domingo, 2 de março de 2014

02.— DE LEITURAS EM SUPORTE PAPEL.


ANO
 8
www.professorchassot.pro.br

EDIÇÃO
 2700
                                              

Firmei comigo um propósito para este recesso de carnaval que está sendo cumprido. Abstinência, maior possível, da internet e retorno a saudosas leituras em suporte papel. Resultado maravilhoso.
Tomei a esmo um livro: El amante Lesbiano. Li a primeira página; fui seduzido. Não lembrava dele. Logo o autor me traz evocações. José Luis Sampedro, de quem li O Sorriso Etrusco’ — já resenhado aqui — uma lindíssima epopeia dedicada ao amor de um avô ao seu neto. É particularmente um verdadeiro hino ao avonado, isso é a vivência dos dulçores de ser avô.
Descubro que já comprara este livro há 12 anos. Só agora o degusto com prazer. Há evocações. O livro é ambientado em Madrid. Por saborosa coincidência, há a guisa de marcador de página, um mapa do Metrô da cidade. Viajo, uma vez mais a 2002, quando a Gelsa e eu fazíamos pós-doutorado. 
Embarco na estação Cusco perto de onde morávamos. A seguinte é a Santiago Bernabeu com estádio do Real Madrid. Vou, porém, a outro sentido, até Quatro Caminos, para de lá ir a Ciudad Universitária, onde fica a Complutense. Período gostoso. Tempos de sumarentas evocações.
Largo o mapa. Volto ao livro. Ele tem como epígrafe uma audaciosa máxima de santo Agostinho: “Ama e faz o que queres!” Quero agora, curtir o humanista e economista espanhol José Luis Sampedro, falecido em 8 de abril do ano passado, aos 96 anos, que advogava por uma economia “mais humana, mais solidária, capaz de contribuir para o desenvolver a dignidade dos povos”.
Assim, dentro do propósito de mais leitura e menos computador, essa blogada dominical se encerra por aqui. Fico a embalar saudades com Sampedro, inspirado na máxima agostiniana.

3 comentários:

  1. Limerique

    Melhor idade, o carnaval já era
    Essa folia nem um pouco severa
    Melhor a essa altura
    Afundar na leitura
    Lembrando que livro sempre espera.

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  2. Fico com o pensamento do José Luis Sampedro, em nossa era o deus é o capital, para mim o prostituidor de todos os valores.
    Abraços

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