ANO
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A vida me tem brindado com momentos emocionantes! Estive por menos
de 30 horas em Belém do Pará. Nesta segunda-feira, 25/11, fiz duas palestras em
2 momentos e locais diferentes na UFPA. Pela manhã fiz a palestra de abertura
de dois eventos: IV Congresso Nacional de
Ciências Naturais e do VI Encontro
Nacional do Estudantes de Ciências Naturais. À tarde falei em um dito (re)encontro com o IENCI / Instituto
de Educação Matemática e Científica.
Nos dois momentos o tema das falas foi o mesmo: Assestando óculos para ver o mundo natural. Pela manhã, um ato solene com autoridades acadêmicas e hino
nacional. À tarde, a informalidade definida pela presença de pessoas próximas:
imaginem eu vendo, na plateia lotada luminares como a Professora Terezinha
Valim e os professores Jerônimo e Licurgo. Tinha porquê me achar um pouco em casa.
Nos dois momentos muito queridas tietagens que um professor pode
receber: filas que resultaram em dezenas de pedidos de fotos. Autografei
sacolas, blocos, cadernos, crachás... Fiz dedicatórias em cerca de 50 dos meus seis
títulos em circulação.
Parecia que tinha amealhado tudo para rotular a uma já quase
conclusa segunda-feira como um dia marcado pelo exercido pleno da cidadania de
um educador politicamente engajado, pois trouxera nas duas palestras excertos
da Encíclica Laudato Si’ como antídotos às
políticas bolsonaristas agressivas a cuidados em nossa casa comum: o Planeta Terra. Isto na Amazônia
tem dimensões à beira de uma catástrofe.
Quando me imaginava farto
dos melhores momentos de quem sabia que no dia seguinte teria que levantar às 3
horas, surge um sumarento imprevisto: fui convidado pelo
Centro Acadêmico da Licenciatura de Química/CALQUI da Universidade Federal do
Pará Câmpus no Guamá para uma homenagem:
Houve então momento inenarrável, mas em algumas fotos se pode
inferir um pouco desta homenagem que foi algo emocionante. Qual o impacto que assola alguém ao ver de maneira inesperada sua
imagem em um imenso mural?
Meus olhos embaçaram.
Solicitado a apor minha assinatura no mural, onde também havia
uma homenagem a Marie Curie, tive muitas dificuldades.
Parece que a Michele Sato, da UFMT, sintetizou a homenagem com expertise: estética, contemporânea, irreverente e bela. Mesmo que eu não saiba
dizer qual resultado da assemblage destes quatro adjetivos aportados pela
Michele.
O mural também homenageia Marie Curie |
Maria Curie com tubo de ensaio |
Dentre os alunos promotores do impactante mural nenhum me conhecia pessoalmente. Foram unânimes no destacar o quanto meus textos (em livros e artigos de revistas) são muito significativos na formação de professoras e professores de Química e por tal fui escolhido para ‘estar’ no CALIQ.
*
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Sirvo-me da oportunidade para informar ao ministro a educação
(Sim! Com letras minúsculas) que não vi obscenidades nas paredes como as alardeadas
pelo seu abraham weinsauer (vinho azedo) ou plantações de maconha no Centro
Acadêmico ou em qualquer pontos do amazônico câmpus do Guamá.
Depois destes momentos sumarentos que me ensejou
um bate-volta à Belém, já vislumbro a próxima semana na qual, mais da metade,
viverei em Marabá. Este fim de semana viverei que nem piá em véspera do passeio
anual da escola. Para a próxima segunda-feira está agendada uma aula na UAM/ Universidade
do Adulto Maior do Instituto Metodista IPA. O atencioso convite é da Professora
Vera Maciel Coordenadora da UAM, catalisado pela Sônia, que foi minha ex-aluna
na UAM.
Entre os diferentes espaços acadêmicos nos
quais exerci a docência aquele do qual mais tenho saudades provavelmente são os
12 semestres (2010-2015) que fui professor na UAM. Esta também foi a razão de
muito sofrimento (talvez, o maior em quase 60 anos de magistério) quando se
iniciava a quaresma 2016.
Sou enternecidamente expectante pelo primeiro
dia útil do último mês deste ano tão tétrico para educação brasileira.