quinta-feira, 8 de agosto de 2013

08.- HÁ LEIS (TAMBÉM) PARA SEREM DESOBEDECIDAS

ANO
8
Livraria Virtual em
www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
2512

Há um acontecido que gera emoções (e posições díspares) quando da mineração de informações na internet. O fato, quase dispensável relatar aqui, pois se colocarmos no oráculo Google ‘macaco são carlos’ teremos algo como 1,7 bilhão de indicações, todas recentíssimas. Apenas a galeria de fotos do dito macaco faz inveja a qualquer humano ávido de aparecer nas redes sociais.
O fato é realmente inóspito: O macaco-prego Chico, que há 37 anos vivia com uma família de São Carlos (SP), foi retirado do local, na manhã deste sábado (3), pela Polícia Militar Ambiental após denúncia. O animal se agarrou ao pescoço da dona e ofereceu resistência ao ser levado da casa. Elizete Farias Carmona, de 71 anos, que tratava Chico como filho, passou mal e teve que ser levada ao pronto-socorro.
Ainda, segundo a polícia, como a idosa não tem documentos que comprovem o direito de manter o macaco, não haveria como ficar com Chico. A dona de casa foi advertida e vai responder pelo crime de manutenção de animal silvestre em cativeiro. Chico foi levado para a sede da Associação de Proteção aos Animais (APA), em Assis.
Segundo o filho de Elizete, Everaldo Furlan, o animal não queria deixar a casa e mostrou muita resistência. “Até os policiais ficaram com dó da minha mãe. O Chico não queria ir”, contou. O macaco-prego chegou a ganhar o sobrenome da família e seu nome completo é Francisco Farias Carmona.
Segundo o Ibama, não há como legalizar a situação. Quando há uma denúncia, os fiscais vão ao local, aplicam multa, apreendem o bicho e o levam para alguma instituição. Caso não exista um ambiente para receber o animal e não for constatada nenhuma irregularidade onde ele vive, é feito um Termo de Fiel Depositário. Com esse documento, a pessoa não pode ser multada novamente.
A aplicação da lei parece estonteantemente burra. Aliás, esta classificação zoológica remete a um alerta de Cristo aos doutores da lei que o criticavam por curar em dia de sábado, quando os de fé judaica guardam o dia de preceito, que implica em abstenção do trabalho: “Qual de vós que, se lhe cair o jumento ou o boi num poço, não o tira imediatamente, mesmo em dia de sábado?” (Lucas 14:5).
Se as violações a leis ambientais fossem apenas como a que cometeu dona Elisete o Planeta estaria com melhor saúde. Aqui no Rio Grande do Sul, as mineradoras voltam a tirar areia do rio Jacuí.
Apesar de a criação de animais silvestres em cativeiro ser proibida por lei federal — razão da apreensão do macaco —, o drama de Elizete sensibilizou algumas pessoas e provocou o surgimento de duas petições online na internet que pedem a devolução do bicho para sua proprietária. Pelo menos 15 mil internautas já manifestaram apoio à causa. Há também os que sugerem que ela seja amarrada a uma corrente em sua casa.
Veterinários descobriram que Chico, na verdade, é fêmea. Com a "mudança de sexo", ele passou a se chamar Carla, em homenagem à cidade de origem, e agora troca afagos diariamente com outros colegas de jaula, o que é um sinal de que se adaptou ao local. Isso é argumento para os que são contrários a dona Elisete.
¿Questão polêmica?  ¡Sim! 

4 comentários:

  1. Questão polêmica e manifesto de pura hipocrisia. Fato similar, desviando um pouco do assunto e salvaguardando o disparate da comparação, são as dificuldades impostas pelo sistema para adoção legal. Conclusão; os orfanatos estão cheios e as filas para adoção são imensas. Como explicar? Muito simples, a burocracia é tão imensa e as exigências tão absurdas que tornam o sistema uma tartaruga, as crianças crescem e passam para o segundo plano de preferência, pois geralmente os casais procuram os de mais tenra idade. Outro trágico resultado é o grande número de crianças adotadas ilegalmente.
    abraços
    Antonio Jorge

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  2. Caro Mestre
    Também concordo que há leis que devem ser descumpridas. Pretensão severa essa humana de achar que as regras ditadas são inflexiveis numa sociedade repleta de disparidades e antagonismos. É hora de cada vez mais de sermos atentos observadores e usar razão e emoção quando cada uma delas assim for conveniente. Fiquei a imaginar minha querida Leodi sem a sua maltez Nina, que hoje já disputa preferências com outros membros de nossa família. Grande abraço e um ótimo fim de semana. JB

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  3. Muito estimado Mestre,
    três comentários acerca da blogada de hoje:
    1) Encantou-me seu lançamento: “mineração de informações na internet”. Muito bem posto e melhor que ‘surfar’. Esta ação diz da superficialidade da presença na rede. Aquela mostra a necessidade de um trabalho mais profundo para se encontrar “Ouro nativo, que na ganga impura” como diria o parnasiano Bilac.
    2) Nesta mesma linha quem apenas surfa, não encontra o que o Mestre localizou. Mesmo usuário diuturno da rede não sábia do episódio, no qual a meu ver a tal da polícia ambiental fez uma macacada.
    3) Mesmo conhecendo suas posturas em relação à religião (que eu endosso) realmente a recomendação que fez o pregador da Galileia é bem posta,
    Cumprimentos de um leitor que o admira,
    Laurus Loureiro Lima

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  4. Limerique

    Senhora foi vítima do burocrata
    E com símio tinha relação pacata
    Destruíram relação
    De mãe com filhão
    Afinal ambos não são primatas?

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