12.- Anticorpos detêm HIV.... parece um sonho

Porto Alegre Ano 4 # 1439

Madrugada chuvosa a desta segunda-feira que inaugura semana que marca o ingresso na segunda metade de julho. Este, às vezes, parece que recém começou. Também, com estas chuvas o inverno, que pelo calendário está na terceira semana, deve começar.

Não dá para dizer que a Copa terminou, mesmo que ontem a Espanha tenha, com méritos, conquistado o título. Já há comerciais festejando o início da Copa de 2014. Está presente a presunçosa frase: ‘vencer em casa é mais gostoso’. E isto com aquele símbolo canhestro que alguém disse com propriedade ser inspirado em foto de Chico Xavier, com mãos no rosto e seu cabelo partido ao meio. Parece que teremos quatro anos de micareta pela frente.

Mesmo com esse prelúdio... a blogada de hoje se faz com alvíssaras.

Anticorpos detêm HIV: descoberta representar avanço rumo a vacina contra AIDS. A imunização contra doença ainda escapa à ciência. Moléculas impedem a infecção de células do organismo humano por mais de 90% das formas do vírus da moléstia.

Descoberto há mais de 25 anos, o vírus do HIV – hoje com grande variação de formas – já matou cerca de 30 milhões de pessoas. Isto significa algo como a totalidade da população das oito maiores cidades brasileiras (=São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Fortaleza, Brasília, Curitiba e Manaus) ou um número bem superior ao total da população de Portugal, Equador e Uruguai, para citar pela ordem, os três países onde, excetuado o Brasil, este blogue têm mais leitores.

Pesquisadores descobriram dois poderosos anticorpos capazes de bloquear, em laboratório, a maioria das cepas conhecidas do vírus HIV, abrindo caminho para o desenvolvimento de uma vacina anti-Aids. Os anticorpos, batizados de VRCO1 e VRCO2, parecem promissores, já que impediram a infecção de células humanas em mais de 90% das variedades de HIV.

Os cientistas encontraram esses anticorpos no organismo de pessoas soropositivas, ou seja, que foram infectadas pelo vírus. As reações dos soropositivos ao HIV são uma das grandes inspirações dos pesquisadores para novas estratégias contra a AIDS.

Os autores dos trabalhos, publicados na sexta-feira, na revista "Science", decodificaram também o mecanismo biológico pelo qual os anticorpos bloqueiam o vírus. "A descoberta de anticorpos com o poder de neutralizar o HIV representa avanços para a criação de uma vacina contra o vírus da AIDS", afirmou o imunologista Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Enfermidades Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID, na sigla em inglês).

"A técnica pode ainda ser aplicada na concepção e desenvolvimento de vacinas contra muitas outras doenças infecciosas", afirma.

Os pesquisadores isolaram uma das proteínas que formam o HIV e a modificaram para que ela se fixasse nas células específicas que produzem os anticorpos que neutralizam o vírus da Aids.

Com o trabalho, os pesquisadores já começaram o desenvolvimento de componentes de uma vacina que pode ensinar o sistema imunológico humano a produzir anticorpos similares ao VRC01 e VRC02.

"Aproveitamos nossa compreensão da superfície do HIV para afinar nossas ferramentas moleculares que permitem orientar a escolha de anticorpos que impedem a infecção de células humanas", explicou Gary Nabel, do NIAID, que também trabalhou como coordenador das equipes de pesquisa.

Encontrar anticorpos capazes de neutralizar cepas (variedades) de HIV é muito difícil, já que o vírus muda com frequência as proteínas que cobrem sua superfície. O processo ajuda o invasor a enganar o sistema de defesa do organismo humano.

Embalados por tão boa notícia, votos de uma muito boa segunda-feira e mais uma semana julina muito produtiva. Amanhã pretendemos estar aqui com mais uma blogada. Lêmo-nos então.