sexta-feira, 10 de maio de 2024

10/05/2024.- UMA PORTO (NÃO MUITO) ALEGRE ESFARRAPADA

 

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       O3/05/2024

10/05/2024.- UMA PORTO (NÃO MUITO) ALEGRE ESFARRAPADA

Os helicópteros fazem contínuos sobrevoos. Estes parecem ter minha  como moradia ponto central Eles me incomodam! Não reclamo: estão na busca de busca de animais e de humanos isolados em brejos. Há os que aguardam resgate em cima de prédios.  São símbolos da esperança. Os helicópteros também trazem vidas e trazem mortos. Os tempos são tétricos. A tristeza nos faz estéreis. Não há como fazer narrações. Trago um dado: O Rio Grande do Sul tem 497 município, destes  397 têm decretado estado de calamidade.      

No último sábado vivi algo inédito: estava hospitalizado no  Hospital Mãe de Deus (Um dos mais considerado do Brasil) na minha terceira internação de 2024. De repente recebo a informação que estou de alta e devo imediatamente deixar o hospital inunda para ser levado a um ponto onde as água permitiam que descesse da van e me deixasse o insular HMD.

Complemento esta blogada um significativo texto do meu colega e amigo Rualdo com o qual, por alguns anos nos envolvemos na edição da revista Episteme.

Prof. Dr. Rualdo Menegat, Professor titular do Departamento de Paleontologia e Estratigrafia do Instituto de Geociências da UFRGS, geólogo, Mestre em Geociências (UFRGS), Doutor em Ciências na área de Ecologia de Paisagem (UFRGS), Doutor Honoris Causa (UPAB, Peru). Assessor científico da National Geographic Brasil e membro da Cátedra da UNESCO/Unitwin 


Devemos reconhecer, em primeiro lugar, que não só há um apagão da infraestrutura do Estado do RS - que Leite e Melo privatizaram e que agora gerenciam de forma incompetente, estruturas como CEEE-Equatorial, Corsan, entre outras. Sartori e Leite desmontaram também a inteligência estratégica do Estado: Metroplan, FZB, FEE, SEMA e CIENTEC. Além disso é muito importante: há um apagão da natureza para mitigar os efeitos de eventos climáticos extremos, posto que a drenagem natural e os ciclos hídricos foram destroçados pelas políticas de uso intensivo do solo. Flexibilizaram leis para aumentar áreas de plantio de soja, desmontaram planos diretores para ampliar a especulação imobiliária em zona ribeirinhas, para implantar minas de carvão e para favorecer a especulação imobiliária. Sem inteligência social e com a infraestrutura natural destroçada, temos pela frente um longo caminho para adquirirmos condições de enfrentar a emergência climática e ambiental que estamos atravessando. Temos que ter em mente que isso é apenas um começo. Temos que agir estrategicamente se quisermos encorajar a sociedade a enfrentar os tempos que estão aí e os que advirão. A UFRGS é uma instituição fundamental para isso.  É a inteligência estratégica que sobrou em um Estado que está sendo desmontado peça por peça.  Sem inteligência social, a sociedade não só fica muito mais vulnerável frente aos impactos adversos dos  tempos severos, mas também fica refém da ação de forças externas, sobre as quais não tem controle, como o Exército e empresas privadas. Tudo conduz para a ideia que nada podemos fazer enquanto sociedade, cada vez mais submetida à inclemência da natureza e ao horror de políticas autocráticas e ignorantes. A Universidade é a esperança possível para desenvolver uma inteligência social que encoraje a sociedade a enfrentar a emergência climática-ambiental do século XXI.


3 comentários:

  1. Mestre boa tarde! O Sr. está bem? sua morada dos afagos foi afetada???? espero em Deus que esteja sob controle pois a tragédia é enorme.

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  2. Mestre nossos pensamentos e orações estão com todos vocês aí. Você é um guerreiro e logo logo ficará tudo bem. Melhoras mestre é o que eu te desejo.

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  3. Esqueci de colocar meu nome mestre, desculpa Daileide.

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