sábado, 4 de fevereiro de 2017

04 — No Museu do Homem

ANO
 11
Uma vez mais…. P A R I S
FÉRIAS 22/24
EDIÇÃO
 3266


A sexta-feira começou ensolarada em Paris, com temperatura agradável (em torno de 8ºC), mas o entardecer, pelas 17h, era chuviscoso e frio. Nestes dois cenários estava na rua: no primeiro, me encaminhando e no segundo, retornando da atração maior de meu fazer turismo, ontem: o Musée de l'Homme ou o Museu do Homem, localizado na estação de metrô Place du Trocadéro, a mesma para visitar a Torre Eiffel.
Fiquei mais de 4 horas no museu (em dia que houve um araque no museu do Louvre) e se o cansaço não me vencesse, havia exposições por ver para, no mínimo, outras quatro horas. Não tenho como fazer uma síntese do que vi e aprendi no museu etnográfico de Paris fundado em 1878 como Museu Etnográfico do Trocadéro. O Museu do Homem foi criado por ocasião da Exposição Universal de 1937, a partir de coleções e acervos que vinham sendo reunidos desde o século 16.
Atualmente, o Museu do Homem é vinculado ao Museu Nacional de História Natural apresentando um vasto painel relativo às ciências humanas, com itens que vão da pré-história até a contemporaneidade, passando por áreas como antropologia, etnologia, arqueologia, biologia, meio-ambiente, história e geografia, sempre tendo a raça humana, com sua evolução e cultura, como ponto focal.
A extensa exposição permanente procura responder em três pavimentos a três grandes perguntas: Quem somos nós? De onde viemos? Para onde vamos?
Estas perguntas vão sendo respondidas em diferentes dimensões, destacando a nossa história evolucionista. Há também, nesta mesma linha, muitas outras exposições laterais. 
Um detalhe que também teorias científicas que não tiveram sucessos são trazidas ao público. Assim a frenologia [uma teoria que reivindica ser capaz de determinar o caráter, características da personalidade, e grau de criminalidade pela forma da cabeça (lendo "caroços ou protuberâncias") (Wikipédia)] e outras propostas em busca do ‘corpo perfeito’.  
Diferentes mostras como por exemplo, o smartphone se fez quase universal quanto ao uso, mas individual no tipo de capa ou na configuração da página de abertura. Outro segmento significativo é acerca da domesticação de animais e plantas, por exemplo, o arroz originado na China hoje tem consumo universal. Para ilustrar um dos segmentos trago uma ilustração na foto que fiz de um ônibus de Dakar. Outro tema destacado é a arqueologia da saúde, na busca dos conhecimentos primevos. Claro que me lembrei da tese de doutorado da Irlane Maia defendida há menos de um mês em Manaus.
O artista convidado para exposição temporário é o brasileiro, nascido na Polônia, Frans Krajcberg, conhecido escultor que na defesa da Amazônia usa material resíduos das queimadas de florestas. A foto é de uma das esculturas expostas.
Comprei livros que vão me ajudar em meus estudos. A propósito alegra-me dedicar esta blogada ao museólogo e museófilo Guy Barros Barcellos, que o criador de museus natureza. Muito do que vi no Museu do Homem parecia ter assinatura de meu colega e amigo Guy.

4 comentários:

  1. O homem, ser enigmático. É possível compreendê-lo? Nestes tempos de sistematização do homem, em que há uma verdadeira individualização do mesmo imprescindível a pergunta: qual evolução? A tentativa de nos conhecermos é necessária para que a vida tenha sentido...

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  2. O homem, ser enigmático. É possível compreendê-lo? Nestes tempos de sistematização do homem, em que há uma verdadeira individualização do mesmo imprescindível a pergunta: qual evolução? A tentativa de nos conhecermos é necessária para que a vida tenha sentido...

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  3. Ave, Magister. Nesta época de sombras e intolerâncias recrudescidas é bom e importante lembrar do que o homem (ser humano) é capaz de criar. A potência criativa e gerativa do homem não tem limites. Comove-me ler nossa história e saber que também temos Hipácia, Shakespeare, Bach e Curie. Cumpre-nos, também, reiterar a importância das Ciências Humanas na formação das pessoas. A exatidão das hard-sciences tira a poesia da existência e faz que esqueçamos a dimensão subjetiva da condição humana. Nosso Paradigma Perdido, nas palavras de Morin. As Humanas lembram-nos de que o que nos faz humanos é o sentimento de solidariedade, empatia e ternura. As esculturas de Karjcberg lembram-me as do Hamilton Coelho, amigo do meu pai, que é escultor e trabalha com ossos de baleia, conchas e pedaços de madeira que aparecem nas margens da praia do Hermenegildo.
    Obrigado pela dedicatória. Impregnou-me de alegria e orgulho.

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  4. Meu querido amigo e colega Guy,
    a dedicação desta blogada a ti é de direito e de fato. No dia imediato, ao visitar o Jardin des Plantes, dizíamos tanto a Gelsa como eu: "Aqui devia estar o Guy!".
    Obrigado por dares, com tua sapiência, um upgrade ao meu texto que, com tua divulgação no Facebook, quase triplicou a frequência, chegando a cerca de mil acessos.
    Saudades de revê-lo, agora que que voltas ao seio enxovalhado de uma pátria que uma vez se cantava como amada.

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