ANO
12 |
LIVRARIA VIRTUAL em
Www.professorchassot.pro.br
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EDIÇÃO
3318
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Recordo, que no
catecismo — o livro de perguntas e resposta que estudei em preparação da
primeira comunhão — havia ensinamentos acerca dos atributos ou, talvez fosse acerca
das qualidades ou dons de Deus. Lembro pelo menos de três: onipotente,
onisciente e onipresente.
Pois na pretérita quinta-feira,
à noite, quisera ter pelo menos o dom da ubiquidade. E não vou concorrer com
Deus que pode estar simultaneamente em todos os lugares; bastava-me apenas estar
dois lugares simultaneamente: Porto Alegre e Erechim.
Justifico meu
devanear. Quando registrei as oito palestras do Fronteira do Pensamento de 2017,
ao invés de registrar a conferência de Thomas Picketty no dia 28, fi-lo no dia
25. Justificativa de meu equívoco: as palestras do Fronteiras são sempre às
segundas. Mas esta, considerada a palestra heliocêntrica do ano, pois é aquela
que se recebe um convite para levarmos um convidado, não só era no Auditório
Araújo Vianna, com 4.000 lugares (o dobro do auditório da Reitoria da UFRGS)
mas estava marcada para uma inusual quinta-feira.
Só me dou conta, a
menos de uma semana, que tinha para a mesma quinta do autor de ‘O Capital no
Século XXI’ três atividades, uma em cada turno, no Campus de Erechim da
Universidade Federal da Fronteira Sul. Não havia indecisão para escolha. À meia-tarde
de quarta-feira, numa viagem de mais de seis horas de ônibus, fui a Erechim.
No turno da manhã falei
em uma atividade de formação de 14 (dos 15) professores do Grupo de Pesquisa envolvidos
com a formação de professores que fazem Educação do Campo na IFFS, em Erechim.
À abertura mencionei que ir à Universidade onde está um ex-orientando de
mestrado ou doutorado se assemelha a visitar a casa de um filho. Essa sensação
a vivi, desde a noite de quarta e durante toda a quinta-feira, vendo a
importância das ações do Denílson Silva, que catalisou meu estar em Erechim.
À tarde, foi a aula
inaugural do Curso de Licenciatura
Interdisciplinar em Educação do Campo: Ciências da Natureza, marcada pela
acolhida na UFFS de 40 novos acadêmicos, dos quais cerca de 87% são indígenas,
recepcionados por professores, corpo técnico e alunos de mais duas turmas
(2016/1 e 2015/2). Minha fala que buscou destacar as exigências de estar
em um (novo) mundo da Academia hoje. Esta aula compartilhei com o
vice-reitor da UFFS, professor Antônio Inácio Andrioli, que entre outras significativas
trazidas fez a apresentação da instituição e do curso aos novos estudantes. Foi
muito bom estar nesta atividade com meu ex-orientando Antônio Valmor de Campos,
professor da UFFS, campus de Chapecó.
Ao final da tarde participei do desvelamento
de um painel construído coletivamente com milhares de sementes evocando a
realização do III SIFEDOC - III
Seminário Internacional de Educação do Campo que ocorreu 29 à 31 de Março de
2017. Na foto o Denílson e eu, na cerimônia.
À noite,
para mais de 200 participantes, fiz a palestra em atividade mediada pelo
Professor Jerônimo Sartori, “Das disciplinas à indisciplina’ dentro da semana
da Pedagogia da qual participaram professores e alunos da Pedagogia e de outras
licenciaturas e mestrandos dos três cursos de pós-graduação.
Muitos
autógrafos e muitos fotos foram apetitosa sobremesa a tão sumarenta quinta-feira.
Não tendo, pelo menos por ora, a sonhada ubiquidade, não me arrependo da
escolha. Ante os comentários que acolhi de participantes da palestra do
Fronteiras do Pensamento, vejo que tenho que terminar de ler o livro do
Picketty.
Agora
já embalo expectativa para próxima semana onde terei seis palestras em cinco
cidades de dois estados. Que venha outubro.