Como
na edição de ontem, o destaque da edição desta quarta-feira é a defesa de tese
desta manhã na REAMEC. Estar em uma banca de doutorado ou de mestrado é um dos
trabalhos mais exigentes e qualificados (e não raro, árduo) de um professor
universitário. Muitas vezes, com uma leitura de algumas horas se precisa ser
capaz de trazer questionamentos a algo que o doutorando (ou o mestrando), junto
com seu orientador, vem estudando há alguns anos. Também, há que referir que há
diferentes posições no estar em uma banca enquanto avaliador ou estar como
orientador. Enquanto orientador se é coautor, portando se é também sujeito da
avaliação. Enquanto avaliador se pode ainda distinguir duas presenças. Podemos
ser avaliador interno (se faz parte do programa de pós-graduação onde ocorre a
defesa) e, de certa maneira, corresponsável pela produção em julgamento.
Enquanto do avaliador externo se espera, de maneira usual, que este ratifique
ou retifique a produção.
Ontem
participei da banca como avaliador interno. Hoje pela manhã, avalizei um
trabalho que estava sendo julgado, pois orientador do mesmo
Os
ditos três pilares que constituem a Universidade –– Ensino / Pesquisa /
Extensão –– são por demais díspares. A valorização, a destinação de recursos, o
status acadêmico, o reconhecimento externo conferem a cada um dos três pilares
visibilidade significativamente distintas.
Há
universidades que são reconhecidas internacionalmente pela qualidade de sua
pesquisa. Há outras que fazem seus egressos distinguidos por seu ensino de
graduação e/ou pós-graduação. Não conheço nenhuma universidade que se projete
por sua ações na extensão. Não se afirma aqui que não exista produção
extensionista de qualidade e nem ações notáveis nesta dimensão.
Irlane
Maia de Oliveira há mais de um quarto de século devota à extensão uma parcela
significativa de seu entusiasmado fazer acadêmico na Universidade Federal do
Amazonas. Incomodada pela não valorização quase sistemática de ações de extensão
fez uma tese que não busca o reconhecimento da extensão na universidade. A tese
relevante de Irlane consiste em inverter o vetor. Não basta o conhecimento
produzido pela academia ser levado à comunidade externa da universidade. É
preciso ensinar a universidade que ela pode e deve escutar para aprender os
saberes da comunidade.
A
tradicional postura ensinante da academia é importante, mas não se basta. É
preciso romper um paradigma e tornar a universidade aprendente. Esta é a tese.
Esta é a ruptura trazida na tese,
Num
excerto do resumo da tese que hoje foi levada a defesa a professora que
analisou sua prática afirma: “Essa
vivência suscitou também, inquietações de como vem ocorrendo a prática da
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, uma vez que as ações de
extensão estão desvinculadas dos projetos políticos de cursos e se configuram
em ações meramente pontuais. Com a perspectiva de contribuir para que o
processo verticalizado do saber acadêmico torne-se um processo dialogizador, é
necessário reescrever a relação da universidade com a comunidade, e esta com a
escola. Esta reescrita não pode ocorrer sem a oitiva dos saberes da comunidade,
pois sem esta, a prática social da universidade tende a manter seu caráter
puramente assistencialista. Nesta perspectiva a escola é parceira fundamental
no processo, mas deve, também, rever sua prática social, pois não raro esta
desvaloriza ou desconhece os saberes da comunidade”.
A
banca formada pelos professores doutores Manuel do Carmo da Silva C. Campos, da
Universidade Norte – UNINORTE; Edineide Jezine Mesquita Araújo, Universidade
Federal da Paraíba – UFPB; Cleusa Suzana Oliveira de Araújo, Universidade do
Estado do Amazonas – UEA; Evandro Luiz Ghedin, Universidade Federal do Amazonas
– UFAM e Attico Chassot, REAMEC como orientador reconheceu a tese trazida por
Irlane Maia de Oliveira outorgando o título de doutora em Educação em Ciências.
E
é isso que este blogue celebra desde uma Manaus que não tem apenas medo, mas
tem, também, muita coragem de mudar, porque mudar é preciso. Rexistir é
preciso.
Professor Chassot, foi um momento brilhante de troca de conhecimento e verdadeira celebração de uma vida inteira dedicada a educação. Parabéns professora Irlane Maia sua trajetoria academica revela a imensidão da relação indissociavel entre o ensino , pesquisa e extensão.
Bom dia, amigo Chassot! Cumprimentos à Profª Drª Irlane Maia de Oliveira pela coragem de expor posições: a universidade e a comunidade. Um trabalho como este, valoriza a comunidade como fonte e a universidade como agente que quer entendê-la. Como processo de relações, a volta da reflexão para a sua fonte enobrece a ambas. Parabéns! Élcio, Sorocaba/SP.
Professor Chassot, foi um momento brilhante de troca de conhecimento e verdadeira celebração de uma vida inteira dedicada a educação. Parabéns professora Irlane Maia sua trajetoria academica revela a imensidão da relação indissociavel entre o ensino , pesquisa e extensão.
ResponderExcluirBom dia, amigo Chassot! Cumprimentos à Profª Drª Irlane Maia de Oliveira pela coragem de expor posições: a universidade e a comunidade. Um trabalho como este, valoriza a comunidade como fonte e a universidade como agente que quer entendê-la. Como processo de relações, a volta da reflexão para a sua fonte enobrece a ambas. Parabéns! Élcio, Sorocaba/SP.
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