para a educação no Brasil. Naturalizar a desigualdade, a opressão e pretender aulas “neutras” vai na contramão de tudo que propôs neste texto.
Em uma aula de Ciências (não! deverá ser uma aula de Química na qual não se poderá falar de Física ou Biologia, e muito menos de História ou Geografia e jamais de Economia e muito menos de Filosofia), pois será preciso silenciar vozes e criar espaços de um conformismo asséptico e de uma penitencial resignação às injustiças.
Temas transversais como meio ambiente, sexualidade, feminismo, relações homoafetivas serão vedados, pois podem dar azo a doutrinação. Isto poderá macular o entendimento do quanto o capitalismo é algo salutar e o socialismo é uma doutrina espúria que quer fazer dos alunos comunistas bagunceiros.
Quando sonhávamos, olhando uma arte indisciplinar, como aquela que nos encanta na Eurovisão* catalisando o fazer Ciência e acreditávamos que a Ciência, inspirada nas artes poderia fazer aulas com mais arte, parece haver retrocessos. Trazemos proposta que se reconhece quase utópicas, pois pretendemos chegar à indisciplinaridade. Parece que as artes são um exemplo inspirador. Esta também é uma estratégia de ouvirmos Kant e ter coragem de pensar diferente do que querem nos impor em projetos como o da Escola sem Partido. Sonhar é preciso!·     Conexão com a edição de 17/MAIO/2016      17.- UMA EUROVISION INDISCIPLINAR.