sexta-feira, 4 de outubro de 2013

04.— A VIDA SECRETA DAS PLANTAS


ANO
 8
LIVRARIA VIRTUAL em
www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 2552

Escrevo depois fazer 2 x 500 km em 2x7 horas de ônibus, com uma estada de menos de 12 horas na capital Missioneira, para uma fala para cerca de quinhentos professores de 12 municípios: isto pode ser uma síntese de minhas últimas 24 horas. Na viagem de ida, uma vez mais, um privilégio do mistério dos encontros: Estela Zamberlam — bióloga com expertise em ferramentas e soluções para o manejo biológico de pragas em diferentes cultivares —, e eu estabelecemos um muito produtivo e rico diálogo de aprendentes.
A blogada desta sexta tem dois momentos: um, trazer mais um momento do emocionante diálogo que fez momentosa a edição de ontem com André Sarriá; outro, celebrar a defesa de mais uma orientanda minha, que nesta manhã se faz mestre.
Eis mais um momento da conversa com o Tite:
Chassot: Dentre os 
livros mais impressionantes que li, há mais de 30 anos, A vida secreta das plantas. [TOMPKINS, P. & BIRD, C. Rio de Janeiro, Expressão e Cultura, 1985] o capítulo Alquimistas vegetais, me envolveu muito. Em A ciência através dos tempos, já na 1ª edição de 1994 na p. 78 (na edição atual p. 116) conto um pouco do trabalho de Louis Kervran, que em 1993, ganhou o Prêmio IgNobel (para experimentos ainda impossíveis de comprovar). Há algo que se esta investigando acerca de transmutações nucleares que poderia ser realizadas por plantas, por ‘conhecerem segredos’
Sarriá: não seria fiel ao meu trabalho se duvidasse disso, talvez hoje não tenhamos tecnologia para provar muitas coisas mais em um futuro muitas coisas serão descobertas acerca das plantas. Existe um filme hollywoodiano chamado Fim dos Tempos (FOX filmes), do diretor M. Night Shyamalan, neste filme estava ocorrendo um suicídio coletivo das pessoas e descobriu-se que era decorrência de uma substância volátil que era liberado pelas plantas (talvez como uma forma de se livrarem da humanidade) que ocasionava o desejo de se matar dos humanos, obviamente é uma obra de ficção, mas o que é mostrado ali é absolutamente verossímil.
Temos mais de 300.000 espécies de plantas que ainda não foram estudadas e muitas descobertas estão por vir. Hoje os fitoquímicos conseguiram isolar e identificar classes de substâncias tão complexas que nenhum químico conseguiu sintetizar, como por exemplo, moléculas com dezenas de centros quirais, moléculas contendo ciclopropanos (um anel muito tensionado) além de diversas outras. As possibilidades são muitas.
A segunda dimensão: Nesta manhã no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão do Centro Universitário Metodista do IPA, a Professora e Administradora Luciana Franco Barbosa defende a dissertação "Passos e descompassos de projetos de aprendizagem de jovens trabalhadores" que investiga, com análise documental e entrevistas episódicas, os pressupostos, a eficiência e a aplicabilidade Lei da Aprendizagem em relação à inclusão social em virtude da exigência da participação de jovens em situação de vulnerabilidade social e econômica.
Este trabalho, que tive o privilégio de orientar, se insere no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão, o qual capacita profissionais para atuarem na área de saúde e educação, sendo esta última a área de pesquisa desta dissertação. A banca que avaliará do trabalho da Luciana, terá a participação da Profª Drª. Cláudia de Salles Stadtlober (UNISINOS) e do Prof. Dr. Clemildo Anacleto da Silva (IPA).Esta menção aqui e agora é uma homenagem à dedicação e a garra da Luciana. Com espraiada admiração.

9 comentários:

  1. O filme citado pelo Dr. Sarriás é sensacional valendo a pena ser visto e pensado. Uma reflexão do que fazemos com nossas plantas, como destruímos o planeta sem se importar com os outros habitantes.
    abraços

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  2. Chassot,
    Sobre o assunto em pauta publiquei um texto em 12/09/2011 http://jairclopes.blogspot.com.br/2011/09/sobre-sentidos.html do qual extraí o trecho abaixo:
    Negar sentimentos a outros animais é algo sem sentido, ainda que nem todo mundo que concorda com isso - mas sim a grande maioria dos homens - não tem dúvidas que plantas não possuem qualquer sensibilidade: não sentem dor, não reagem a sons e ao câmbio de ambientes. Uma das poucas exceções, o livro “A vida secreta das plantas” de Peter Tompkins e Christopher Bird, tenta provar o contrário. Trata-se de um relato minucioso das relações físicas, emocionais e espirituais entre as plantas e os diversos ambientes. Os autores demonstram como as plantas, supostamente, são seres sensíveis. Segundo eles, estas memorizam experiências de prazer e dor, sentem afeto e medo e são capazes de comunicar-se com os homens. Parece que essas colocações são um salto muito ousado de “cientistas” que querem somente aparecer sob as luzes do estrelato, mas experimentos com plantas deixam margem a reflexões interessantes.
    O botânico americano Cleve Backster, teve uma experiência inusitada com um vegetal, que pode servir para ilustrar o que os autores do livro afirmam. Cleve estava tentado usar um polígrafo – o conhecido detector de mentiras – para determinar o tempo de insuflamento na seiva de um rododentro depois de regá-lo. Colocou os eletrodos do aparelho numa das folhas da planta e o pôs em funcionamento. No momento que se preparava para regá-lo, feriu a mão num beirada do regador. Interrompeu o que estava fazendo e resolveu fazer um curativo no ferimento antes de prosseguir com o teste.
    Por acaso, olhou para o visor do polígrafo e se surpreendeu com o que viu. A agulha do aparelho parecia ter detectado um abalo sísmico, movia-se febrilmente sobre o papel de marcação. Assim, sem que tivesse havido qualquer contato entre a mão ferida e a planta, esta estava “sentindo” que algo estava errado. O ferimento havia sido detectado pela planta e o polígrafo estava registrando o “sentimento” dela.
    Naturalmente esse evento que está longe de ser o único, gerou uma enorme especulação por parte daqueles que acreditam na sensibilidade fitológica. Para eles, o evento comprovou que o reino vegetal pode demonstrar emotividade. A priori, quem poderia supor a existência de tal fenômeno? Seriam então verdadeiras as estórias que uma azaleia cresceria melhor e mais saudável num ambiente harmonioso do que em um onde há discórdia e brigas? As plantas ficam “alegres” com música suave e demonstram-se melancólicas com ritmos agressivos? E os conselhos de horticultores para que suas plantas cresçam bem: “façam com que elas ouçam música clássica”, não seriam brincadeira? Essas suposições parecem colocar em dúvida o fundamento das classificações do mundo natural. Alguns “cientistas” tentaram dar explicações diante dos resultados de experiência semelhantes à de Cleve. Eis uma delas: os sentidos dos seres humanos não seriam senão um aperfeiçoamento em graus variáveis de um sentido universal onipresente no mundo dos vivos, existindo, ainda que de modo embrionário e genérico, também nas plantas.
    Independente do enfoque que se dê ao evento, este é certamente muito interessante. Graças ao polígrafo foi possível registrar as reações dos vegetais em diversas situações bem definidas e, mesmo que o mecanismo desse fenômeno permaneça obscuro, despertou grande interesse em prosseguir os estudos para se chegar a alguma explicação. Por exemplo, a folha de uma planta é perfeitamente insensível a uma imersão em água, mas manifesta uma reação inexplicável quando se aproxima dela a chama de um isqueiro. E essa reação parece indicar que planta se sente ameaçada pela chama.

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    1. Meu caro Jair,
      teu texto ratifica meu relato, nomeando o livro “A vida secreta das plantas” de Peter Tompkins e Christopher Bird, como um dos mais significativos que li. Aprendi muito com ele, e mais, muito de minhas verdades acerca da química se esboroaram com a leitura do mesmo.
      Talvez, então, nasceu minha convicção de aprender a trabalhar cada vez mais com a incerteza.
      O André Sarriá abre magistralmente sua afirmação “não seria fiel ao meu trabalho se duvidasse disso, talvez hoje não tenhamos tecnologia para provar muitas coisas mais em um futuro muitas coisas serão descobertas acerca das plantas”.
      Permito-me aderir a Ilya PrigogIne (1907-2003) Prêmio Nobel de Química-1977: SÓ TENHO UMA CERTEZA: AS MINHAS INCERTEZAS.
      Muito obrigado pela cotidiana pareceria intelectual que já estabelecemos hã um temo
      attico chassot

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  3. Limerique

    Rumo à comunicação universal
    Irmandade entre planta e animal
    Conversando com rosas
    Poetas todos prosas
    O Planeta em consonância total.

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  4. Na Realidade já disse Sócrates "Só sei que nada sei"...

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  5. Que delícia ler seu blog, mestre Attico Chassot, lembrei de outro livro de que gostei muito e do qual não me lembro o autor, acho que é francês, se chama A vida prodigiosa das plantas e fala de coisas incríveis também. Sou seu humilde fã,

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    1. Meu caro Marcos Gomes,
      obrigado pelo prestígio que conferes ao meu blogue.
      Lembro sempre o trabalho jornalístico que fizemos juntos.
      Com continuada admiração
      attico chassot

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  6. Meu caro Professor Chassot,
    alertado pelo FB voltei ao blogue e mais uma vez me encanto com a resposta do Dr. Sarriá com o texto do poeta Jair Lopes acerca do livro Vida secreta das plantas.
    Há uma grande síntese: os humanos seriam diferentes se buscassem pensar no sentimentos das demais espécies animais e também nos sentimentos das plantas.
    Estas duas últimas blogadas são históricas.
    É verdade que a sorte lhe bafeja com preciosos companheiros de viagem: o experto em comunicação entre plantas, a especialista em gafanhotos, a controladora biológica de pragas.
    Já tenho um título para seu próximo livros: o que meus companheiros de viagem me ensinaram.
    Seu blogue realmente é 10*
    Lucas

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    1. Salve, Lucas,
      obrigado pela entusiasmada referência (10*) que fazes ao blogue
      Realmente as duas últimas edições são excelente. Os louros são do André Sarriá e também dos comentaristas especialmente do Jair Lopes, que citas.
      Fico com tua admirável síntese: os humanos seriam diferentes se buscassem pensar no sentimentos das demais espécies animais e também nos sentimentos das plantas.
      Eu quando preciso fazer uma poda (por exemplo de uma parreira) explico para a planta porque vou ferí-la. Tenho dificuldade em matar um mosquito.
      Com agradecimentos por, uma vez mais, comentares no blogue
      attico chassot

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