terça-feira, 24 de dezembro de 2013

24.- ENTÃO, 24 DE DEZEMBRO ERA A NOITE MAIS ESPERADA DO ANO

ANO
 8
em fase de transição
EDIÇÃO
 2632

Houve tempos de nossa infância e mesmo da pré-adolescência que a noite de 24 de dezembro era a mais esperada do ano. À medida que os dias passavam, no começo de um novo ano, parece que o natal ficava mais longe. Depois dos finados, havia a impressão que o calendário quase parava. Com a chegada de dezembro a espera tinha um balizador: as quatro velas da coroa do advento que eram acessas uma a cada semana.
Hoje parece que tudo passa tão rápido. Nossas agendas, então, eram tênues e os dias custavam a passar. Hoje, são muito densas e quase sem nos darmos conta: “... logo ali já é natal!”
Esta rapidação pode estar também conectada o abandono de nossas crenças em mitos. A lenda do papai-noel não se esboroa sozinha.
Mitos se esfumaçam, dogmas têm vacina contra demolição, mesmo quando na teogonia judaico-cristã se tenha que acreditar que no natal comemoramos o nascimento de um deus que foi gerado por uma virgem, inseminada por mensageiro celeste.
[Uso ‘teogonia’ na acepção etimológica mais ampla: Teogonia (em grego, Θεογονία {theos, deus + gonia, nascimento}; não na referência ao poema mitológico grego que contava a história do surgimento dos deuses]
A inclusão do gentílico judaico é porque na sabedoria dos Profetas do judaísmo se narra que “Uma Virgem conceberá e dará a luz um filho, e seu nome será Emanuel" - nome que significa: Deus está conosco" (Isaías 7:14). Isto é ratificado na tradição cristã: 34. Maria, então, perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem?” 35. O anjo respondeu: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus (Lucas cap.1).
Assim, a celebração desta noite — deveras esquecida — é a de um Deus encarnado. O mistério da encarnação, central no cristianismo, encontra paralelo em diferentes teogonias que têm entre seus escritos míticos ‘uma virgem que é engravidada por ser superior e que dá a luz a deus ou deuses’.
Afortunadamente, nos tempos hodiernos, nesta celebração maiúscula dos crentes, os não crentes também confraternizam juntos, sem a ameaça das fogueiras inquisitoriais e irmanados celebram PAZ.

5 comentários:

  1. Limerique

    Havia um Natal, éramos inocentes
    Daí celebrávamos com toda gente
    Sobrou o comercial
    E a festa informal
    Porque não há como ser diferente.

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  2. Natal
    Neste data que se mantém apenas por tradição
    Todos no Planeja estão fingindo serem felizes
    Nas lojas então nos vemos adquirindo ilusão
    Para nossas mães, pais, tios, primos e petizes

    Contudo, para maioria nada significa o Natal
    A não ser apenas um dia como outro qualquer
    Mas o qual justifica folgar no trabalho afinal
    Ficar de pernas para o ar para o que der e vier

    A natividade ‘e felicidade de nossas crianças
    Que ficam quietinhas em grande expectativa
    Se comportam e deixam de fazer lambanças

    Igual a outros dias ‘e mais uma data festiva
    Que tenta formar em nós muitas lembranças
    Enquanto para alguns essa festa está viva.

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  3. Um Feliz Natal ao Mestre, seus familiares e a todos seus leitores, que 2014 seja uma ano de bons textos, cada vez melhores!

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  4. Muito estimado Mestre Chassot,
    hoje a blogada é excepcional.
    Breve o senhor passara também a ser ‘o meu teólogo’ preferido
    Obrigado e a admiração da
    Mirian

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  5. Querido Mestre Chassot, que bela reflexão... Para católicos, como eu, ou não católicos, a lição é proveitosa: um Deus encarnado não é coisa trivial, e deve ser maiúscula mesmo a celebração. A companheira d leitura, Mirian, tem toda razão: temos um teólogo aqui, o preferido!
    Um lindo Natal e um ano novo cheio de novos encontros e boas surpresas, é o que lhe desejo. Beijos, Angela Maria Freire

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