ANO
8 |
em fase de transição
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EDIÇÃO
2638
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Parece natural
que a edição de hoje se faça ferreteada com pauta obrigatória: adesão aos
rituais de passagem de ano. Quando este blogue já é editado pela oitava vez no ‘dia
de São Silvestre’ não há mais muita chance de ser original.
É usual se
fazer retrospectivas do ano que está passando e prospectivas para o ano que se avizinha.
Há peças publicitárias que dizem que se vai um velho arrastando os chinelos e surge
um garoto descalço saltitante. Estes rituais de passagem são, de
maneira usual, muito fortes em nós.
A significativa
maioria dos meus leitores evoca o que foram as badalações, há 15 anos, quando
trocamos 1999 por 2000. Recordam o ameaçador bug do milênio, quando até o
primeiro acesso ao computador em 1º de janeiro de 2000 era temido? Lembro-me
que quando era pequeno, muitas vezes subtraí 1939 (ano em que nasci) de 2000 fazendo
cálculos que indicassem não estar mais vivo em 2000 ‘na chegada do fim dos
tempos...’
Agora já
estamos aqui sequiosos para amanhã abrir uma nova agenda para registrar as
muitas promessas e as prováveis surpresas que estão reservadas para este não bissexto
2014. A tirinha ao lado, enviada por atenta leitora, pode oferecer bons
propósitos.
E 2013? Não
entendo de numerologia, mas este final 13 parece que deu marcas aziagas ao ano.
Mesmo não sendo supersticioso, agasalho-me no pensamento mágico e quero ‘virar
a folhinha’! Xô 2013!
Neste ano foi
aziago um 20 de fevereiro, quando meu apartamento, num sétimo andar, foi inundado.
Também tive deslustrada minha autoestima — não sem desencantos com o sistema de
avaliação produtivista a que são submetidos os docentes — ao ser contratado por
um Programa de Pós Graduação em Educação no dia 01 de março e demitido em 31 de
julho, como improdutivo, mesmo tendo apresentado denso relatório, como contei
neste blogue em 31 de agosto.
Dizemos que a
dimensão saúde é sempre a mais importante (e concordo). 2013, neste plano, me
trouxe preocupações. Em maio tive diagnóstico que exigiu alterações de rotinas
e que afortunadamente um precoce tratamento continuado já me faz quase esquecer
a doença. Até o blogue que por tal abandou, por uns meses, a periodicidade diária,
volta aos poucos à frequência inicial. Não bastasse este novos percalços,
recebi um original presente nos dias natalinos: minha primeira pneumonia, que
parece não emplacará 2014.
É ser injusto
com a vida, fazer essa listagem que trouxe situações menos boas. Sou aquinhoado
a cada dia com tantas alegrias, que não cabem colecionar momentos como os antes
citados. Dos inúmeros ganhos preciosos que tive em 2013, dou destaque a apenas
um — mesmo quando evoco silenciosamente dezenas de presentes não memorados aqui:
10 de janeiro, nasceu a Betânia, minha
nona neta que aumentou ainda mais o encanto de meu avonar. Na foto a Betânia
indica que fará um ano. Ela ajuda fazer melhor muitos presentes que a vida me
dá a cada dia e nisso a troca de calendário, certamente, não fará modificações.
Assim, adeus fatigado 2013, já te esperamos lépido 2014.