quarta-feira, 29 de março de 2017

29.— Morreu um herói de nosso tempo

ANO
 11
Morreu tio Kathy
Um herói de nosso tempo
EDIÇÃO
3280


O veterano da luta contra o apartheid Ahmed Kathrada, companheiro de cela de Nelson Mandela na prisão de Robben Island, morreu, ontem terça-feira, dia 28, em Johannesburgo aos 87 anos. Este blogue une-se a dor dos sul-africanos e ajudado por jornais homenageia a um herói.
Ex-deputado e conselheiro do presidente Mandela durante seu único mandato à frente da África do Sul, entre 1994 e 1999, Kathrada integrou o primeiro círculo de dirigentes históricos do Congresso Nacional Africano (ANC).
Conhecido como "Tio Kathy", foi uma figura destacada no final dos anos 1980, durante as negociações entre o ANC e o regime branco que contribuíram — no início dos anos 90 — para o fim do apartheid e a realização das primeiras eleições livres na África do Sul, em 1994.
Uma das últimas figuras vivas da histórica luta contra o apartheid, o ex-arcebispo da Cidade do Cabo Desmond Tutu, ganhador do Nobel da Paz, de 85 anos, lamentou a norte de "homem de uma gentileza, uma modéstia e uma tenacidade notáveis". Diferentes manifestações, feitas por relevantes líderes sul-africanos dão conta do significado do ilustre finado: "'Kathy' era uma fonte de inspiração para milhões de pessoas, em todo o mundo". "O camarada Kathy era uma alma boa, humano e humilde", disse Derek Hanekom, companheiro de armas e membro da fundação. "Um revolucionário determinado, que dedicou sua vida ao combate pela liberdade em nosso país". “Sua vida é uma lição de humildade, de tolerância, de resistência e de compromisso tenaz",
Ahmed Kathrada nasceu em 21 de agosto de 1929 em uma pequena vila da província do Transvaal ocidental, em uma família de imigrantes indianos. Kathrada abandonou a escola aos 17 anos para ingressar na luta contra as leis do apartheid. O ativista foi preso em 1963 com Nelson Mandela e parte do Estado-Maior do ANC no QG clandestino da organização em Johannesburgo, sob a acusação de sabotagem.
Condenado em 1964 à prisão perpétua, permaneceu na penitenciária de Robben Island durante 26 anos.
Desde que se afastou da política em 1999, Ahmed Kathrada dirigia a fundação que tem o seu nome, dedicada a lutar contra a desigualdade.
No ano passado ele saiu rapidamente de sua aposentadoria política para lamentar o rumo tomado pelo ANC sob o comando do atual presidente sul-africano, Jacob Zuma, envolvido em uma série de escândalos de corrupção. Também pediu a renúncia do governante.
"Querido camarada presidente, o senhor não pensa que continuar como presidente vai contribuir para agravar a crise de confiança no governo do país?", questionou em uma carta aberta.
Apesar da opinião polêmica, a morte de Ahmed Kathrada provocou uma homenagem unânime dos políticos sul-africanos.

2 comentários:

  1. Quando a Humanidade fica sem alguém que defende sua dignidade igualitária, para além dos mesquinhos e passageiros poderes, pode brotar, naqueles que ficam, revolta e descrença. Afinal, por que se vão os que deveriam viver para além dos séculos combatendo as estúpidas diferenças criadas para nos separar? Mas, para o Universo, também os bons se vão. E, se estes se despedem, sempre deixam herdeiros de seus ideais. Nestes, nos unimos para gritar à Africa e à Terra: somos uma só espécie numa casa transitória e com pouco tempo para aprendermos a existir. Ao amigo e admirável Chassot, é neste patamar de dignidade que o tenho. Meu abraço! Élcio, da "Terra Rasgada".

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  2. Que permaneça o EXEMPLO, mesmo que a mídia, o poder e a imbecilidade do sistema ignore.

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