terça-feira, 20 de agosto de 2013

20.— BEBES...QUANDO SE APERITIVA PRIMAVERA


ANO
 8
Livraria virtual em
www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 2521


Uma terça-feira quando, depois de dias de inverno gélido, já se aperitiva primavera. Bem-te-vis vêm tomar banho na piscina. A parreira já brota. A amoreira — há pouco desnuda — já vestiu um novo vestido verde.
Escrevo no ocaso da segunda-feira, quando não faz muito retornei do Centro Universitário Metodista do IPA das aulas de Teorias do Desenvolvimento Humano; com alunos da Licenciatura em Música, assisti o filme Bebês. Hoje à noite tenho a mesma atividade com a turma de Educação Física e Pedagogia.
Em 17 de abril deste ano contei aqui a mesma atividade com as duas turmas que tive no primeiro semestre, na mesma disciplina. Mesmo que, enquanto professor, já tenha assistido algumas vezes este filme, há sempre a sensação que esteja vendo a primeira vez. Mesmo assim, peço indulgência se faço algum autoplágio (consentido) da blogada de abril.
Agora, como então, recomendo com entusiasmo Bebês [França, 2011, colorido, legendado, 71 min]. O documentário partiu de uma ideia do ator Alain Chabat (“O Gosto dos Outros”). Em quatro países — Namíbia, Mongólia, Japão e Estados Unidos —, as câmeras do diretor Thomas Balmès flagraram bebês, do nascimento aos primeiros passos, durante um ano. Não há como ficar indiferente a gestos de amor, travessuras, tombos e contatos ‘perigosos’ com animais.
Sem diálogos formais, mas de envolventes linguagens gestuais, o registro começa na Namíbia mostrando a chegada de Ponijao, que vive com a mãe numa paupérrima tribo. A bebê Ponijao tem sua família no interior da Namíbia e engatinha livremente pelo chão de terra na desértica e famélica da nação do sul da África, com as maiores taxas de mortalidade infantil e com esperança de vida de apenas 39 anos.
Bayar nasce nas estepes da Mongólia — um país sem costa na Ásia central, com esparsa população nômade em sua maioria. Sobre este país prometo trazer uma dica de leitura do livro Mongólia, onde por meio das tessituras de três relatos vivemos uma aventura indescritível em um país que conhecemos muito vagamente. Saber das venturas e aventuras de homens e mulheres que vivem literalmente no outro lado do planeta é um privilégio àqueles que desfrutarem deste premiado romance de Bernardo Carvalho.
O menino mongol, que nasce em um hospital, convive com muita naturalidade com rebanhos de vacas e cabras. Aparecem também tradições budistas na família.
Há ainda duas garotinhas de cidade grande. Mari (Tóquio, Japão) e Hattie (São Francisco, Estados Unidos). Mari, que habita uma mega-metrópole, tem contato constante com a tecnologia, experimenta diversos jogos educativos e frequenta creches onde se busca estimular os bebes.
Situação de Hattie, que reside em São Francisco, não é muito diferente em um mundo com ofertas consumistas e sofisticação tecnológica, já assinalada no parto, especialmente se compararmos com o nascimento do garotinho namíbio.
Fica clara a intenção do documentarista: não importa em qual lugar no mundo, o bebê, além de queridinho da família, consegue arrancar suspiros dos pais (e por tabela do espectador) com sua curiosidade diante da vida.
A observação dos quatro bebês em seu primeiro ano revela não apenas cenários e personagens multiculturais dos muito dispares ambientes que os acolhem para a vida, como tudo o que os une. No primeiro estágio da jornada humana, lutam para conquistar o domínio do mundo ao redor e do próprio corpo.
O filme parece muito próprio para as discussões que se deseja fazer na disciplina Teorias do Desenvolvimento Humano. Depois de termos falado de vida pré-natal, este primeiro anos de quatro recém-nascidos faz excelente partida. Vamos (nos) ver ‘evoluir’ a bípedes. 

7 comentários:

  1. Limerique

    Não importa para onde pende a balança
    Há uma verdade que ao mundo se lança
    Todos somos iguais
    E assim como tais
    Viemos ao mundo como simples crianças.

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  2. Bravo Mestre Chassot,
    li sua postagem e resolvi buscar o filme, com a ideia de vê-lo em outromomento.
    DFiz o download. Não consegui parar de velo.
    É emocionante. evi cenas de meu 'ser mãe'!
    Este blog devia ser de leitura obrigatória a todos os professore.
    Que venha a primavera.
    A admiraçâo e a gratidão da
    Marcella

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    1. Bom dia, tem como você me passar, onde conseguiu baixar esse filme??Obrigada

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  3. Ao Mestre chassot: Vou procurar ver este filme, mais sem dúvida falar de bebê mexe com os nossos sentimentos.Porque não chamar este filme de "Privilégios e Privações" quantos bebês Ponijão temos aqui, mundo cão no final somos todos iguais apenas culturas diferentes. Um forte abraço Ley

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    1. Muito querida Ley,
      tens razão. Talvez devêssemos dizer a Namíbia é aqui.
      Obrigado por teu tão denso alerta.
      Com admiração
      attico chassot

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  4. Nada mais singelo e reconfortante do que contemplar o semblante de um bebê. Na contramão dos bons comentários não pude deixar de me lembrar de uma coleção que li há anos chamada "Médicos Nazistas", nela havia um farto documentário, inclusive com fotos, onde se relatava as experiências hediondas feitas pelos médicos do holocausto. Uma delas consistia em fraturar a perna de recem-nascidos quantas vezes fossem necessárias para mensurar a capacidade máxima de regeneração óssea. Sei que é um fato repulsivo até de pensar, mas em nome de banir para sempre estas atitutes de nossa humanidade, este não pode ser nunca esquecido.

    abraços

    Antonio Jorge

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  5. Querido Mestre;
    Muito emocionante o filme que o senhor nos trouxe, obrigada por passar tanto conhecimento em suas aulas. saio feliz e renovada; Um abraço e até terça-feira.

    Roberta- Aluna Licenciatura Ed. Física.

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