quarta-feira, 22 de setembro de 2010

22.-Hoje: é o Dia Mundial Sem Carro


Campo Grande Ano 5 # 1511


Hoje é o Dia Mundial Sem Carro 2010. Durante a última semana, em cada uma das blogadas, o assunto foi alerta aqui. Assim o alerta é uma vez mais repetido. Não sei quanto o movimento terá eco. O Brasil tem mais de 50 milhões de automóveis circulando e é difícil imaginar que todos fiquem na garagem.

Mas a data é oportunidade de repensar o uso do carro de passeio como meio de deslocamento, dentro de esforço global

O evento começou em 1997, na França, e ganhou o mundo nos últimos 12 anos, com o objetivo de servir de alerta para reduzir as emissões de gás carbônico, um dos seis gases mais poderosos do efeito estufa. O movimento chegou ao Brasil em 2001. Desde então vem se espalhando pelo mundo, ganhando a cada edição mais adesões nos cinco continentes. E a proposta é, exatamente, deixar o carro em casa e se deslocar - para o trabalho ou para qualquer outra atividade - utilizando formas alternativas de transporte com menor impacto ambiental, como o transporte coletivo, a bicicleta ou mesmo indo a pé. Assim, diminui-se a quantidade de veículos nas ruas e reduz-se os congestionamentos - e a poluição por tabela. A bicicleta é o símbolo desse movimento.

Trata-se de um manifesto-reflexão sobre os gigantescos problemas causados pelo uso intenso de automóveis como forma de deslocamento, sobretudo nos grandes centros urbanos, e um convite ao uso de meios de transporte sustentáveis - entre os quais se destaca a bicicleta.

A proposta do Dia Mundial Sem Carro é que as pessoas deem três passos simples: 1)Passem um dia sem carro; 2) Observem de perto o que acontece em sua cidade nesse dia; 3) Reflitam pública e coletivamente sobre o que mudou e o que pode ser feito a partir de então.

Esta é a segunda de três edições previstas desde Campo Grande, capital do estado de Mato Grosso do Sul, uma das 27 unidades federativas do Brasil. A Wikipédia fornece aos meus leitores alguns dados do Estado e de sua capital.

Mato Grosso do Sul, está localizado ao sul da região Centro-Oeste. Tem como limites os estados de Goiás a nordeste, Minas Gerais a leste, Mato Grosso (norte), Paraná (sul) e São Paulo (sudeste), além da Bolívia (oeste) e o Paraguai (oeste e sul). Possui uma área ligeiramente maior que a Alemanha, Portugal e Japão. Sua população é de 2,4 milhões habitantes, conferindo ao estado a 21ª população. O estado constituía a parte meridional do estado do Mato Grosso, do qual foi desmembrado por lei complementar de 11 de outubro de 1977 e instalado em 1 de janeiro de 1979.

Campo Grande ocupa a 14º posição das maiores áreas urbanas do Brasil. Reduto histórico de divisionistas entre o sul e o norte, Campo Grande foi fundada há mais de 111 anos por colonizadores mineiros, que vieram aproveitar os campos de pastagens nativas e as águas cristalinas da região dos cerrados.

A cidade foi planejada em meio a uma vasta área verde, com ruas e avenidas largas. Relativamente arborizada e com diversos jardins por entre as suas vias, apresenta, ainda nos dias de hoje, forte relação com a cultura indígena e suas raízes históricas. Por causa da cor de sua terra (roxa ou vermelha), recebeu a alcunha de Cidade Morena. A cidade está localizada em uma região de planalto, em que é possível ver os limites da linha do horizonte ao fundo de qualquer paisagem.

Campo Grande está localizada no centro do estado e equidistante dos extremos norte, sul, leste e oeste de Mato Grosso do Sul, fator que facilitou a construção das primeiras estradas da região, contribuindo para que se tornasse a grande encruzilhada ou polo de desenvolvimento de uma vasta área. Hoje, a cidade possui dimensões e características próximos aos de uma metrópole, com uma população próxima de 1 milhão de habitantes, sendo considerada uma das cidades mais desenvolvidas da região Centro-Oeste do Brasil.

Realizei nesta cidade pujante duas atividades acadêmicas na UCDB. À tarde participei da banca de mestrado em Educação de Smenia Aparecida da Silva Moura e à noite fiz uma fala no 101º colóquio promovido pelo Programa de Pós Graduação de Educação. Entre uma e outra assisti a Mesa Redonda “Negociação das identidades/diferenças e a formação de professores para escolas interculturais” falas da Gelsa e do Antonio Brand dentro do IV Seminário Internacional: Fronteiras Étnico-Culturais e Fronteiras da Exclusão.

A Smênia apresentou a dissertação A construção de um grupo corporativo de professores de química como espaço de formação continuada: desafios e percalços" e junto comigo estavam as Professoras Doutoras Leny Rodrigues Martins Teixeira, orientadora, e Maria Aparecida de Souza Perrelli. Na minha fala preambular destaquei ter vivido na noite anterior o privilégio de assistir emocionado à abertura de mais uma edição do Fronteiras. As emoções foram de duas dimensões. Uma, ver o meu ex-aluno José Licínio Backes, agora vice-Coordenador deste Programa de Pós Graduação em Educação fazer com competência a fala de instalação. Outra, escutar nos narrares uma indígena, de um negro e de um sem terra, dois dos quais mestres por este Programa, oportunidades para refletir sobre a cidadania e a florestania mais criticas.

Destaquei, ainda, estarmos em um evento ao qual a Academia dá um ar inquisitorial que lembra tempos medievais onde nasceu a Universidade. Aliás, o desenho desta sessão bem pode lembrar um dos tribunais inquisitoriais onde Torquemada e seus asseclas exerciam suas dolorosas funções. Que bom que já aprendemos a humanizar a asséptica Universidade. Nós saberemos romper as normas e transformar este auto de inquirição à Smênia em uma produtiva e fraterna sessão de aprendizagem. Fraternidade que parece emanar em uma aura quase mítica aqui desta região onde vivem mais densamente os descendentes de ancestrais que habitaram esta terra pré-cabrálica, recordando-nos, ainda hoje, chamamentos de amor a Terra e de respeito à Escola.

A palestra da noite foi a 101ª inserida dentro dos Colóquios do Programa de Pós Graduação Educação da UCDB. Para um

atento auditório de mais de 200 professores e alunos do doutorado, do mestrado e de diferentes licenciaturas da UCDB e de professoras e professores de escolas de Educação Básica, durante mais de duas horas apresentei a fala: “Das Disciplinas à Indisciplina: outros professores para outra escola”. Ao final, entre várias emoções registro a solicitação de autógrafos do pelo professor Aroldo em três livros, entre os quais dois há muito esgotados (e marcados pelo uso): Educação no ensino de Química, de 1990 e Catalisando transformações na Educação de 1994 e Para que(m) é útil o ensino? (1ª edição). Após a palestra com as professoras Leci, Maria Aparecida e Flaviainês, a Gelsa e eu fomos jantar.

Desejo que a quarta-feira seja agradável para cada uma e cada um. Aos que puderem privar-se do uso do carro hoje: um afago especial. Ainda um convite para nos lermos amanhã, quando for primavera.







8 comentários:

  1. Grande Mestre Chassot! Hoje gostaria de aderir à proposta do Dia sem Carro, mas a dificuldade de locomoção me deixa refem desse meio de transporte. Tambem observo nas rodovias que o atendimento à proposta é muito tímida, pois o engarrafmento continua como dantes. Bela jornada em terras matogrossenses, com participaçao através de palestras e bancas de avaliaçao. Abraço da chuvosa capital gaucha. JB

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  2. Meu caro Jairo,
    sei o quanto tu desejarias aderir a proposta de ‘uma quarta-feira sem carro’. Certamente a falta de adequados transportes coletivos impede a ti e a muitos.
    Afagos sulmatogrossenses,
    attico chassot

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  3. rsrs, sobre o passo 2: olhei pela janela e se estivesse em porto alegre, acreditaria na adesão dos motoristas a propostas, mas aqui no Passo, o passo é a passo mesmo.

    Encantada com o nome Smênia.

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  4. Mestre Chassot, fiquei feliz em encontrá-lo hj no seminário aqui na UCDB. Vc vestido com a camiseta do 1º seminário como forma de homenagem foi de um carinho emocionante.Adorei recordar com vc o 1º seminário, da fala emocionada do meliá,do Lúcio Kreutz, do colega Licínio, dos indígenas...
    Um abraço carinhoso
    Eva
    NEPPI/UCDB.

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  5. Muito querida Eva,
    fico feliz que ter usado a camiseta do “I Fronteiras”tenha te agradado. Foi bom recordar contigo 2002
    Obrigado por tua visitação a este blogue.
    Um afago carinhoso feliz por estar na UCDB, mais uma vez,
    attico chassot

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  6. Querida Marília,
    com estou em cidade que não conheço o volume de carros, não posso avaliar. Ontem na minha fala pareceu que ninguém soubesse do dia sem carro.
    A Smênia é pessoa muito especial.
    Um afago do tórrido sulmatogrossense.
    attico chassot

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  7. Dr. Chassot,
    É com o deleite da alma que vos escrevo, agradacendo-vos pela bela palestra que o senhor nos presenteara ontem à noite na Universidade Católica Dom Bosco. A sua exortação por uma nova Escola com novos professores também faz parte de minhas cogitações ou devaneios, entretanto bem fundamentado está a sua proposta por um novo Ensino Médio. A Indisplinalidade tornara ao meu olhar uma bela ótica epistemológica para a transposição ditática e pedagógica no Ensino Básico.
    Muito quero escrever mais nesta carta eletrônica, porém por não ter o vocabulário e o conhecimento mais aprofundado sobre esta teoria de quebra do método cartesiano (disciplina), fico apenas a te elogiar novamente pelo seu exímio exemplo como escritor epistemológico.
    Mas, confesso que o meu objetivo maior neste texto é de suplicar-vos pelo material que o senhor utilizara na palestra, ou seja, os seus slaids. Caso queira enviar-me outros além deste, ficarei estupefato de alegria.

    Atenciosamente,
    Lucas Fernando Gonçalves (acadêmico de Filosofia, 4 sem.)

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  8. Estimado Lucas,
    muito obrigado por tão atenciosos comentários. É bom ter teu comentário como um dos ouvinte da noite de ontem.
    Estou muito feliz por estar nesses dias na UCDB. Tenho aprendido muito.
    Anexo teu pedido.
    Com estima
    attico chassot

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