ANO 15 |
Agenda de Lives em página |
EDIÇÃO 3707 |
É o último blogar de fevereiro. É o mais cruento de todos nesta
interminável pandemia 2020/21. No Brasil se vive uma situação dolorosa. Em Porto
Alegre, morrem seres humanos nas filas de espera de leitos para intubação. O
presidente, no mesmo dia que passamos de ¼ de milhão de mortos, diz que máscara
faz mal à saúde.
Nesta semana,
duas lives me trouxeram alento. Na quarta-feira, com minha colega Alessandra
Rezende, sonhamos como formar jardineiros para cuidar do Planeta. Ontem os sorocabanos
Adriana e Élcio, acolheram Nelson Marques do Rio Grande do Norte e eu do Rio
Grande do Sul para tecer loas aos livros (em suporte papel).
O Festschrift (ver
última edição) me mobiliza. Mas outras emoções se fazem narrares para dar
estofo ao ainda emurchecido carteggio,
no qual o Daniel Soares e eu tentamos colecionar cartas.
Tenho fidelidade
a poucos programas midiáticos. Ao Roda
Viva sou bastante fiel.
Na segunda-feira,
dia 15/02, era quase 22h e ainda não sabia o entrevistado. Sei, então, que é um
jovem doutor, graduado em Geografia pela UFBA. Soube ser um escritor de
sucesso, que eu desconhecia. O Torto
Arado de Itamar Vieira Júnior, obra premiada com o Jaboti em 2020 e com o
Leya (Prêmio da Editorial portuguesa LeYa), era muito elogiado pelos
entrevistares e o entrevistado trazia comentários instigantes. Era
desconfortável para mim não conhecer a obra. Também o cenário comentado era
exótico para mim.
Na manhã
seguinte, terça-feira, encomendei o livro. Então acontece algo singular.
Naquela estratégia mercadológica ‘quem comprou esse livro também comprou
aquele’ vi a oferta de edição para Kindle do Pequeno Manual antirracista, de Djamila Ribeiro. Não podia haver
melhor sedução pela admiração que tenho por esta autora contemporânea. Ao
compra-lo, teclei numa oferta lateral: O
poder do hábito: por que fazemos o que fazemos na vida e nos negócios, de
Charles Duhigg. Adquiri, assim, um livro jamais compraria, pois tinha ranço de
um texto de autoajuda. Foi oferecida alternativa de desistir da compra. Comprei
os dois, por cerca de 20 reais: o pretendido livro de Djanila e o de Duhigg,
anunciado como mais vendido, em termos de comportamento organizacional. Este um
alienígena em minha biblioteca. Se pode descrever alguém pelos títulos de sua
biblioteca?
Na manhã da Quarta-feira de cinza, cerca de 20 horas, de minha compra, já estava com Torto Arado. Deixei de lado Sula, o livro da TAG de fevereiro; o meu segundo livro de Toni Morrison (1931-2019), a única negra estadunidense laureada com o Nobel de Literatura (1993). Não consegui largar o livro do baiano que levava a conhecer um quilombo. A singular originalidade do Torto Arado é que texto se tece com a narração de duas das personagens. Não raro buscamos qual delas está a contar uma história de vida e morte, de combate e redenção nos leva às profundezas do sofrido sertão baiano.
Agora, já li as 562
páginas de O poder de hábito. Nunca
conheci tanto acerca de inteligência artificial (área em que sou apenas um
iniciante). O livro do Duhigg tem porquê ser o mais vendido acerca de
comportamento organizacional. Mais de 25 páginas são de uma bibliografia comentada
de artigos de prestigiadas revistas, o poder de hábito em empresas é algo
significativo.
Envolvido no
entorno dos dias dados a momices (na acepção de dissimulação carnavalescas),
com quatro livros sendo devorados, sobraram culpas por não estar fazendo (ou
pelo menos por estar procrastinando) alguns (a)fazeres profissionais.
Quando há
fartura, esta pode se converter em comilança. Por tal, me envolvi na busca de Griffin e Sabine: uma correspondência
extraordinária um romance epistolar de Nick Bantock, publicado em 1991 nos
Estados Unidos e no Canadá. O livro foi descrito com entusiasmo pelo Daniel, em
sua última carta. Pareceu-me algo exótico: um livro de 50 páginas ser ofertado
por valores de 100 a 500 reais. Terminei comprando um usado por 30 reais mais o
frete.
Nesta aurora de março, recordo a completação de um ano de
minhas duas últimas viagens em março de 2020 (à Marabá e à Manaus).
No clamor do pedido #vacinaparatodos há que celebrarmos a Vida. Renovo o
convite dos colegas da Unipampa, câmpus Uruguaiana, para estarmos juntos dia 13 de março de 2021, às 18h, sábado, quando
completo 60 anos fazendo Educação.