ANO 15 |
Agenda de Lives em página |
EDIÇÃO 3705 |
De vez em vez, tenho proclamado o quanto a Wikipédia é (talvez)
o melhor exemplo da democratização do conhecimento. Considere a fartura de
saberes ofertado, sem nenhum custo. Não
podemos dizer o mesmo, por exemplo, de dicionário que se anuncia free, mas que nos exige, para lermos
qualquer um dos verbete, que nos entulhemos de anúncios indesejados, alguns
verdadeiras arapucas.
Já teci loas a Wikipédia em outro texto. Agora, nesse blogar,
quero assestar meu narrar em outra direção. Mais de uma vez, nestes (ex)(in)tensos
tempos pandêmicos, se tem analisados os ganhos que fruímos com a pandemia do
bem. Vivemos uma pandemia na qual aflora a bipolaridade. Os dolorosos
sacrifícios cobrados pela pandemia do mal, já seriam inenarráveis se ficássemos
apenas nos mortos que não podemos sepultar. Agora, comento benesses da pandemia
do bem.
Quando sem pejo afirmamos que, talvez, o que mais estamos
constatando, nestes tempos, é o quanto ainda há saberes a aprender.
Isso não é falsa modéstia. Em cada live ou curso que assisto resta um sabor: preciso
aprender mais sobre isso.
Há um bonito aprendizado (sei que estou parecendo piegas nesta
adjetivação!) que muitos estão praticando. Não raro, o fazendo de maneira (quase)
inconsciente: a disseminação do conhecimento.
O uso desta ação verbal, não refiro sem evocar o brado (quase
insano) que me alvejou uma colega, ainda no ocaso do segundo milênio. Éramos um
grupo de editores de revistas acadêmicas em uma reunião institucional. “Como usas o verbo disseminar, excluindo nós
mulheres que não disseminamos, pois não temos sêmen, logo não disseminamos
conhecimento!” Senti-me abobalhado. Jamais fizera esta exclusão a mulheres.
A situação não fora muito diferente da reação (mais recente) ao verbo clarear ou clarificar (uma questão) seja uma ação igual a de branquear, lida como antônimo de denegrir.
Mas volto a questão
heliocêntrica: manifestar gratidão àquelas e aqueles que, com generosidade,
fazem de maneira continuada disseminação do conhecimento. Isto
ocorre seja alertando acerca de uma live ou de um curso ou ainda, de maneira
emocionada distribuindo os saberes que detêm.
Já, há
quase um ano, se tem comentado que os tempos pandêmicos anteciparam/antecipam
fazeres (ensino híbrido, homework,
vivendas de veraneio se fazendo moradas cotidianas...) que de repente se fazem
realidades. Nenhum dos fazeres antes citados e ainda alguns outros são
rigorosamente novidades. Mas o seu uso (quase avassalador) mudou/muda/mudará a
mossa maneira de estar no Planeta Terra!
Como
comentara na última edição deste blogue, não foi sem emoção que participei, há
uma semana, durante quatro dias do Seminário
Raízes judaicas do cristianismo.
Vale
assinalar que as exigências tecnológicas para realização deste Seminário, de
uma maneira muito provável, permitiriam que esta atividade pudesse ter ocorrido
com o mesmo formato, já no final do Século 20. Podemos creditar a realização já
na terceira década do Século 21, também a pandemia do bem. Agora, um seminário
como este, não apenas parece ser, como é uma (quase) surpresa.
O Seminário Raízes judaicas do cristianismo foi organizado e promovido pelo Moriah College, de Jerusalém. O Moriah College é uma respeitada instituição acadêmica de Israel. Mesmo que temas envolvendo as três religiões abraâmicas estejam nas discussões em diferentes cursos, não há um proselitismo em favor de qualquer um dos três mais significativos monoteísmos.
Há que reconhecer que o Moriah College tem sua
sede na cidade considerada santa para as três religiões que têm em livros tidos
como de revelação divina a garantia da ortodoxia.
Comento
algumas informações do Seminário que participei para dar uma pálida informação
do curso. Na noite de quinta-feira, dia 4, durante duas horas, o âncora estando
em Jerusalém e o professor no estado de Virgínia, USA, descreveu os evangelhos
como literatura judaica. Na sexta-feira, o tema foram os banhos de purificação
no primeiro século com professora falando do México. No sábado houve três aulas. Às 10 horas aprendemos acerca da
Midrash, como um gênero de literatura rabínica que contém as primeiras
interpretações e comentários sobre a Torá Escrita e a Torá Oral (lei falada e
sermões, que normalmente formam um comentário contínuo sobre passagens
específicas da Bíblia Hebraica. Esta aula se conectou com a das 12 horas que
comparou Torá escrita e a Torá oral. Às 15h foi, em minha percepção, a melhor
aula: que idioma se fala na região nos tempos de Jesus. Aprendi sobre o
aramaico e o hebraico e, também, quem ali falava grego e quem falava latim, com
Professor Piñero desde a Espanha. No domingo o mesmo professor ensinou acerca
do apóstolo Paulo.
No sábado, 13/02 e nos sete sábados seguintes haverá um curso: Uma aproximação ao Jesus histórico,
ministrado desde a Espanha pelo Professor Piñero. Mas vale conhecer um muito
variado menu de curso que são disponibilizados: arqueologia bíblica,
manuscritos qumran do Mar Morto etc.
Desejei neste blogar contribuir com a disseminação do
conhecimento. Se alguém perguntasse com cheguei ao Moriah College, do Moriah
International Center [endereço página português: https://moriacenter.com/?lang=pt-br] diria: Não recordo. Certamente estava numa destas dezenas de
cards anunciando oportunidades para nosso enriquecimento!
Com votos de sumarento abeberar-se nos muitos ofertórios de
saberes que nos são disponibilizados nestes tempos pandêmicos. Ler-nos-emos,
provavelmente, na sexta-feira dia 19/02 (eu, talvez afortunadamente, já
vacinado!).
A disseminação do Conhecimento é algo bastante difundido na Área da Biblioteconomia. Disseminar é algo bastante utilizado pelos Bibliotecários e Bibliotecárias.
ResponderExcluirParabéns Professor Chassot por disseminar o Conhecimento e por disseminar a Divulgação Cientifica nesse País "Brasil" e no Mundo.
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