ANO
ANO 14 |
AGENDA 2 0 2 0
www.professorchassot.pro.br
|
EDIÇÃO
3466
|
À tarde de ontem,
burilava a edição para hoje. Ela seria acerca das escolas
cívicos militares. Estas se constituem em
uma (pérola)-1 deste feudo teocrático
militar em que se transmutou a República. Eis que surge mais uma c*g*d* do
governo. Aliás, foi mais que uma c*g*d*, foi um c*g*lhão.
Afortunadamente o governo não conhece uma habilidade chinesa,
que em 10 dias constrói um hospitais, com centenas de leitos. O anúncio das
escolas com partido parece ainda não ter saído do papel. Assim, postergo
tema e comento algo que conheci na tarde de ontem.
Na verdade reconheci, pois no
medievo, e mesmo antes do iluminismo, no tempo das treva se praticava ações como estas.
A Secretaria de Educação de Rondônia — o Governador é o Coronel
Marcos Rocha, policial militar, filiado ao Partido Social Liberal (PSL) e o
Vice-governador é Zé Jodan (PSL) — determinou a recolha de todas as escolas do
estado quarenta e três livros, de
autores como Caio Fernando Abreu, Mário de Andrade (Macunaíma estava no Index),
Machado de Assis, Kafka, Euclides da Cunha, Ferreira Gullar, Rubem Fonseca,
Carlos Heitor Cony, Edgar Alan Poe... Após a listagem dos 43 títulos a serem
recolhidos (de cujos autores se ofereceu uma amostra) consta Observação: Todos
os livros de Rubem Alves devem ser recolhidos.
O argumento para o banimento das obras, (depois revogado, dizendo-se que
era apenas um rascunho), que consta em papel timbrado da Secretaria de
Estado da Educação, em caixa alta como RELAÇÃO DOS LIVROS A SEREM RECOLHIDOS, era que os livros a serem apreendidos (dentre os quais alguns
são indicados em vestibulares em várias Universidades brasileiras) apresentavam
'conteúdos inadequados para crianças e adolescentes.
Talvez, valesse a pena, recordar algo que aconteceu na primeira
metade de nosso século 20* * *. Qualquer semelhança NÃO é mera coincidência:
“O dia 10 de maio de 1933 marcou
o auge da perseguição dos nazistas aos intelectuais, principalmente aos
escritores. Em toda a Alemanha, principalmente nas cidades universitárias,
montanhas de livros (ou suas cinzas) se acumulavam nas praças. Hitler e seus
comparsas pretendiam uma "limpeza" da literatura.
Tudo o que fosse crítico ou
desviasse dos padrões impostos pelo regime nazista foi destruído. Centenas de
milhares de livros foram queimados no auge de uma campanha iniciada pelo diretório
nacional de estudantes.
Stefan Zweig, Thomas Mann,
Sigmund Freud, Erich Kästner, Erich Maria Remarque e Ricarda Huch foram algumas
das proeminências literárias alemãs perseguidas na época.
O poeta nazista Hanns Johst foi
um dos que justificou a queima, logo depois da ascensão do nazismo ao poder,
com a "necessidade de purificação radical da literatura alemã de elementos
estranhos que possam alienar a cultura alemã".
Assim como desde a pré-história,
se acreditava nos poderes purificadores do fogo, o regime do mestre da
propaganda – Joseph Goebbels – pretendia destruir todos os fundamentos
intelectuais da por ele tão odiada República de Weimar.
A opinião pública e a
intelectualidade alemãs ofereceram pouca resistência à queima. Editoras e
distribuidoras reagiram com oportunismo, enquanto a burguesia tomou distância,
passando a responsabilidade aos universitários. Também os outros países
acompanharam a destruição de forma distanciada, chegando a minimizar a queima
como resultado do "fanatismo estudantil".
Entre os poucos escritores que
reconheceram o perigo e tomaram uma posição esteve Thomas Mann, que havia
recebido o Nobel de Literatura em 1929. Em 1933, ele emigrou para a Suíça e, em
1939, para os Estados Unidos.
Quando a Faculdade de Filosofia
da Universidade de Bonn lhe cassou o título de doutor honoris causa, ele
escreveu ao reitor: "Nestes quatro
anos de exílio involuntário, nunca parei de meditar sobre minha situação. Se
tivesse ficado na Alemanha ou retornado, talvez já estivesse morto. Jamais
sonhei que no fim da minha vida seria um emigrante, despojado da nacionalidade,
vivendo desta maneira!"”
· *
* Texto preparado com a ajuda da Wikipédia:
Bücherverbrennung é um termo alemão que significa queima de livros. É, muitas
vezes, associado à ação propagandística dos nazistas, organizada entre 10 de
maio e 21 de junho de 1933, poucos meses depois da chegada ao poder de Adolf
Hitler.
Poisé.... Não foi por falta de aviso. Tentamos denunciar o perigo, mas o hegemonia do anti-esquerdismo, anti-petismo e anti-intelectualismo, principalmente proliferado nas redes sociais foi mais forte. Avante aos estudos e à Resistência....Grande abraço!!!
ResponderExcluirThe contents are masterpiece. you’ve performed a wonderful job in this topic! 온라인경마
ResponderExcluiryou’re in reality a good webmaster. The website loading velocity is amazing.
ResponderExcluirIt sort of feels that you are doing any distinctive trick. 바카라
Very helpful information specifically the final phase. I handle such info a lot. I used to be seeking this certain info for a long time. 사설토토
ResponderExcluir