Ano 6 | www.professorchassot.pro.br | Edição 1915 |
Qual o significado da data? Neste dia, em 1517, o então padre católico alemão Martinho Lutero, afixou na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, na Alemanha as suas 95 teses denunciando a cobrança de indulgências pela igreja de Roma. Esta data, que extrapola em significados sua consequência: um dos mais extensos cismas na igreja cristã é de tamanha importância que por muitos é considerada como o fim da Idade Média.
Num intervalo de mais de um século poderiam ser citadas outras datas, que marcam, numa leitura ocidental, o inicio dos tempos modernos: 1415 - A conquista de Ceuta pelos portugueses marca o início da expansão marítimo comercial europeia; 1429 - Santa Joana D'Arc liberta a França; 1440 - Johannes Gutenberg inventa a prensa tipos móveis; 1453 - A Tomada de Constantinopla, pelos Turcos Otomanos, põe fim ao Império Bizantino, terminando com o pouco que restava do antigo Império Romano; 1453 - Fim da Guerra dos Cem Anos; 1492 - Viagem de Cristóvão Colombo à América Central; 1498 - Vasco da Gama descobre o caminho marítimo para a Índia; e, 1534 - O "Act of Supremacy" de Henrique VIII dá origem à Igreja Anglicana.
Se tivesse que escolher uma aderiria a 1517: a Reforma Protestante, ou talvez 1440 ou 1492. Mas por que 31 de outubro de 1517 é tão marcante? Ao nos referirmos a Lutero, evocamos a separação da igreja católica, as noventa e cinco teses contra as indulgências e o inicio da igreja protestante. Isto realmente é importante, mas influência de Lutero na sociedade ocidental é muito mais significativa em outras dimensões como a influência da reforma na economia do período; e temas sociais como a criação da escola para todos, re-inserção da mulher na sociedade, formação da língua alemã que proporcionaria a formação posterior da Alemanha, a importância da paternidade e da maternidade, entre outros.
“As contribuições de Lutero para a ética, economia e a sociedade residem no fato de Lutero, como teólogo e pessoa comprometida com o evangelho, ter se ocupado com o assunto. Muita gente na história da Igreja e da teologia cristã não considerou ou considera as questões econômicas merecedoras de atenção. Lutero, com frequência, era procurado e consultado sobre os mais diferentes temas por pessoas que tinham suas consciências pesadas em razão de práticas delas exigidas no cotidiano. Foi o caso de muitos comerciantes e de gente envolvida com o sistema de crédito no pré-capitalismo há cerca de meio milênio. Lutero então, sem renunciar à sua vocação de teólogo, mas assumindo-a efetivamente, tentava ajudar as pessoas dentro de suas possibilidades. Sua reflexão ética tinha a Bíblia como referência fundamental. Ao mesmo tempo, levava em consideração as tradições antigas e medievais do pensamento cristão a respeito. Digno de destaque, contudo, é o esforço que empregou para entender a realidade do trabalho, dos negócios, e identificar as intenções e consequências das práticas aí reinantes”. Vale ver mais em http://www.luteranos.com.br/articles/10740/1/As-contribuicoes-de-Lutero-para-a-economia-a-etica-e-a-sociedade/1.html
A Escola como conhecemos hoje é uma presente da Reforma Protestante à Modernidade. Na visão de Lutero, que foi professor na Universidade de Wittenberg de 1508 até 1546, ano em que morreu, o professor era também um catequista, uma vez que a escola tinha por tarefa formar bons cristãos. Com a descoberta da salvação gratuita, da justificação por graça e fé, também mudou, para Lutero, o foco do ensino.
O alvo da ética não era mais o céu, como a garantia da própria salvação também pelo estudo, mas a terra, a preservação das coisas criadas por Deus. Para Lutero, "a educação é de responsabilidade da autoridade civil e não da autoridade eclesiástica". Sempre que for investido um florim em gastos militares, defendia o reformador, devem ser investidos cem florins em educação. "Para Lutero está claro que governar é criar e manter escolas"em http://www.luteranos.com.br/articles/ 6290 /1/Lutero-defendia-escola-publica-formadora-de-bons-cidadaos/1.html
Martinho Lutero (Eisleben, 10 de novembro de 1483 - 18 de fevereiro de 1546) foi um sacerdote agostiniano e professor de teologia alemão figura central da Reforma Protestante. Veementemente contestando a alegação de que a liberdade da punição de Deus sobre o pecado poderia ser comprada, confrontou o vendedor de indulgências Johann Tetzel com suas 95 Teses em 1517. Sua recusa em retirar seus escritos a pedido do Papa Leão X em 1520 e do Imperador Carlos V na Dieta de Worms em 1521 resultou em sua excomunhão pelo papa e a condenação como um fora-da-lei pelo imperador.
Lutero ensinava que a salvação não se consegue apenas com
boas ações, mas de um livre presente de Deus, recebida apenas pela graça através da fé em Jesus como um redentor do pecado. Sua teologia desafiou a autoridade papal na Igreja Católica Romana, pois ele ensinava que a Bíblia é a única fonte de conhecimento divinamente revelada e opôs-se ao sacerdotalismo, por considerar todos os cristãos batizados como um sacerdócio santo. Aqueles que se identificavam com os ensinamentos de Lutero eram chamados luteranos.
Sua tradução da Bíblia em outros idiomas que não o latim, fez o livro mais acessível, causando um impacto gigantesco na Igreja e na cultura alemã. Promoveu um desenvolvimento de uma versão padrão da língua alemã, adicionando vários princípios à arte de traduzir, e influenciou a tradução para o inglês da Bíblia do Rei James. Seus hinos influenciaram o desenvolvimento do ato de cantar em igrejas. Seu casamento com Catarina von Bora, ex-freira, estabeleceu um modelo para a prática do casamento clerical, permitindo o matrimônio de padres protestantes.
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